Da confiança
à crise dos Bancos (94)
Da criação do Banco Português de Negócios (BPN) à sua nacionalização e venda
O BPN foi criado em
1993, com sede em Lisboa, como banco privado atuando no setor da banca de
investimento. Resultou da fusão estratégica das sociedades financeiras
Soserfin-Serviços Financeiros, S. A. e o
Norcrédito, que eram pouco expressivas no
panorama do sector em Portugal. Tal situação serviu de incentivo para encontrar
uma solução mais relevante que as colocasse definitivamente no panorama da
economia portuguesa.
Do historial do BPN
consta que as primeiras moedas e notas a entrarem nos seus cofres “pelas mãos
dos seus clientes foram entregues em 1993, mas a verdadeira revolução da
estratégia da empresa e de tudo aquilo que lhe está associado apenas teve lugar
cinco anos depois, altura em que a administração de até então foi substituída
por uma equipa bem mais dinâmica e apostada em desenvolver competências de
futuro. No entanto, os primeiros passos não foram fáceis. Mas em 1998 “surgiu
um novo e inédito fôlego de juventude que veio mudar o rumo dos acontecimentos”.
Américo Amorim,
na altura o maior accionista do banco, abandona a instituição. “Em 2002, compra o banco Efisa e a corretora Fincor. Adquire
igualmente o Banco Insular, de Cabo Verde, sem comunicar a sua aquisição
ao Banco de Portugal que
é o supervisor do sector em Portugal. Um ano depois, em 2003, inicia a sua operação no Brasil. Em 2005, 20% do
BPN Brasil é adquirido pelo Banco Africano de
Investimento (BAI), uma instituição
privada angolana. Dois anos mais tarde, em 2007, o Banco de Portugal solicita ao grupo Sociedade Lusa de Negócios/BPN a clarificação da sua composição acionista e a
separação entre a sua área financeira, BPN e Real Seguros, e não financeira SLN
Investimentos e Plêiade e Partinvest”.
“A pouco mais de 600 dias para o final do
milénio, a gestão do BPN decidiu expandir o seu negócio a toda a escala de
possibilidades e foi devido a esse impulso (muito) bem pensado que alcançou
notoriedade em Portugal e tomou uma orientação virada para rumos concretos que
até então não se tinham explorado, apostando simultaneamente na criação de uma
rede de balcões com o intuito de abraçar desafios aliciantes (…) no seguimento do posicionamento estratégico de curto prazo,
o BPN renovou as suas prioridades e apontou forças para a criação e consequente
aproveitamento de áreas com apoio escasso que estivessem na vanguarda da
inovação. A missão foi bem executada e originou parcerias que mais tarde vieram
a desempenhar um papel determinante no futuro da instituição bancária que se
tornou numa das entidades referência nos sectores-chave dos investimentos de
alto risco e rentabilização privada de recursos monetários. O veloz avanço do
volume de negócios do BPN tornou-se num dos seus maiores trunfos, tendo
funcionado paralelamente como o tónico ideal para a elaboração de planos com
vista à captação de mais clientes, embora desde cedo se tenha percebido que o
seu público-alvo não era a classe social baixa ou média baixa, mas um segmento
com algumas posses para aplicar em fundos sem garantias absolutas de retorno.
Contudo, esse facto não foi obstáculo e graças a um bom ritmo foram surgindo
interessados em experimentar os serviços de um banco que começava a crescer a
olhos vistos após um início nada prometedor”
A Sociedade Lusa de
Negócios (SNL) foi uma holding portuguesa fundada em 1999 e detinha o BPN, SGPS na área
financeira, bem como empresas de outros setores.
(continua)
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