Bancos Criados na Madeira que
Desapareceram (18)
A promessa
do BANIF–Banco Internacional do Funchal S.A. de aumentar o capital em 450
milhões, a subscrever por privados para que o Banco voltasse a ter maioria do
capital privado, não foi cumprida nas fases previstas. Em 26/6/2013, alguns
acionistas subscreveram 10 mil milhões de ações a um cêntimo cada, totalizando
100 milhões de euros. Até o final daquele mês, o BANIF deveria devolver ao
Estado 150 milhões de euros por conta dos 400 milhões emprestados, mas tal não
aconteceu por não ter sido possível encontrar financiadores, tendo sido pagos a
29 de agosto daquele ano. Quando em 5 de agosto ficou concluída a subscrição
feita por empresas e pessoas em nome individual, o BANIF ficou a 209,3 milhões
de euros de sair do controlo público. E em meados de outubro ainda faltavam 137
milhões! Na assembleia geral de 16/09/2013, foi aprovado o aumento de capital
do BANIF com entradas em espécie no montante de 198.997.921,88 euros, ficando o
capital em 1.709.697.921,88 euros.
Em 30/05/2013,
na assembleia geral do BANIF a informação pública dada por Jorge Tomé foi a de
que faltavam “pequenos detalhes técnicos para fechar o plano de reestruturação
que está a ser negociado com Bruxelas e que definirá a estratégia do banco até
2017. De relevante em matéria das principais linhas de força do plano de
reestruturação e das linhas estratégicas do banco para o futuro, está fechado
(…) pensamos que nos próximos dias está fechado com a Direcção-Geral da Concorrência”.
Mas no final daquele ano, o BANIF ainda aguardava a decisão da Comissão
Europeia quanto ao plano de reestruturação.
Entretanto,
o BANIF agravou os prejuízos no primeiro semestre de 2013, com um resultado
líquido negativo de 196 milhões de euros, devido ao aumento das dotações para
provisões e imparidades, na ordem dos 222 milhões de euros, decorrente da
“operação creditícia do Brasil” e do “reforço adicional na área doméstica
resultante de uma auditoria prudencial transversal a todos os bancos realizada
por indicação do Banco de Portugal”.
Em 30/05/2014
a assembleia geral aprovou as contas do exercício de 2013 com o resultado
negativo em 494 milhões de euros. A nova fase do BANIF foi encerrar agências,
tendo sido encerradas 86 em 2012 e 2013 e estavam previstas mais 60 em 2014. E
foram dispensados 611 trabalhadores, por mútuo acordo, naqueles dois anos e
estava previsto dispensar até 300 em 2014.
O BANIF
iniciou o ano de 2014 com a realização de uma emissão de títulos que se referem
a uma operação de securitização (uma operação em que o ativo não é dívida do
próprio Banco). Tratou-se de agrupar carteiras de crédito a pequenas e médias
empresas “originadas pelo Banco de Portugal e depois vendeu-as a investidores”.
De acordo com o «Jornal da Madeira», de 25/01/2014 “Na operação liderada pela
StormHarbour (Boutique financeira que ajudou o IGCP no processo dos ´swap´ de
empresas públicas) e pela unidade de investimento do Banif, o banco registou
uma procura equivalente a 700 milhões de euros, 1,6 vezes acima das obrigações
colocadas, avaliadas em 438 milhões (…) a emissão foi subscrita por cerca de 30
investidores provenientes de diversas geografias europeias (Reino Unido, Suíça,
Itália, Alemanha, Holanda, França, Bélgica, Portugal e EUA). Em causa estarão
investidores como seguradoras, fundos de pensões e fundos de investimento (…)
está assim confirmada a capacidade do Banif, de uma forma sustentada, aceder
aos mercados de captação de recursos internacionais em condições muito
competitivas e favoráveis”.
(continua)
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