Da confiança
à crise dos Bancos (69),
Do Banco Português do Atlântico (31/12/1942)
ao Millennium BCP:
Nos anos 70 do século XX, o BPA
continuou um percurso de sucesso assinalável, tendo sido a primeira grande
instituição financeira privada em Portugal. Essa posição foi alcançada graças à
sua particular e diferente posição perante o mercado, para além da forma muito
caraterística de contatar com os clientes, baseada no respeito e proximidade.
Não escapando à nacionalização dos Bancos em 11 de março de 1975, o BPA alcançou em 1977 o
capital e reservas no montante de 2 309 513 625$07 e o lucro líquido de 84 727 532$14.
O Relatório, Balanço e Contas referentes ao ano de 1978 refere: “o
Conselho de Gestão procurou implementar, com maior rigor, o modelo de gestão já
ensaiado em anos anteriores – gestão participativa por objectivos – apoiado no
desenvolvimento de processos de planeamento e de controlo das actividades
prosseguidas pelos diferentes Departamentos do Banco (…) Reconhece o Conselho
de Gestão que, embora os resultados substanciais tenham sido conseguidos no ano
de 1978 no tipo de gestão adoptado, há ainda um longo caminho a percorrer até
se conseguir optimizar o aproveitamento dos recursos humanos e materiais do
Banco”.
O BPA, já como empresa pública,
seguiu sempre as orientações do Banco de Portugal, pelo que as atividades
desenvolvidas no decorrer do ano de 1978 foram, sempre que necessário,
reexaminadas com o propósito de mantê-las enquadradas nas políticas monetária e
financeira definidas pelo Governo e nas orientações emanadas do Regulador. “No
termo do ano de 1978, faltando três meses para completar o período anual
coberto pela «Carta de Intenções», as estimativas mostram-se plenamente
favoráveis no que respeita à realização do objectivo principal (…) Por isso
mesmo, e porque o problema do défice externo continua a ocupar a primeira linha
das preocupações do País, não será de esperar alterações substanciais na
orientação e e na execução da política económica para 1979 (…) verificou-se um
crescimento nos depósitos a prazo, entre o fim de Dezembro de 1977 e o fim do
mesmo mês do ano passado, de 43,4%, enquanto os depósitos à ordem cresceram
apenas 17,3% e a circulação de notas e moedas meramente 8,3%”.
Houve medidas complementares redutoras da liquidez dos bancos.
Para além da política de limitações ao redesconto que prosseguiu, outros
fatores tais como o aumento da percentagem das disponibilidades obrigatórias de
caixa, bem como a obrigatoriedade de transferência para o Banco de Fomento
Nacional de recursos captados pela banca comercial, sob a forma de depósitos a
prazo. O BPA melhorou a cobertura geográfica do País e iniciou a extensão da
prestação dos Serviços de Administração de Propriedades aos estabelecimentos da
Província e o início do Seguro do Depositante. Desenvolveu o equilíbrio entre o
crédito distribuído ao setor público empresarial e o atribuído ao setor privado
da economia; apoio adequado às necessidades especiais das pequenas e médias
empresas, no contexto do crédito; atenção especial aos emigrantes através de
programas e incentivo na informação nos países de acolhimento, integrados na
atividade no domínio internacional do banco.
O BPA alcançou em 1978 o capital e reservas no montante de 2 362 151 449$55.
O resultado financeiro final foi de
cerca de 2 060 mil contos, superior ao de 1977 em 566 mil contos, o que
permitiu, para além do substancial reforço das provisões e das amortizações, o
resultado líquido de 238 053 310$26.
(continua)
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