Bancos Criados na Madeira que
Desapareceram (15)
Em
16/01/2010, o «Jornal da Madeira» noticiou: “Banif lança corretora para gerir
carbono”. Parecia tratar-se do Banif – Banco Internacional do Funchal, SA. Mas
não. A notícia tratava do Banif Banco de Investimento, SA. do Grupo Banif.
Artur Fernandes, presidente do Banif Banco de Investimento, disse que “Vamos
lançar, em conjunto com a Fomentinvest, a primeira corretora de carbono em
Portugal, com 50 por cento a cada um da nova corretora” chamada «Banif
Ecoprogresso Trading (Ecotrader) a ser presidida por Ângelo Correia, presidente
da Fomentinvest, juntamente com mais dois administradores, “Carlos Jorge do
Banif Banco de Investimento e Paulo Caetano, da Ecoprogresso”. Quem era a Fomentinvest?
Tratava-se de uma empresa que atuava nas áreas do ambiente, energia, mercado do
carbono e mudanças climáticas. Tinha como acionistas: Fundação Ilídio Pinho,
com 21,2%; Caixa Capital, 15,4%; Espírito Santo Capital, 15,4%; Millennium BCP,
25%; IP Holding, 15,4%; Banif Banco de Investimento, 7,7%; Fundação Horácio
Roque, 7,7%; BAI-Banco Africano de Investimentos, 1,9%. Outra afirmação de
Artur Fernandes: “O Banif Investimento será o banco depositário dos accionistas
da sociedade «Ecotrader» e «adviser» para os investimentos”.
Apesar da
substituição temporária de Horácio Roque de presidente do Conselho de
Administração do Grupo Banif por motivos de doença por Marques dos Santos,
manteve-se a confusão total usando a expressão Banif significando Grupo Banif,
embora parecendo ser o Banif–Banco Internacional do Funchal, SA, criado em
1988.
Na
Assembleia Geral, realizada no Funchal em 31/03/2010, tudo foi referido
relativamente ao Banif Grupo Financeiro: teve em 2009 resultados líquidos de
54,1 milhões de euros; o valor do crédito concedido a clientes elevou-se a 11,8
milhões de euros; os depósitos de clientes ascenderam a 6.743 milhões de euros;
o produto total da atividade do Grupo Banif em 2009 atingiu 509,1 milhões de
euros, “um aumento de 8,3%” em relação a 2008. Nenhuns dados específicos foram
referidos acerca do Banif – Banco Internacional do Funchal, SA, tendo sido dito
que em 31/12/2009 o Banif Grupo Financeiro tinha “371 agências bancárias em
Portugal” e tinha ao seu serviço “4.102 empregados, contra 3.574 em 2008”.
Em meados
de maio de 2010, a morte de Horácio Roque correspondeu a alterações profundas
nos órgãos de gestão, embora mantendo-se nela praticamente os mesmos gestores,
quer do Grupo Banif, quer no BANIF– Banco Internacional do Funchal, S.A. que
ajudou a criar (quando em 15/01/1988 foi criado o BANIF para evitar a Falência
da Caixa Económica do Funchal, Horácio Roque era o maior acionista privado, sendo
o Estado o detentor da maioria do capital social.
Em 29 de
dezembro de 2010, a Assembleia Geral decidiu aumentar o capital social de 566
milhões de euros para 780 milhões. De acordo com a comunicação à CMVM –
Comissão de Mercado de Valores Mobiliários, “o aumento de capital foi já
integralmente realizado, através de uma entrada em dinheiro no montante de 214
milhões de euros, efectuada pela Banif Comercial, SGPS, SA, a qual subscreveu a
totalidade das 42.800.000 novas acções emitidas, pelo que a Banif -SGPS, SA,
holding de topo do Banif – Grupo Financeiro mantém o controlo (indirecto) de
100% do capital social e direitos de voto do Banif – Banco Internacional do
Funchal, SA”. Tal aumento provocou o aumento do Rácio Tier I do Banif para
perto de 10%, percentagem acima do mínimo exigido de 8% pelo Banco de Portugal.
(continua)