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domingo, 9 de agosto de 2020

 

Autonomia que alimentou a Pobreza (1)

“Para o povo ter mais dinheiro, ter pão para a boca,

ter mais emprego, temos que ter mais meios legislativos

para governarmos o território de uma forma mais eficaz

de fazer render melhor o que nós fizermos de investimentos”.

Alberto João Jardim, 15/11/2008, no Congresso dos TSD

 Quarenta e quatro anos a governar a Região Autónoma da Madeira, o PSD e o seu Governo desenvolveram uma política económica e social propícia a alimentar uma realidade caraterizada por um elevado grau de pobreza e de exclusão social de milhares de madeirenses.

Desde 1976, o Governo Regional teve à sua disposição as receitas dos impostos regionais, dinheiro do Orçamento do Estado e, depois, fundos comunitários, a par do recurso a dívidas nos  Bancos, tudo para gastar onde e como entendeu, com o apoio político da Assembleia Regional.

Uma análise nua e crua da realidade social da Madeira profunda demonstra que os pobres da «MADEIRA NOVA» são revelados a vários níveis e por toda a Região. Há pobreza declarada e pobreza camuflada porque, neste caso, ainda há quem tenha vergonha de manifestar a sua insuficiência económica. É uma vergonha para uma Região, rica só na boca dos demagogos e hipócritas social-democratas regionais, desde os primeiros responsáveis pela situação social, até os seus subservientes subordinados que ajudam a camuflar os desmandos da governação. 

Outra questão é a de saber em que o Governo Regional gastou tanto dinheiro que entrou nos cofres da Região, quando se sabe que o dinheiro gasto em questões sociais vem do Orçamento da Segurança Social Nacional, até para pagar o ordenado dos funcionários do Instituto da Segurança Social da Madeira, e que para este o Orçamento Regional não transfere nem um cêntimo.

A pobreza que o PSD-M vem criando não é somente a que diz respeito às famílias que correm ao Rendimento Social de Inserção; aos «sem-abrigo»; às famílias assistidas diariamente por diferentes instituições de solidariedade social, fornecendo refeições, roupa, serviços de lavandaria e higiene pessoal; noutras formas de manifestação de pobreza – sem contar com os pobres de espírito que vagueiam pela Região  à sombra do PSD.

Mas também fervilham por todo o lado milhares de casos extremamente graves de alcoolismo; a toxicodependência é cada vez mais acentuada em toda a Região; a criminalidade acentua-se em muitos concelhos; a disfunção e marginalização social  afetam  grupos mais vulneráveis como é o caso dos jovens e crianças, daí a delinquência juvenil constituir um grave problema regional; a violência doméstica é cada vez mais um grave fenómeno regional; o desemprego e a precariedade não foram irradicados na Região; alguns concelhos da Região têm o menor poder de compra «per capita» nacional; milhares de idosos teem pensões abaixo do Salário Mínimo Regional, daí usar o PIB como indicador do bem-estar, constitui um erro, por não refletir situações sociais e económicas para as pessoas no acesso a bens  que satisfaçam as necessidades básicas na sua luta pela sobrevivência.

O que daí decorre é que constitui uma obra fabulosa da autoria do PSD-M, não ter engenho nem arte para promover políticas de desenvolvimento harmonioso e global, de modo a satisfazer as mais elementares necessidades sociais e económicas de milhares de famílias que, por óbvias razões, não conseguiram meios de subsistência, pelo contrário, estão numa situação de penúria.

Não vivem mas sobrevivem!

(continua)

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