Bancos Criados na Madeira que
Desapareceram (7)
No ano de
1997 o BANIF deu seguimento à política de promoção dos seus produtos
financeiros junto dos seus clientes e do público em geral. Na Região, no País e
no estrangeiro onde existem emigrantes madeirenses a publicidade tinha muita
força e era permanente. O “Crédito Banif Habitação” era “Tão fácil como abrir
um sorriso”. Esta expressão fazia parte da publicidade nos órgãos de informação
escrita para apelar à aquisição ou construção de “casa própria permanente,
secundária ou para arrendamento”, para “Obras de beneficiação”, “Depósitos de
Poupança Emigrante”, “Depósitos à Ordem e a Prazo em MN/ME no Offshore da RAM,
com Benefícios Fiscais e Transferências de Valores de e para o Estrangeiro”,
bastando “dirigir-se a uma agência do Banif e preencher um simples impresso de
adesão”. Era muito fácil e bastava “Não mais de 48 horas”. “E os jovens gozam
de condições especiais? Claro que sim. Todos os que ainda não tenham feito 31
anos à data da escritura, podem optar pelo Regime Jovem Bonificado e beneficiar
de condições mais vantajosas”.
A
30/06/1997, o BANIF endereçou uma carta aos clientes, emitida em Lisboa e
subscrita pela Directora de Património, Administrativa e de Segurança, Assunta
Velosa, a apresentar “uma proposta de valor que, esperamos, venha a merecer a
sua atenção”. O objetivo da proposta era
a venda de imóveis que estavam na propriedade do Banco, resultado de
empréstimos não pagos pelos clientes. Já naquele ano havia as agora chamadas
«imparidades». Por isso, diz a carta, “Ao longo de alguns anos o Banif, pelas
mais variadas razões, tornou-se proprietário de imóveis que, como sabe, não
constituem o fulcro da actividade bancária. Neste sentido, é nosso propósito
propor a venda dos mesmos aos nossos clientes, em condições bastante
vantajosas, disponibilizando Linhas de Crédito que poderão ascender a 100% do
valor de aquisição do imóvel”. Anexada à carta vinha uma brochura com
informações sobre alguns imóveis e os contactos do Banco em Lisboa e na Madeira.
Ao longo
daquele ano, o BANIF manteve o interesse em adquirir 34% das ações que o
Governo Regional dos Açores detinha no Banco Comercial dos Açores. Em
entrevista ao jornal «Semanário», de 27/12/1997, Castro Rocha, Presidente da
Comissão Executiva do BANIF, declarou acabar com um conflito com o Governo dos
Açores e que “a Banif Açores, SGPS, aumentou já a posição no BCA adquirindo aos
trabalhadores 8,06 por cento. Os trabalhadores, pequenos subscritores e
emigrantes tinham as suas ações vinculadas ao compromisso de indisponibilidade
durante um ano. Esse prazo terminou em Novembro passado”.
De acordo
com o Relatório e Contas de 1997, “foram admitidos no Banco 163 empregados, dos
quais 78 com formação superior. Saíram no mesmo período 58 empregados, sendo o
quadro de pessoal efectivo do Banco em 31 de Dezembro de 1997 constituído por
1.116 empregados. Ao nível do Grupo Banif, incluindo as seguradoras do Grupo, o
quadro de pessoal nessa data eleva-se a 2.100 empregados”.
Verificou-se,
naquele ano, que o Grupo BANIF foi ampliado com mais algumas sociedades, tais
como: BANIF (Açores) SGPS, S.A. com 72% no capital de 3 000 000
contos; BANIF (Brasil), Lda, com capital de R$ 150 000; Oceânica –
Companhia de Seguros, com capital social de 2 335 000 contos; Açor
Pensões, com capital de 200.000 contos. No exercício de 1997, o Banco gerou um
resultado, líquido de impostos, no montante de 2.266.142.678$42.
(continua)
Sem comentários:
Enviar um comentário