Da confiança
à crise dos Bancos (68),
Do Banco Português do Atlântico (31/12/1942)
ao Millennium BCP:
Ainda no ano de 1969, foi
relevante o facto de o Presidente da Republica, Américo Tomás, ter condecorado
com a Grã-Cruz da Ordem da Benemerência, Arthur Cupertino de Miranda, fundador
e Presidente do Conselho de Administração do BPA, ao longo dos anos. A
cerimónia teve lugar na Sessão Inaugural do Simpósio sobre Política Monetária e
Creditícia.
No mesmo ano, a 19 de
dezembro, Cupertino de Miranda foi agraciado com a Medalha de Ouro da Cidade,
que o Presidente da Câmara Municipal do Porto lhe impôs em sessão Pública
realizada nos Paços do Concelho.
O ano de 1969 foi de muita
festa no BPA, por ter comemorado os 50º Aniversário da sua atividade (desde a
Casa Bancária). O Palácio de Cristal do Porto foi o local escolhido para um
grandioso almoço realizado no dia 25 de maio. Foi essa efeméride que levou o
Conselho de Administração a salientar no Relatório Balanço e Contas daquele
ano:
“Num ano seguramente mais trabalhoso,
em que ao dinâmico esforço destinado a fazer progredir os negócios correentes
do Banco houve que somar a desdobrante actividade de realçar com justo brilho o
importante marco que o Cinquentenário da Instituição, são por nós devidos os mais
rasgados louvores a todos os que nos coadjuvaram e asseguraram a execução dos
nossos programas e directrizes”.
O início da década de 70 do
século XX marcou a fase de ouro das elevadas taxas de lucro das instituições
bancárias, bem como uma forte subida do volume de depósitos, com progressos
muito acentuados pelo grau alcançado. O BPA relata em termos expressivos no
Relatório e Contas de 1970 o seguinte:
“A apreciação conjunta dos
Balanços de 1970 dos dois Bancos – Banco Português do Atlântico e Banco
Comercial de Angola – permite entrever a vastidão de meios financeiros que
orientam, e concluir acerca da importância que o controlo da nossa Organização
reveste para a Economia Nacional. O total dos fundos próprios, e como tal
contabilizados, exprime-se por uma verba que alcança mais de 1 milhão e 700
milhares de contos (…) o valor integral dos recursos alheios de que dispõe
excede mais de 24 milhões e 600 milhares de contos. O Balanço consolidado dos
dois estabelecimentos de Crédito seria também altamente alucidativo sobre a
fonte de riqueza que a nossa Organização financeira constitui para o País. Com
efeito, as receitas gerais ultrapassam 1 milhão e 500 milhares de contos, os
lucros brutos – lucros líquidos nas provisões e amortizações – perfazem 289
milhares de contos, os lucros líquidos 119 milhares de contos. (…)”.
Naquele ano de 1970, o
capital e reservas do BPA atingia o montante de
1 353 000 000$00. O volume de depósitos era de
19 954 683 933$00. Letras Descontadas
33 779 968 000$00. Lucro Líquido 85 896 336$00. No ano
seguinte, o capital e reservas passou para
1 379 000 000$00. O volume de depósitos atingiu
23 526 812 773$00. Letras Descontadas
38 000 928 000$00. Lucro Líquido 92 354 220$00. Em 1972, o
capital e reservas passou para 1 570 899 000$00. O volume de
depósitos era de 28 609 731 729$00. Letras Descontadas 42 543
211 000$00. Lucro Líquido 102 866 064$00.
No decurso dos últimos três
anos os resultados brutos cresceram acentuadamente, sendo bastante visível o
aumento do crédito pela via do desconto de letras, bem como o volume de
depósitos atingido naquele último ano.
(continua)
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