PSD e CDS promovem Portugal a «País do Terceiro Mundo»
“A política económico-financeira é difícil de conduzir em Portugal: foi-o em 1980 e sê-lo-á em 1981, justamente porque a possibilidade de desenvolvimento económico que existe é bastante estreita – e grande o risco de resvalar no caminho”.
Cavaco Silva, Semanároo «TEMPO», 31/12/1980
O PSD e o CDS, que integram e apoiam, conscientemente, o Governo da República, aprovam leis que promovem Portugal a um «País do Terceiro Mundo». As ações políticas, com a invocação do “ajustamento económico”, vão para além da racionalidade mental, mais parecendo estarem afetados por uma doença política do foro psíquico, de que não há memória:
- Promessas eleitorais não cumpridas, embora durante a campanha eleitoral tivessem anunciado ter soluções adequadas e rápidas para resolver todos os problemas;
- Promovem medidas que vão para além do que foi acordado com o FMI, Comissão Europeia e Banco Central Europeu, aceitando sem pejo a obcessão pelo défice, com prazos que já estão ultrapassados, embora haja razões objetivas para renegociar tempo mais alargado, de modo a não castigar os portugueses com medidas imediatas, axficiantes e de empobrecimento;
- Com o modelo das medidas tomadas, falando como se não houvesse alternativas e invocando a baixa produtividade, o rendimento nacional baixa e a dívida pública sobe, o que contraria os objetivos prometidos, apesar do castigo aplicado aos portugueses no Orçamento do Estado de 2012 e ampliado para 2013;
- Promovem, como nunca se viu em democracia, a emigração dos portugueses, que nem no Estado Novo tal aconteceu, a não ser quando foram feitos apelos aos portugueses para “emigrarem” para Angola e Moçambique;
- Reduzem salários dos trabalhadores do setor público e privado, em termos nominais e pela via dos impostos, retirando poder de compra com vista à redução das importações, cujos reflexos redundam na falência de milhares de empresas, levando ao escandaloso aumento do desemprego;
- O aumento do IVA no setor da restauração (23% no Continente e 22% na Madeira) constitui o exemplo acabado que prova como aquela gente do PSD e do CDS não está boa da cabeça. Nem as provas evidentes lhes abrem os olhos da realidade da falência das suas decisões;
- Cortam nas despesas sociais, com tal descaramento e estupidez que nem em países do Terceiro Mundo já isso acontece;
- As decisões políticas a todos os níveis são antagónicas entre si. Baixam o poder de compra dos portugueses, mas aumentam os preços dos bens e serviços de primeira necessidade, de tal ordem que mais parece estarmos perante governantes totalmente ignorantes e vivendo numa sociedade selvática de outro planeta. Porque nem as tribos que habitam paísses do mundo conhecido se governam com regras tão absurdas.
Está bem patente aos olhos e no sentir dos portugueses a regressão social, económica e financeira do País, situação que se agravará se o PSD e o CDS não forem, urgentemente, arredados do Poder.
Tal como nos anos oitenta do século passado foram promovidos debates e produção de documentos de análise sobre a crise no desenvolvimento mundial, na perspetiva do comércio, finanças e sistema monetário internacional e de altas taxas de juro, de um modo especial no panorama vigente das dívidas dos países do chamado Terceiro Mundo, hoje Portugal aproxima-se a passos largos de um figurino social, económico e financeiro que em nada difere da degradação que então era considerada própria dos países pobres.
Em vez de as instituições da União Europeia acertarem o passo e tomarem medidas amigas do desenvolvimento social e económico, enredaram-se numa teia bem ao gosto do capitalismo selvagem, com vista a destruírem os benefícios e direitos que levaram muitos anos a conquistar pelos cidadãos.
As decisões nacionais e internacionais, com a União Europeia na linha da frente, estão a levar-nos a regredir aos anos cinquenta e sessenta do século passado, em todos os planos da vida da sociedade. Senão mesmo à idade da pedra lascada!