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domingo, 2 de julho de 2017

Da confiança à crise dos Bancos (74)

Do Banco Português do Atlântico (31/12/1942) ao Millennium BCP:

Em 1993, o BPA criou o BPA Brasil, após ter comprado, em fevereiro de 1992, o Banco Real do Canadá, no Brasil; instalou uma filial em Maputo, Moçambique, e assumiu de forma indireta o controlo da União de Bancos Portugueses (UBP) que tinha resultado da fusão dos Banco de Agricultura, Banco de Angola e Banco Pinto de Magalhães, pelo Decreto 3-A/78, de 9 de janeiro.
Entretanto, a estratégia definida resultou na venda de algum capital social dos seguros Bonança aos ingleses da Fox Pit e a abertura do capital social da UBP a novos acionistas por aumento de capital. O estudo sobre a reorganização e reestruturação do Grupo, liderado por João Oliveira, foi elaborado pela Goldman Sachs, com conclusão no final do ano de 1993. Com a terceira fase da privatização do BPA, após definida por decreto-lei, nenhum investidor estrangeiro poderá individualmente vir a deter mais de 3% do capital do Banco, cujo capital ainda está detido pelo Estado em 25% a alienar na quarta e última fase da privatização a ter lugar na Bolsa de Nova Iorque. Se no final da primeira fase da privatização o número de acionistas era de 28 mil, no fim da quarta fase o número de acionistas ultrapassou 40 mil, entre eles os irmãos Oliveira da Riopele, a Mota & Companhia, a Colep, os irmãos da Valouro, a Maconde, a RAR e a Sonae.
Em 1994, o BPA abriu uma agência de representação em Caracas e fundou uma sucursal nas Ilhas Caimão. Entretanto, com o aproximar da compra do BPA pelo BCP fez os acionistas recorrerem, em julho de 1994, para a Bolsa de Valores. No domínio das cotações, as ações do BCP caíram 1,1%, refletindo a reação dos investidores com pressão de venda ao anúncio da Oferta Pública de Aquisição (OPA), lançada pelo BCP sobre 40% do capital do BPA.
O problema da OPA foi o facto de a decisão ter sido tomada pelo Conselho de Administração e não em Assembleia Geral, o que criou em muitos acionistas grande descontentamento, tendo aventado a hipótese de convocarem uma Assembleia Geral com vista à anulação da decisão tomada. O fundamento para a recusa estava no facto de implicar o BCP mobilizar 132 milhões de contos para garantir o êxitoda OPA, valor superior ao seu próprio capital social, inferior a 110 milhões de contos. Receavam que a operação afetasse negativamente a solvabilidade do BCP, o que o obrigaria aumentar os seus capitais próprios se a OPA se concretizasse.
A contestação não teve efeitos, tendo sido concretizada, em 1995, a participação maioritária, por aquisição do capital do BPA pelo BCP, tendo já, a partir de 15 de julho de 1994, lançado no mercado «Fundos BCPAtlântico» nas áreas da Tesouraria, Obrigações, Obrigações Taxa Fixa, Ações, PPA Eficiência Fiscal e Fundos de Fundos. Naquele ano, o BPA abriu uma agência de representação em Caracas e fundou uma sucursal nas Ilhas Caimão. Em 1997, o Banco Wachovia adquiriu uma participação maioritária do Banco Português do Atlântico-Brasil com sede em São Paulo. Em 1998, o Banco Central Hispano (BCH) adquiriu os negócios do BPA em Espanha, uma vez que o BCH era um parceiro do BCP.
Em 1999, o BPA assinalou «80 Anos de geração em geração», tendo por base a primeira estrutura bancária que lhe deu origem: a Casa Bancária Cupertino de Miranda & Irmão, criada em 14/05/1919. Em 2000, o BCP foi autorizado pela Corporação Federal Asseguradora de Depósitos (FDIC) a fundar o Banco BPA em Newark, na Nova Jérsia. Em 30 de junho de 2000, o BPA foi absorvido pelo BCP, ficando para a história a marca BPA.
(continua)

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