Bancos Criados na Madeira que
Desapareceram (6)
O ano de 1994 marcou uma viragem na administração do BANIF.
Raúl Capela, que era presidente do Banco desde a sua fundação, saiu em 31 de
março dando lugar a José Manuel Castro da Rocha. A última grande ação de Raúl
Capela foi a aquisição das ações que a UBP – União de Bancos Portugueses
detinha na sociedade ASCOR DEALER – Sociedade Financeira de Corretagem, S. A.,
em que o BANIF já era titular de 10,377% do capital. Com esta operação da
compra de 368 mil ações por 600 mil contos o BANIF passou a dominar 70% da
ASCOR. Mas foi necessário recorrer a financiamento pela via da emissão de
«empréstimos obrigacionistas». Outro objetivo fundamental do BANIF era abrir
mais 53 balcões até 1996 (o dobro da sua rede), como forma de conquistar mais
quota de mercado, “passando dos actuais 1,5 por cento para cerca de 5 por
cento” (in Eco do Funchal, 25/03/1994).
O novo presidente, em entrevista ao DN, de 29/07/1994, afirmou
que “o BANIF não teve propriamente uma política de alargamento da sua rede, da
sua base de implementação e ainda hoje, um dos problemas mais importantes que
temos para resolver é a baixa notoriedade que o Banif tem no Continente. Na
Madeira, o banco tem uma excelente implementação e este posicionamento terá que
ser a todos os níveis mantido”. Salienta que “as PME`s causaram ao banco os
maiores problemas em termos de crédito vencido e malparado. Mas esse é um
problema que não é específico do Banif e tem as suas raízes na crise económica
que se vive actualmente em Portugal. Temos que o enfrentar através de uma
afectação crescente de resultados e provisões”. No final de 1994, o BANIF tinha
57 balcões, 33 dos quais estavam no território continental, especialmente na
Grande Lisboa, Grande Porto e Zona Litoral, e de 2 sucursais exteriores e 1
filial off-shore nas ilhas Caymão, processo que continuou a desenvolver para
abranger importantes centros da atividade económica do País e no estrangeiro.
O ano de 1995 marcou a nova fase da expansão do BANIF,
em todas as frentes onde foi possível a nova administração intervir. A
publicidade em jornais apresenta nova formulação de captar clientes. O seguinte
exemplo paradigmático está no jornal «Século de Joanesburgo», de 27/11/1995:
“BANIF. DESDE A SUA ORIGEM SEMPRE AO PÉ DE SI.
Conte com o BANIF- Banco Internacional do Funchal para todos os serviços
que só um Banco de grande solidez é capaz de assegurar. Tenha a seu lado o
comprovado profissionalismo que faz o BANIF progredir com rapidez e segurança.
O BANIF, o maior Banco da Região Autónoma da Madeira, expande-se hoje por todo
o Portugal Continental. Fale connosco. Vai sentir que queremos apoiá-lo”. E no
mesmo jornal do dia 25/03/1996, a publicidade dizia: “Milhares de Quilómetros
nos separam. Um só Banco nos Une”.
No fim do ano de 1995, a composição do grupo BANIF tinha mais 3
empresas que em 1992: Banif – Banco Internacional do Funchal (Cayman), Lda,
capital social 26 000 000,00 dólars, participação de 100%; Espaço
Dez, capital social de 400 contos, participação de 25%; Mundichiado, capital de
5 000 contos, participação de 100% (sem atividade).
Novas etapas do BANIF em 1996, não só com a compra de 56% do
capital do BCA – Banco Comercial dos Açores que detém a Companhia de Seguros
Açoreana; aumento do capital de 17,5 para 22,5 milhões de contos, com escritura
no dia 2 de setembro. O aumento de 2,5 milhões de contos foi por incorporação
de reservas. Os restantes 2,5 milhões foram reservados a acionistas, órgãos
sociais e trabalhadores do Banco.
(continua)
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