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terça-feira, 26 de abril de 2016

Da confiança à crise dos Bancos (12)


No exercício de 1997, o BANIF gerou um resultado, líquido de impostos, no montante de 2.266.142.678$42. Também apresentou “Resultados Transitados do Exercício de 1996, no montante de 5.920.000$00, correspondentes aos dividendos relativos a 1996 das acções detidas pelo Banco no primeiro dia útil do período de pagamento dos mesmos, pelo que a Aplicação de Resultados se reporta ao montante global de Esc. 2.272.062.678$42”, que foram distribuídos da seguinte forma:
226.614.268$00 para Reserva Legal; 120.448.410$42 para Outras Reservas; 1.800.000.000$00 para Dividendos (Dividendo de 80$00 por acção); 125.000.000$00 para Distribuição pelos Empregados.
Em 31/12/1997, foi convocada uma assembleia geral dos detentores de “Obrigações de Caixa Subordinadas Banif/96”, a ter lugar no dia 11/02/1998 para “Proceder à nomeação do representante comum dos obrigacionistas e, eventualmente, de um ou mais substitutos; Fixar a remuneração e duração do mandato do representante comum dos obrigacionistas”. Estas obrigações tinham sido emitidas a 09/12/1996, no montante de 5.000.000 contos. Como se vê, não é nova a questão, agora tão falada, das obrigações subordinadas.

Na assembleia geral do dia 30/03/1998 foi aumentado o capital do BANIF, passando de 22.500.000$ para 30.000.000$00. Com este aumento de capital, foram alterados e republicados os estatutos do Banco, mantendo como órgãos sociais a Assembleia Geral, o Conselho de Administração e o Conselho Fiscal. Mas o Conselho de Administração é assistido por um Conselho Consultivo. Há também uma Comisão de Vencimentos, “composta por três accionistas eleitos pela Assembleia Geral, por um período de três anos, cujas decisões serão sempre tomadas por maioria”.
Devido a “irregularidades graves” na Agência de Câmara de Lobos, a Polícia Judiciária deteve, a 04/04/1998l, o anterior gerente, após participação feita pela administração do Banco.
A aplicação de Resultados de 1998, no total de 2.374.728.705$30, foram distribuídos da seguinte forma: 237.472.871$00 para Reserva Legal; 37.255.834$30 para Outras Reservas; 2.100.000.000$00 para Dividendos (Dividendo de 84$00 por acção); não consta nenhuma verba para distribuir pelos empregados, o contrário do que tinha acontecido no ano anterior.

Em meados do ano de 1999, o BANIF representava 3% do setor bancário português. E havia adquirido 51% do capital do Banco Primus, uma instituição brasileira. Horácio Roque, na altura presidente do Conselho de Administração referiu (JM, 30/07/1999) que “os planos da instituição financeira portuguesa na América Latina incluem um crescimento. É a internacionalização do Banco com raízes madeirenses e que, a nível do País, está em crescente expansão. Na Madeira, o Banif reume a maior percentagem da clientela bancária assumindo-se, com destaque, como a principal instituição de crédito da Região”.
No Relatório e Contas de 1999 aparece um diagrama com a designação do nome das 10 Direcções Comerciais e 9 Direcções Administrativas do Banco. Refere também o Resultado do Exercício, líquido de impostos, no montante de 1.957.222.561$00 (euros 9.762.584,98), assim distribuídos: 195.722.256$00 (euros 976.258,50) para Reserva Legal; 406.789.356$00 (euros 2.029.056,75) para Resultados Transitado; 1.323.181.200$00 (euros 6.600.000,00) para Dividendos; 31.529.749$00 (euros 157.269,73) para Outras Reservas; não consta nenhuma verba para distribuir pelos empregados.

 (continua)
gregoriogouveia.blogspot.pt



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