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sábado, 5 de maio de 2018


  Bancos Criados na Madeira que Desapareceram (2)
Se o século XIX marcou o aparecimento dos primeiros Bancos, também revela a sua fragilidade no seio do sistema financeiro em geral, com multiplicidade e rápido desaparecimento de alguns e/ou fusão entre outros.
- A Criação, em 25/4/1875, Banco Comercial da Madeira, e instalado em 1 de junho daquele ano, não se limitou a receber depósitos e conceder crédito. Tinha também funções era emitir notas ao portador; receber depósitos em conta corrente e a prazo fixo, pagando juros aos clientes; descontava letras de câmbio, títulos comerciais e títulos do Estado e de quaisquer estabelecimentos públicos, empréstimos sobre hipotecas; liquidações de heranças e operações de crédito agrícola e industrial. Com os lucros obtidos, foram distribuídos dividendos aos acionistas até 1883, inclusive. A partir daí os problemas financeiros determinaram a sua dissolução em 1887, com prejuízo para os acionistas, em parte devido a não estarem garantidos muitos dos seus capitais.
- Foi naquele contexto que, em 02/04/1879, nasceu a CEF – Caixa Económica do Funchal, anexa à Associação de Socorros Mútuos “4 de Setembro 1862”. A ideia partiu de decisão da Assembleia Geral da Associação, realizada no dia 27/01/1879, apesar de os primeiros passos terem sido dados na Assembleia Geral de 17/06/1866. O «Diário de Notícias» de 03/04/1879 deu a seguinte notícia: “Abriu-se hontem a Caixa Económica da Associação de Beneficiência, como estava annunciado, entrando em depósito 426$500 rs, que serão dados a juros de 8% o anno, sob penhores ou hypothecas”.
O primeiro financiamento solicitado à CEF teve lugar a 15 de Julho do ano da sua criação, sendo o valor pedido, por hipoteca, 7 363$000 reis, embora apenas tivesse sido possível conceder 3 700$00; no final de 1880, a Associação estava em crise financeira, tendo tomado medidas urgentes para o aumento de sócios que, em junho de 1882, eram 2 461; em 1888, devido a muitos sócios  terem quotas em atraso, a Associação despediu 1 103; em 1903, a normalidade da CEF foi afetada pelos muitos e avultados levantamentos de dinheiro, tendo sido considerado pelos responsáveis dever-se à saída da Madeira de muitos seus depositantes; em 1907, surgiu um boato de que a CEF “abriria falência”, tendo a direção prometido 50$000 reis a quem descobrisse  “o autor ou autores de tal boato”. O certo é que nada foi apurado.
A história da Associação e a da sua Caixa Económica revela riquíssimos factos com períodos de prosperidade e outros de penosos sacrifícios de sobrevivência. Pouco depois do 25 de Abril de 1974, a dinâmica de promoção da CEF levou à divulgação da sua história na imprensa regional. Em 1979, a Associação foi declarada de utilidade pública por resolução do Governo Regional, de 29 de março, e, naquele ano, foram aprovados novos estatutos da CEF que passou a ter administração própria a partir de 01/01/1980. A partir de 1979, o novo regime jurídico das caixas económicas ampliou as funções das caixas económicas em geral.
Matriculada na Conservatória do Registo Comercial do Funchal, sob o nº 3658, o nascimento da sociedade BANIF – Banco Internacional do Funchal, S.A. evitou a falência da CEF. O dia 15/01/1988 foi o dia crucial para a salvação dos depositantes daquela Caixa. Foi a data apropriada para varrer os armários da centenária instituição, passando o ativo e passivo para o património do novel Banco.
(continua)

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