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sábado, 12 de maio de 2018

Bancos Criados na Madeira que Desapareceram (4)
Para gerir o BANIF foi chamado o Dr. Raul Capela, tendo afirmado que “a CEF promoveu o aumento excessivo do seu quadro de pessoal, na sua generalidade de baixo nível técnico e profissional, e nalguns casos ético e deontológico numa evidente perda de controlo”. De tal ordem que o BANIF recebeu um total de 446 trabalhadores, tendo criado na administração do novel Banco a urgente necessidade de acertar o número ideal para viabilizar a gestão futura. Alterou o modelo hierarquizado da gestão pesada ao nível do elevado número de balcões por toda a Região com um gerente e dois subgerentes. Dos 446 trabalhadores que vieram da CEF, 176 foram dispensados. Alguns deles foram admitidos na Empresa de Electricidade da Madeira que também era acionista do BANIF. O processo foi doloroso para aqueles trabalhadores, tendo o Sindicato dos Bancários de intervir para evitar grandes prejuízos pessoais, nomeadamente no que respeitava aos apoios médico-sociais, uma vez que, no dia 22/01/1979, tinha sido celebrado o acordo de adesão entre a CEF e aquele sindicato.
Em julho de 1990, o BANIF tinha 270 trabalhadores, número ainda excedentário, no dizer do administrador-delegado, Marques de Almeida, “mas que já não é um factor condicionante à evolução positiva da instituição de crédito”.
No final do mês de outubro de 1990, o BANIF tinha 22% da quota do mercado. Mas, segundo afirmou o Presidente do Conselho de Administração, dr. Raul Capela, nas Jornadas Financeiras realizadas no dia 19/11/1988: “Somos uma instituição em transição de uma outra sem cultura e com má imagem junto do público, para uma com boa imagem perante a população”.
No final do primeiro ano de exercício, o ativo líquido do BANIF ascendeu a cerca de 78,8 milhões de contos, correspondendo a um acréscimo de 19,7% em relação ao valor registado no seu balanço de constituição. O montante do crédito concedido foi de 36,5 milhões de contos, que corresponde a 42,7% do ativo bruto. Segundo o Relatório, “a elevada taxa de crescimento, desde a sua constituição até ao final do ano, foi possível graças à evolução verificada nos recursos do banco e aos dois empréstimos externos contraídos com cobertura de risco de câmbio”. Os depósitos a prazo, à ordem e de poupança atingiram 61 milhões de contos e o resultado contabilístico do exercício foi negativo em 2,7 milhões de contos. Mas, segundo a administração: “caso não se tivesse procedido às amortizações, devidas a prejuízos da extinta CEF, o BANIF teria apresentado um resultado positivo de 463 mil contos”.
No início de 1992, o Estado ainda detinha 2,5 milhões de ações do capital do BANIF, quer através do Tesouro, quer da Caixa Geral de Depósitos e de outras instituições de capital público.
O administrador Raul Capela referiu (Eco do Funchal, de 28/02/1992, citando Luís Naves do «Semanário») que os acionistas têm direito de opção na aquisição daquelas ações “quando o tesouro pretender vendê-las. Só para este efeito está em curso um processo de avaliação do banco”.
Naquele ano, o BANIF procedeu à sua expansão com a abertura de novas agências no Continente e já liderava o mercado bancário da Madeira. Para além da sua sede no Funchal, a da Rua Alexandre Herculano, em Lisboa, e o estabelecimento principal no Porto, tinha 6 Dependências no Funchal, 16 Agências na Madeira e Porto Santo e 18 Agências em todo o território continental.
(continua)       

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