O “fundo monetário europeu” de Passos
Coelho
A deriva política de
Passos Coelho já chegou ao cúmulo de querer um “fundo monetário europeu”. Após
três anos de subserviência aos tenebrosos burocratas liberais que gerem o Fundo
Monetário Internacional (FMI) e a União Europeia, Passos pretende mais uma
instituição financeira para ampliar a burocracia e a guerra financeira, cujos
efeitos são tão ou mais mortíferos que uma guerra convencional ou mesmo o
terrorismo. A proposta de Passos visa saquear o poder económico dos povos,
criando métodos de extermínio pela via da morte lenta em cada país onde penetram
sob a capa de Mercados, e de emprestadores de dinheiro, a que chamam ajuda. Faz
parte
dos defensores e executores
internacionais, verdadeiros “criminosos de guerra”, fazendo emboscadas e
ataques à mão armada aos bolsos dos cidadãos, por via legislativa, saqueando
rendimentos para satisfazerem, a qualquer preço, os ideólogos da nova
modalidade de guerra.
Em vez da concentração
física das pessoas, a atual política é de salários baixos e do aumento do
desemprego, com o argumento de servir para ajustar o seu modelo económico; não
facilitam o crescimento, por imporem restrições financeiras que teem efeitos
perversos no comércio dos países onde interferem; não contribuem para a
manutenção de níveis elevados de emprego e de rendimento real para o
desenvolvimento dos recursos produtivos dos dos países; criam condições
políticas para a instalação de verdadeiros campos de concentração de pobres,
sem arame farpado.
A 11 de dezembro de 2010, defendi, neste semanário, que Portugal devia sair do Fundo Monetário Internacional,
por este não cumprir os objetivos que serviram de fundamento à sua criação,
após a II
Guerra Mundial. Decorre dos seus estatutos e das orientações do Conselho de
Governadores do FMI, que uma das principais funções é a supervisão do sistema
financeiro internacional, de modo a evitar crises graves da economia
internacional e nas economias dos países membros. Acontece que o FMI nada fez
ao longo dos anos quanto à referida supervisão. A prova é que os dirigentes do
FMI andaram a dormir, em sono tão profundo, que nada contribuíram para evitar a
crise internacional de 2008. Diria que o FMI é uma instituição da ONU, que está
caduca e ultrapassada no tempo. Mas não é criando uma estrutura semelhante a
nível da Europa que operam modificações, pelo menos se dirigida por iguais
ideologias de agora.
E Portugal ainda paga para fazer parte daquela
imbecil e nefasta instituição que é o FMI! Tendo aderido àquele Fundo em 21 de
novembro de 1960, contribuíu com uma quota de 60 milhões de «direitos de saque
especiais», passando para 75, 117, 172, 258 milhões, em 1965, 1970, 1972 e
1978, respetivamente. Em 1978,
a quota de Portugal no FMI foi paga: 25 por cento em
ouro, moeda estrangeira e direitos de saque especiais; 75 por cento em moeda
nacional.
Em 1982, a Assembleia da
República autorizou o Governo de Pinto Balsemão a emitir uma promissória, no
valor de 1 738 041 873$80, destinada a “substituir parte da importância em
moeda portuguesa paga ao Fundo Monetário Internacional” (Decreto-Lei 478/82 ).
Em 1999, a Assembleia da
República aprovou a quarta emenda ao acordo relativo ao FMI, tendo em vista
autorizar o Fundo a atribuir direitos de saque especiais aos membros que
participem no Departamento de Direitos de Saque Especiais, no trigésimo dia
após a data da entrada em vigor da Quarta Emenda do Acordo.
gregoriogouveia.blogspot.pt
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