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domingo, 14 de maio de 2017

Da confiança à crise dos Bancos (67)

Do Banco Português do Atlântico (31/12/1942) ao Millennium BCP:

Na sequência do primeiro resumo histórico do BPA/Millenium BCP, referido na passada semana, é relevante salientar que o BCP adquiriu o BPA em 1995, tendo-o absorvido em 30 de junho de 2000, constituindo, assim, o décimo primeiro maior banco de Portugal com 173 sucursais. Ficou para a história a marca BPA, após 58 anos de profícua atividade bancária, ou 81 anos se tivermos em conta a fundação da Casa Bancária Cupertino de Miranda & Irmão, criada em 14/05/1919, sem ignorar as metamorfoses de sucessos e de recuos próprias das diversas conjunturas nacionais e internacionais por que passaram todas as instituições de crédito.
No relatório do Balanço e Contas do BPA referente a 1968 é referido: “No relatório que precedeu a apresentação das contas relativas ao exercício de 1943, anunciava-se para 44 a celebração do 25º aniversário da Instituição, afirmando-se que a este período correspondia «uma actividade incessantemente exercida dentro do objectivo de bem servir a Economia Nacional». Seja-nos permitido pensar com legítimo orgulho que aquelas palavras têm igual cabimento na ação dos últimos 25 anos do Banco. Períodos distintos, sem dúvida: de consolidação, o primeiro, de expansão, o segundo. Mas em ambos a mesma insatisfação para mais e melhor relevantemente contribuir para o progresso do País”.
O BPA perpassou os anos da sua atividade com a II Guerra Mundial e seus efeitos no panorama nacional e internacional, e em que Portugal vivia a fase mais fértil da consolidação do Estado Novo e sofria moções de censura da ONU por não dar a independência às colónias ultramarinas. Nos balanços do exercício de 1962, 1968 e 1969 constam importantes dados estatísticos de anos anteriores, tais como: Capital e Reservas 15 320 000$00 em 1943, 81 000 000$00 em 1951, 262 500 000$00 em 1962, 940 000 000$00 em 1968, 1 066 000 000$00 em 1969; Lucros Líquidos 1 382 927$01 em 1943, 8 053 801$49 em 1952, 35 139 903$70 em 1962, 84 191 616$60 em 1968, 91 307 171$00 em 1969; Depósitos 49 326 942$88 em 1943, 645 826 585$80 em 1952 e 4 212 541 096$18 em 1962, 16 125 986 886$78 em 1968, 18 769 778 274$43 em 1969; Letras Descontadas 121 877 603$88 em 1943, 1 603 028 185$40 em 1952, 8 892 784 713$18 em 1962, 25 401 397 272$00 em 1968, 29 284 661 000$00 em 1969.
No Relatório e Contas do Exercício de 1968, o Presidente do Conselho de Administração do BPA, Arthur Cupertino de Miranda, subscreveu a seguinte declaração: “No limiar deste ano de 1969, em que o Banco Português do Atlântico celebra as suas bodas de oiro, desejo naturalmente endereçar uma palavra festiva e grata a todos os que, no decurso da vida da instituição têm contribuído com a sua colaboração, interna ou externa, para a sua grandeza. Criado em 1919 sob a modalidade social própria de Casa Bancária, com o capital de 100 mil escudos, ronda hoje, com as reservas, o milhão de contos e pertence ao número próximo dos 300 maiores Bancos do Mundo. Porque tive a honra de fundar, um e outro, e inalteravelmente presidir aos seus destinos, desejo aproveitar esta hora jubilosa para significar aos meus pares, como a todos os que têm colaborado na Obra, tão expressiva de possibilidades nacionais, o meu vivo e profundo agradecimento: São os accionistas com a sua confiança; São os dirigentes executivos; São os dedicados companheiros de trabalho; São as actividades económicas; São os órgãos governativos quando nos significam o seu apreço; São aqueles que em espírito acompanham o nosso devotamento ao lema que adoptámos: «apoio firme ao trabalho nacional, por um Portugal Melhor”.

(continua)

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