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segunda-feira, 22 de maio de 2017

Da confiança à crise dos Bancos (68),

Do Banco Português do Atlântico (31/12/1942) ao Millennium BCP:

Ainda no ano de 1969, foi relevante o facto de o Presidente da Republica, Américo Tomás, ter condecorado com a Grã-Cruz da Ordem da Benemerência, Arthur Cupertino de Miranda, fundador e Presidente do Conselho de Administração do BPA, ao longo dos anos. A cerimónia teve lugar na Sessão Inaugural do Simpósio sobre Política Monetária e Creditícia.
No mesmo ano, a 19 de dezembro, Cupertino de Miranda foi agraciado com a Medalha de Ouro da Cidade, que o Presidente da Câmara Municipal do Porto lhe impôs em sessão Pública realizada nos Paços do Concelho.
O ano de 1969 foi de muita festa no BPA, por ter comemorado os 50º Aniversário da sua atividade (desde a Casa Bancária). O Palácio de Cristal do Porto foi o local escolhido para um grandioso almoço realizado no dia 25 de maio. Foi essa efeméride que levou o Conselho de Administração a salientar no Relatório Balanço e Contas daquele ano:
“Num ano seguramente mais trabalhoso, em que ao dinâmico esforço destinado a fazer progredir os negócios correentes do Banco houve que somar a desdobrante actividade de realçar com justo brilho o importante marco que o Cinquentenário da Instituição, são por nós devidos os mais rasgados louvores a todos os que nos coadjuvaram e asseguraram a execução dos nossos programas e directrizes”.
O início da década de 70 do século XX marcou a fase de ouro das elevadas taxas de lucro das instituições bancárias, bem como uma forte subida do volume de depósitos, com progressos muito acentuados pelo grau alcançado. O BPA relata em termos expressivos no Relatório e Contas de 1970 o seguinte:
“A apreciação conjunta dos Balanços de 1970 dos dois Bancos – Banco Português do Atlântico e Banco Comercial de Angola – permite entrever a vastidão de meios financeiros que orientam, e concluir acerca da importância que o controlo da nossa Organização reveste para a Economia Nacional. O total dos fundos próprios, e como tal contabilizados, exprime-se por uma verba que alcança mais de 1 milhão e 700 milhares de contos (…) o valor integral dos recursos alheios de que dispõe excede mais de 24 milhões e 600 milhares de contos. O Balanço consolidado dos dois estabelecimentos de Crédito seria também altamente alucidativo sobre a fonte de riqueza que a nossa Organização financeira constitui para o País. Com efeito, as receitas gerais ultrapassam 1 milhão e 500 milhares de contos, os lucros brutos – lucros líquidos nas provisões e amortizações – perfazem 289 milhares de contos, os lucros líquidos 119 milhares de contos. (…)”.
Naquele ano de 1970, o capital e reservas do BPA atingia o montante de 1 353 000 000$00. O volume de depósitos era de 19 954 683 933$00. Letras Descontadas 33 779 968 000$00. Lucro Líquido 85 896 336$00. No ano seguinte, o capital e reservas passou para 1 379 000 000$00. O volume de depósitos atingiu 23 526 812 773$00. Letras Descontadas 38 000 928 000$00. Lucro Líquido 92 354 220$00. Em 1972, o capital e reservas passou para 1 570 899 000$00. O volume de depósitos era de 28 609 731 729$00. Letras  Descontadas 42 543 211 000$00. Lucro Líquido 102 866 064$00.
No decurso dos últimos três anos os resultados brutos cresceram acentuadamente, sendo bastante visível o aumento do crédito pela via do desconto de letras, bem como o volume de depósitos atingido naquele último ano.
(continua)


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