Madeirenses no Parlamento Europeu
A importância das próximas eleições para o Parlamento
Europeu ultrapassa o ruído que está a verificar-se quanto aos candidatos que as
lideranças partidárias escolherão para a respetiva lista. A acrescer às
competências daquela instituição, também passará a ser sua a determinação de quem será o novo líder da Comissão Europeia, como
executivo que tem iniciativa legislativa e supervisiona a sua implementação.
Segundo
as novas regras, os chefes de Estado e de governo da UE, irão propor um
candidato ao cargo de futuro presidente da Comissão. Para tal, os partidos
políticos europeus apresentarão os seus candidatos, permitindo dar a conhecer
antecipadamente aos eleitores a sua escolha, permitindo o voto mais acertado,
face à importância que tem a Comissão Europeia.
Relativamente à constituição das listas, tem sido sempre reivindicado pelo PSD-M e PS-M, junto da liderança nacional a inclusão de um candidato madeirense em lugar elegível, com o argumento das especificidades regionais que determinaram a autonomia política.
* Após a adesão de Portugal à então CEE (01/01/1986), os
primeiros deputados portugueses ao PE foram eleitos pela Assembleia da
República. A dissolução desta determinou a eleição direta de 24 deputados pelos
portugueses a 19/7/1987. Naquela eleição, apenas o PSD-M conseguiu incluir o
prof. Virgílio Pereira em lugar elegível. Os restantes partidos foram
absolutamente centralizadores, não incluindo nenhum elemento quer dos Açores
quer da Madeira. A vitória coube ao PSD (10
deputados), PS (6), CDS (4), CDU (3) e PRD (1), num total de 24 deputados.
* Nas eleições de 18/6/1989, o PSD-M viu de novo a inclusão
do prof. Virgílio Pereia em lugar elegível. O PS apenas incluiu em lugar
elegível um elemento dos Açores (Cunha de Oliveira). O resultado eleitoral determinou a vitória do PSD (9
deputados), PS (8), CDU (4) e CDS (3).
* Nas eleições de 12/6/1994, novamente o PSD-M foi
contemplado com a inclusão do dr. Nélio Mendonça, em lugar elegível. O PS-M
indicou o dr. Quinídio Correia (que ficou como suplente na lista), e o CDS-M o
eng. Rui Vieira, que não foram eleitos, embora, por substituições havidas,
assumiram o mandato em novembro de 1995. Tratou-se do único período em que
estiveram três deputados madeirenses em simultâneo no PE. O resultado eleitoral contemplou o PS (10 deputados), PSD
(9), CDU (3) e CDS (3), num total de 25.
* Nas eleições de 13/6/1999, novamente o PSD-M foi
contemplado com a inclusão do dr. Sérgio Marques, em lugar elegível. O PS
incluiu o dr. Paulo Casaca, dos Açores, em lugar elegível, e Rita Pestana, da
Madeira, que ficou em décimo sexto lugar.
A vitória coube ao PS (12 deputados), PSD (9), CDU (2) e
CDS (2), num total de 25.
* Nas eleições de 7/6/2004, houve uma grande novidade: O PSD
coligou-se com o CDS. De novo Sérgio Marques ficou em lugar elegível. O PS
incluiu o dr. Paulo Casaca (Açores) em quinto lugar e o dr. Emanuel Jardim
Fernandes (Madeira) em 12º lugar, tendo este sido eleito.
A vitória coube mais uma vez ao PS (12 deputados), PSD+CDS
(9), CDU (2) e BE (1), num total de 24 deputados.
* Nas últimas eleições, realizadas no dia 07/6/2009,
novamente o PSD-M foi contemplado com a inclusão do dr. Nuno Teixeira, em lugar
elegível. O PS apenas incluiu Luís Paulo Alves, dos Açores, em lugar elegível.
A vitória coube ao PSD (8 deputados), PS (7), BE (3), CDU
(2) e CDS (2), num total de 22.
Das seis eleições havidas para o Parlamento Europeu, após a
adesão de Portugal, está bem patente que o PSD-M teve sempre um seu
representante naquela instituição; o PS-M apenas teve um representante nas
legislaturas de 1994 e 2004; o CDS, apenas um representante na legislatura de
1994.
Por outro lado, o PS obteve três vitórias eleitorais
consecutivas (1994, 1999, 2004). O PSD também três vitórias (1987, 1989, 2009).
Por sua vez, a coligação do PSD com o CDS em 2004 não
resultou em vitória. Pelo
contrário, foram nove deputados contra 12 para o PS.
Outra conclusão que se pode tirar: as vitórias do PS e as do
PSD tiveram, quase todas, a ver com os efeitos das medidas tomadas pelo Governo
que estava, ou tinha estado, a governar o País.
Também foi clara e saborosa a vitória do PS (12 deputados),
quando em 2004 houve a coligação PSD+CDS (9 deputados). Resultados que tiveram
a ver com o pântano governativo de Durão Barroso e Santana Lopes.
O que espero dos resultados das eleições do próximo dia 25
de Maio é um resultado de derrota absoluta da segunda coligação PSD+CDS para o
PE.
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