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domingo, 28 de maio de 2017


Da confiança à crise dos Bancos (69),

Do Banco Português do Atlântico (31/12/1942) ao Millennium BCP:

Nos anos 70 do século XX, o BPA continuou um percurso de sucesso assinalável, tendo sido a primeira grande instituição financeira privada em Portugal. Essa posição foi alcançada graças à sua particular e diferente posição perante o mercado, para além da forma muito caraterística de contatar com os clientes, baseada no respeito e proximidade. Não escapando à nacionalização dos Bancos em 11 de março de 1975, o BPA alcançou em 1977 o capital e reservas no montante de 2 309 513 625$07 e o lucro líquido de 84 727 532$14.

O Relatório, Balanço e Contas referentes ao ano de 1978 refere: “o Conselho de Gestão procurou implementar, com maior rigor, o modelo de gestão já ensaiado em anos anteriores – gestão participativa por objectivos – apoiado no desenvolvimento de processos de planeamento e de controlo das actividades prosseguidas pelos diferentes Departamentos do Banco (…) Reconhece o Conselho de Gestão que, embora os resultados substanciais tenham sido conseguidos no ano de 1978 no tipo de gestão adoptado, há ainda um longo caminho a percorrer até se conseguir optimizar o aproveitamento dos recursos humanos e materiais do Banco”.

O BPA, já como empresa pública, seguiu sempre as orientações do Banco de Portugal, pelo que as atividades desenvolvidas no decorrer do ano de 1978 foram, sempre que necessário, reexaminadas com o propósito de mantê-las enquadradas nas políticas monetária e financeira definidas pelo Governo e nas orientações emanadas do Regulador. “No termo do ano de 1978, faltando três meses para completar o período anual coberto pela «Carta de Intenções», as estimativas mostram-se plenamente favoráveis no que respeita à realização do objectivo principal (…) Por isso mesmo, e porque o problema do défice externo continua a ocupar a primeira linha das preocupações do País, não será de esperar alterações substanciais na orientação e e na execução da política económica para 1979 (…) verificou-se um crescimento nos depósitos a prazo, entre o fim de Dezembro de 1977 e o fim do mesmo mês do ano passado, de 43,4%, enquanto os depósitos à ordem cresceram apenas 17,3% e a circulação de notas e moedas meramente 8,3%”.

Houve medidas complementares redutoras da liquidez dos bancos. Para além da política de limitações ao redesconto que prosseguiu, outros fatores tais como o aumento da percentagem das disponibilidades obrigatórias de caixa, bem como a obrigatoriedade de transferência para o Banco de Fomento Nacional de recursos captados pela banca comercial, sob a forma de depósitos a prazo. O BPA melhorou a cobertura geográfica do País e iniciou a extensão da prestação dos Serviços de Administração de Propriedades aos estabelecimentos da Província e o início do Seguro do Depositante. Desenvolveu o equilíbrio entre o crédito distribuído ao setor público empresarial e o atribuído ao setor privado da economia; apoio adequado às necessidades especiais das pequenas e médias empresas, no contexto do crédito; atenção especial aos emigrantes através de programas e incentivo na informação nos países de acolhimento, integrados na atividade no domínio internacional do banco.

O BPA alcançou em 1978 o capital e reservas no montante de 2 362 151 449$55. O resultado financeiro final foi de cerca de 2 060 mil contos, superior ao de 1977 em 566 mil contos, o que permitiu, para além do substancial reforço das provisões e das amortizações, o resultado líquido de 238 053 310$26.

(continua)


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