Pesquisar neste blogue

segunda-feira, 18 de maio de 2015

Outra decisão para o Hospital Central do Funchal

“(…) Não podemos deixar passar sem reparo esquecimento total de zonas de protecção e o atrofiamento do Hospital que se vem verificando e que resulta da construção de edificações em todos os seus quadrantes, a comprometer qualquer viabilidade de expansão futura.
Como não se compreende, de igual modo, a construção de um Complexo destinado ao Ciclo Preparatório a norte do Hospital apenas separado deste por uma estrada, o que não deixará de constituir factor grave de perturbação sobretudo para os doentes”.
In «Relatório de Actividades» 1975 do Hospital  Distrital do Funchal

Após ziguezagueadas decisões quanto a obras no hospital construído na Cruz de Carvalho, que foi inaugurado em 1973, ou constuir um novo edifício, é grande a espetativa quanto à opinião que dará a comissão nomeada pelo novel Secretário Regional da Saúde. Até porque, após avultadas despesas com a expropriação de terrenos nas Quebradas (São Martinho) e com o projeto de um novo hospital, tudo foi metido na gaveta e alguns dos prédios expropriados foram já devolvidos aos seus proprietários.
No meu entender, estranho será que o novo governo o retome, quando as alternativas deverão passar ou pela continuação da ampliação para sul, ou para norte. Esta será a mais adequada, não só por ser a área de expansão desde que foram expropriados os terrenos, mas também porque qualquer construção pode ser ligada ao atual edifício.
Cabendo na opção política o que for decidido, o arruamento a norte e a Escola Horácio Bento não devem servir de argumento impeditivo para ampliar o hospital. A rua pode manter-se, mas a escola terá de mudar para outro lugar. Em termos de custos, os técnicos saberão fazer contas! 

Na altura da entrada em funcionamento do novo hospital (Cruz de Carvalho), existiam o dos Marmeleiros e o de João de Almada. Em 1973 dizia-se que o novo hospital iria substituir estes, mas nada disso sucedeu. Pelo contrário, muito dinheiro foi gasto nos Marmeleiros e o da Cruz de Carvalho tornou-se pequeno para os serviços necessários.
Com a regionalização do setor da saúde em 1977, iniciava-se uma nova etapa com o objetivo de proporcionar mais e melhores apoios aos utentes da estrutura hospitalar e dos centros de saude. Foi visível o aumento do quadro de pessoal médico, enfermeiro, técnico e auxilar de saude e administrativo. Na altura, os «médicos à periferia» foram úteis na valorização da colocação de médicos nas zonas rurais, à medida que eram instalados centros de saúde.

Se, em 1975, foi questionada a construção da Escola Dr. Horácio Bento de Gouveia pela sua proximidade ao novo hospital, 2003 foi o ano horrível para este. Pela Resolução 136/2003 “O Conselho do Governo reunido em plenário em 6 de Fevereiro, resolveu aprovar o Projecto, Programa de Concurso, e Caderno de Encargos para a obra de “Ampliação e Beneficiação do Corpo Polivalente da Escola Básica do 2º e 3º Ciclos Doutor Horácio Bento de Gouveia e autorizar a abertura do respectivo Concurso Público”.
Mas já a partir de 2001 acentuaram-se os ziguezagues na construção do novo hospital, em vez de ampliar o atual para norte, no espaço natural que estava previsto como zona de expansão, inscrevendo verbas no orçamento da Região daquele ano para a “remodelação e ampliação” da escola.
E pela Resolução nº 138/2003 “O Conselho do Governo reunido em plenário em 6 de Fevereiro de 2003, resolveu aprovar o Decreto Regulamentar Regional que sujeita a medidas preventivas os terrenos localizados na área envolvente à nova unidade hospitalar a implantar no Funchal”, lei-se em são Martinho.


Sem comentários:

Enviar um comentário