Outra
decisão para o Hospital Central do Funchal
“(…) Não podemos deixar passar sem reparo esquecimento
total de zonas de protecção e o atrofiamento do Hospital que se vem verificando
e que resulta da construção de edificações em todos os seus quadrantes, a
comprometer qualquer viabilidade de expansão futura.
Como não se compreende, de igual modo, a construção de um
Complexo destinado ao Ciclo Preparatório a norte do Hospital apenas separado
deste por uma estrada, o que não deixará de constituir factor grave de
perturbação sobretudo para os doentes”.
In «Relatório de Actividades» 1975 do Hospital Distrital do Funchal
Após ziguezagueadas
decisões quanto a obras no hospital construído na Cruz de Carvalho, que foi
inaugurado em 1973, ou constuir um novo edifício, é grande a espetativa quanto
à opinião que dará a comissão nomeada pelo novel Secretário Regional da Saúde.
Até porque, após avultadas despesas com a expropriação de terrenos nas
Quebradas (São Martinho) e com o projeto de um novo hospital, tudo foi metido
na gaveta e alguns dos prédios expropriados foram já devolvidos aos seus
proprietários.
No meu entender, estranho será que o novo
governo o retome, quando as alternativas deverão passar ou pela continuação da
ampliação para sul, ou para norte. Esta será a mais adequada, não só por ser a
área de expansão desde que foram expropriados os terrenos, mas também porque
qualquer construção pode ser ligada ao atual edifício.
Cabendo na opção política o que for
decidido, o arruamento a norte e a Escola Horácio Bento não devem servir de
argumento impeditivo para ampliar o hospital. A rua pode manter-se, mas a
escola terá de mudar para outro lugar. Em termos de custos, os técnicos saberão
fazer contas!
Na altura da entrada em funcionamento do
novo hospital (Cruz de Carvalho), existiam o dos Marmeleiros e o de João de
Almada. Em 1973 dizia-se que o novo hospital iria substituir estes, mas nada
disso sucedeu. Pelo contrário, muito dinheiro foi gasto nos Marmeleiros e o da
Cruz de Carvalho tornou-se pequeno para os serviços necessários.
Com a regionalização do setor da saúde em
1977, iniciava-se uma nova etapa com o objetivo de proporcionar mais e melhores
apoios aos utentes da estrutura hospitalar e dos centros de saude. Foi visível
o aumento do quadro de pessoal médico, enfermeiro, técnico e auxilar de saude e
administrativo. Na altura, os «médicos à periferia» foram úteis na valorização
da colocação de médicos nas zonas rurais, à medida que eram instalados centros
de saúde.
Se, em 1975, foi questionada a construção da Escola Dr.
Horácio Bento de Gouveia pela sua proximidade ao novo hospital, 2003 foi o ano
horrível para este. Pela Resolução
136/2003 “O Conselho do Governo reunido em plenário em 6 de
Fevereiro, resolveu aprovar o Projecto, Programa de Concurso, e Caderno de
Encargos para a obra de “Ampliação e Beneficiação do Corpo Polivalente da
Escola Básica do 2º e 3º Ciclos Doutor Horácio Bento de Gouveia e autorizar a
abertura do respectivo Concurso Público”.
Mas já a partir de 2001
acentuaram-se os ziguezagues na construção do novo hospital, em vez de ampliar
o atual para norte, no espaço
natural que estava previsto como zona de expansão, inscrevendo verbas no orçamento da Região daquele ano para a
“remodelação e ampliação” da escola.
E pela Resolução nº 138/2003 “O
Conselho do Governo reunido em plenário em 6 de Fevereiro de 2003, resolveu
aprovar o Decreto Regulamentar Regional que sujeita a medidas preventivas os
terrenos localizados na área envolvente à nova unidade hospitalar a implantar
no Funchal”, lei-se em
são Martinho.
Sem comentários:
Enviar um comentário