Bancos Criados na Madeira que
Desapareceram (21)
Depois de,
em 24/07/2015, o Ministério das Finanças esclarecer que “a investigação de
Bruxelas às ajudas de Estado prestadas ao Banif é uma fase procedimental que
não afeta o plano de recapitalização” e que as “autoridades portuguesas estão a
acompanhar o processo em estreita colaboração com a Comissão Europeia”, a
administração do Banif, em agosto, anunciou que no primeiro semestre daquele
ano obteve um lucro de 16,1 milhões de euros.
Apesar de,
no primeiro semestre de 2014, o prejuízo ter siso de 97,97 milhões de euros, o
certo é que a informação dada à CMVM – Comissão de Mercados de Valores
Mobiliários revela e esclarece que o resultado positivo “reflete os efeitos das
medidas que estão a ser implementadas no âmbito do plano de reestruturação do
banco e que visam uma profunda transformação do seu modelo de negócio, bem
como, assegurar a sua viabilidade num contexto económico e regulamentar
extremamente desafiantes”.
Contudo,
aquele resultado líquido foi penalizado, em termos homólogos, por dois efeitos:
“pela redução significativa das mais-valias relacionadas com a alienação de
títulos de dívida pública portuguesa (90,7 milhões de euros no primeiro
semestre de 2014, que compara com 44,7 milhões de euros no primeiro semestre de
2015); “pelo aumento de menos-valias relacionadas com a venda de activos
imobiliários (-17,8 milhões de euros no primeiro semestre de 2014 que compara
com -45,9 milhões de euros no primeiro semestre de 2015)”.
Além disso,
houve um aumento da margem financeira e uma diminuição dos custos operacionais,
tendo diminuído 24,5% face ao primeiro semestre de 2014, devido à diminuição de
custos com pessoal e gastos gerais administrativos. Entretanto, a ministra de
Estado e das Finanças, Maria Luís Albuquerque, em 29 de junho de 2015
determinou num despacho a venda das ações do Banif detidas pelo Estado, com
preferência de aquisição pelos antigos acionistas. O período da preferência das
ações foi determinado entre “as 08:30 do dia 13 de julho de 2015 e as 15:00 do
dia 07 de agosto, sendo o respetivo preço de exercício de 1,27 cêntimos por
ação”. O certo é que, de acordo com um comunicado do Banif, nenhum antigo
acionista pretendeu adquirir qualquer ação: “O Banif – Banco Internacional do
Funchal informa que não foram exercidas faculdades de aquisição, pelo que não
foram vendidas ações representativas do seu capital social, detidas pelo Estado
Português, durante o segundo período de exercício (13 de julho a 07 de agosto
de 2015) da faculdade de aquisição de ações previstas”.
Tal
situação continuou a deixar o Estado o acionista maioritário do Banif que, em
18/08/2015, fez publicar na imprensa regional um anúncio indicando o nome dos
acionistas que detinham mais de 2% do capital social do Banco. Com o capital
social total de 1.720.700.000,00 Euros, o acionista Estado Português detinha
70.000.000.000 ações (60,533%) e direitos de voto de 49,374%; a Herança
Indivisa de Horácio da Silva Roque, 7.290.416.599 ações (6,304%) e direitos de
voto 8,087%, inclui a Açoreana Seguros, SA com 6.954.651.167 ações (6,014%) e
direitos de voto 7,714%; a Auto-Industrial Investimentos e Participações SGPS,
SA com 2.125.000.000 ações (1,838%) e direitos de voto 2,357%. Uma nota do
anúncio dava conta de que 115.640.000.000 ações não tinham valor nominal.
(continua)
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