Governo PSD/CDS – o maior perigo de Portugal
* Passos Coelho, 30/4/2011: promessa: “Nós calculámos, por excesso, e posso garantir-vos: não será necessário cortar mais salários, nem despedir gente, se formos governo (…) quem quizer mais TGV, mais auto-estradas, mais benefícios escondidos, mais amiguismo e mais batota em Portugal, vote no engenheiro Sócrates (…)”
* Paulo Portas, 24/5/2011: “Ninguém tem incentivo a trabalhar mais se o produto do seu esforço suplementar for para entregar ao Estado”.
* Passos Coelho, 31/5/2011: Nós não viemos fazer promessas vagas nestas eleições, nós viemos dizer aos portugueses o que é que íamos fazer no governo (…) o PSD preparou-se bem para ser governo, foi o único partido que se apresentou aos portugueses com um programa que não é um mero programa eleitoral, é praticamente um programa de governo”.
* Vítor Gaspar, na Assembleia da República, 20/2/2013: “É razoável conjeturar que a Comissão Europeia ponderará, em tempo oportuno, propor ao Conselho Ecofin o prolongamento por um ano concedido a Portugal para corrigir a situação de défice orçamental excessivo”.
* Passos Coelho, em Viena, 22/2/2013: “O défice estrutural tem vindo a diminuir de forma muito significativa, e vai continuar a diminuir. Por isso, o país está na direção correta, não existe necessidade de alterar a trajetória”
Quando há poucos dias o ministro das Finanças anunciou que Portugal precisa de mais um ano para atingir o défice das contas públicas de 3%, ou menos, mas, dois dias depois, Passos Coelho afirmou que o caminho que tem sido seguido pelo Governo “está na direção correta”, estamos perante uns desvairados políticos que governam o País, fazendo afirmações desconchavadas e pouco claras e até contraditórias.
Apesar de a maioria dos economistas, que não são bajuladores do Governo, terem repetidamente dito que as políticas do Governo não levam o país a bom porto, nem sequer é preciso ser economista para saber que as políticas de austeridade seguidas até aqui produzem efeitos contrários aos modelos teóricos de Vítor Gaspar. Porque Passos Coelho nem sequer tem modelos a não ser os de dizer disparates, mentiras e trapalhadas que contrariam o que afirmou antes de chegar ao “pote” do Poder. Estamos, isso sim, perante um Governo PSD/CDS que constitui o maior perigo para Portugal.
Vítor Gaspar ainda não acertou uma vez que fosse nos seus objetivos “infalíveis” para tirar Portugal da crise; Passos Coelho foi um embuste ao afirmar, antes de chegar ao Poder, que o PSD tinha tudo estudado e previsto para governar o País de forma diferente do governo de José Sócrates. Chegado ao poder, todas as medidas até agora tomadas são totalmente antagónicas àquelas que prometeu. O modelo de ajustamento económico seguido, nada tem a ver com uma verdadeira reforma do Estado. E quando reduz as despesas, estas incidem precisamente no corte dos salários e das pensões, com os funcionários públicos na primeira linha dos saques.
Mas há uma questão que deve ser posta sempre e a todo o tempo, como, aliás, referi no meu trabalho publicado neste semanário no dia 21/10/2011: «Se o acordo com a Troika foi celebrado tendo como base uma determinada situação financeira do país, ao invocarem que descobriram situações financeiras novas (buracos financeiros), então estamos perante uma substancial alteração das circunstâncias e pressupostos do acordo. Logo, também estão postos em causa os prazos estipulados para cumprimento do défice de 2012 e 2013 e para tomar outras medidas nos prazos tão curtos como aqueles que ficaram acordados.
Daqui decorre a evidência, que só o governo não tem em conta, que é a necessidade de renegociar com a Troika a dilatação dos prazos que constam do aprovado memorando de entendimento. Seria o mínimo exigível para evitar as medidas tão escandalosas como são, por agora, as do orçamento do Estado para 2012». Medidas que estão amplidas em 2013, pretendendo ainda cortar, a título permante, 4 mil milhões de euros em 2013 e 2014.
Com um Governo de loucos que governa o País, tem de haver uma forma expedita, seja ela qual for, para mandá-lo para casa o mais depressa possível.