ESTRUTURAS
DE SAÚDE DO «ESTADO NOVO»
Com a
grandeza, natureza e técnica hospitalar presentes na evolução histórica do
sistema hospitalar na Madeira, denotam-se preocupações havidas ao longo tempos
com as exigências de constantes melhoramentos, bem como sucessivas construções
de novos edifícios para substituírem os que ficavam desadequados. As
preocupações de hoje são semelhantes às que existiam no passado.
Quando se dá
o 25 de Abril de 1974 estavam em funcionamento os hospitais distritais,
dependentes da Direcção-Geral dos Hospitais: Cruz de Carvalho, Marmeleiros,
Sanatório Dr. João de Almada, inaugurado a 08/12/1940 com capacidade para 150
camas, ampliado em 1957 para 250. Tinha como anexo o Preventório de Santa
Isabel, destinado a crianças, filhas de doentes internados naquele último
hospital, inaugurado em dezembro de 1951 com a capacidade para 100 lactentes e
100 pré-escolares.
Dependentes
da Direcção-Geral da Saúde, existiam os hospitais concelhios de Santa Cruz com 25 camas e o da Calheta com 30, embora este
apenas reabrisse em 1976, depois de ter sido encerrado em
1973. Existia uma estrutura de âmbito particular: Hospital Pediátrico da
Fundação Cecília Zino, quatro Casas de Saúde, 5 Casas dos Pescadores, Cruz
Vermelha e 18 Casas do Povo que davam apoio médico a quem pagasse um quota.
Outras
estruturas de saúde complementavam a assistência às populações, a partir dos
anos quarenta do século XX:
- Centros
Sanitários dependentes da Junta Geral, 14 Funchal, 1 Câmara de Lobos, 1 Ponta
do Sol, 3 Calheta, 2 Porto Moniz, 1 S. Vicente, 1 Santana, 1 Machico, 3 Santa
Cruz e 1 no Porto Santo.
- Postos
Clínicos a cargo das câmaras municipais eram 21: 6 Funchal, 4 Câmara de Lobos,
2 Ribeira Brava, 1 Ponta do Sol, 1 Calheta, 1 Porto Moniz, 1 S. Vicente, 1
Santana, 2 Machico, 1 Santa Cruz e 1 no Porto Santo.
- Dispensários
Materno-Infantis, dependentes do Instituto Maternal, eram 22: 5 Funchal, 5 Câmara
de Lobos, 1 Ribeira Brava, 2 Ponta do Sol, 1 Calheta, 3 S. Vicente, 1 Santana,
3 Machico e 1 em Santa
Cruz.
- Postos
Clínicos e Delegações da Caixa de Previdência existiram por todo o arquipélago,
sendo 9 dos primeiros (1 Funchal, 3 Câmara de Lobos, 1 Machico e 4 em Santa Cruz ) e 10
delegações
(2 Ribeira
Brava, 1 Ponta do Sol, 1 Calheta, 2 Porto Moniz, 2 S. Vicente, 1 Santana e 1 no
Porto Santo).
Para além
do Centro de Saúde Mental público, para homens e mulheres, inaugurado a
04/04/1906, existiam no Funchal 2 casas de internamento: Casa de Saúde Câmara
Pestana (manicómio) e a Casa de Saúde S. João de Deus, instalada em 1922 na
Quinta do Trapiche, sendo os primeiros doentes internados em outubro de 1923,
mas foi a 21/05/1924 que foram transferidos para esta casa os doentes
masculinos que se encontravam no manicómio Câmara Pestana.
Em 2
Dispensários eram prestados serviços de rastreio, numa obra anti-tuberculosa: o
Dispensário (IANT/SLAT) no Campo da Barca (Funchal), inaugurado em maio de
1933, onde foi feita a instalação do primeiro aparelho de radioscopia e um
serviço itenerante de rastreio torácico que começou a funcionar em 1957.
A Clínica
Ortopédica Marítima SOL-AR-SAÚDE foi inaugurada a 27/04/1955 no Lazareto como
dependência do Asilo dos Velhinhos «Dr. João Abel de Freitas», por iniciativa
do Dr. João Lemos Gomes. Tinha a finalidade de tratar doentes com lesões
ósseo-articulares tuberculosas e outras afeções do esqueleto.
Também
como hoje, em cada concelho existia uma Delegação de Saúde que funcionava como
inspecção de saúde.
Eram estas
as principais estruturas que prestavam serviços
relacionados com a saúde dos madeirenses, antes da radical mudança com a
Autonomia.