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sábado, 18 de agosto de 2018


Bancos Criados na Madeira que Desapareceram (17)
Da Assembleia Geral anual do BANIF – Banco Internacional do Funchal (Grupo Financeiro), realizada no dia 30/05/2012, saiu a informação de que, em breve, seriam iniciadas negociações com o Governo da República para acertarem os valores necessários à recapitalização do Banco. O dinheiro viria do fundo de 12 mil milhões de euros que havia sido estipulado aquando do empréstimo a Portugal pela troica, na quantia de 78 mil milhões.
A quantia avançada, como sendo necessária para a recapitalização, foi de 500 milhões de euros, incluindo obrigações dos acionistas privados. Jorge Tomé, presidente da Comissão Executiva do Banif salientou: “Temos previsto no plano de recapitalização, que faz parte do nosso projecto estratégico mais global, é capitalizar o Banif S.A. e não o Banif SGPS. Vamos concentrar quase toda a actividade bancária no Banif S.A., pois vamos operar uma grande reestruturação societária, no sentido de simplificar o grupo”.
No dia 08/10/2012, nova assembleia geral decidiu a fusão incorporando a “holding” Banif SGPS no Banif – Banco Internacional do Funchal, SA., concretizada no dia 17 de dezembro daquele ano. Trata-se de uma reviravolta do que foi acontecendo ao longo dos anos, em que o Banif (Banco) chegou a ser a terceira empresa do grupo financeiro Banif. Uma vez desaparecida a Banif SGPS, a nova estrutura recolocou o Banif - Banco Internacional do Funchal, SA na cabeça do Grupo, acima do Banif Mais (de crédito especializado), da seguradora Rentipar, do Banif Investimento e do Banif Brasil. Entrava, assim, a nova fase com a previsão de encerrar balcões do Banco, acabando por fechar 42, e a dispensa de 300 funcionários.
Quando em 19/11/2012 o BANIF – Banco Internacional do Funchal, S.A. organizou em Caracas o XI Encontro de Gerações, Jorge Tomé afirmou aos cerca de 400 participantes no encontro: “Portugal tem um sistema financeiro robusto, cujos bancos nunca se envolveram em `activos tóxicos´ nem na ´bolha imobiliária´. Para além disso, o nosso país cumpriu já uma série de passos importantes, faltando apenas vencer a ´batalha do crescimento económico´ (…) o Banif tem hoje 5 mil accionistas e temos de triplicar esta base (…) somos a maior marca na Madeira, somos o maior banco nas Regiões Autónomas e junto das comunidades portuguesas – sobretudo Venezuela, África do Sul, Estados Unidos e Canadá. Contamos com todos no processo de recapitalização. Será certamente um bom investimento com retorno considerável a prazo. O BCP e o BPI são disso exemplo” (DN, 21/11/2012).
O prazo previsto para a recapitalização do Banif, pedido pelo Banco de Portugal que fosse até o final de 2012, teve de ser adiado para 2013, havendo também alteração no montante necessário. Em dezembro daquele ano, o Governo da República anunciou que iria participar na recapitalização, atribuindo 700 milhões de euros através da subscrição de ações especiais e 400 milhões em instrumentos de dívida convertíveis em ações, tendo notificado a Comissão Europeia a 11 daquele mês. A assembleia geral, realizada no dia 16/01/2013, aprovou o reforço de capitalização daquele montante público. Mas estavam previstos mais 450 milhões, numa segunda fase, a subscrever por privados para que o Banif voltasse a ter maioria do capital privado. A intervenção do Estado no Banif foi autorizada pela Comissão Europeia em 21/01/2013, passando o Estado a ser o acionista maioritário (mais de 90%), tal como aconteceu quando foi criado em 15 de janeiro de 1988.
(continua)

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