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segunda-feira, 13 de junho de 2016

Da confiança à crise dos Bancos (19)

Em 16/01/2010, o «Jornal da Madeira» deu a notícia intitulada “Banif lança corretora para gerir carbono”. O título parecia tratar-se do Banif – Banco Internacional do Funchal, SA. Mas não. No desenvolvimento da notícia, verifica-se que se trata do Banif Banco de Investimento, SA., que faz parte do Grupo Banif.  Artur Fernandes, presidente do Banif Banco de Investimento, disse que “Vamos lançar, em conjunto com a Fomentinvest, a primeira corretora de carbono em Portugal, com 50 por cento a cada um da nova corretora”, chamada «Banif Ecoprogresso Trading (Ecotrader) a ser presidida por Ângelo Correia, presidente da Fomentinvest, juntamente com mais dois administradores, “Carlos Jorge, do Banif Banco de Investimento, e Paulo Caetano, da Ecoprogresso”.
Quem era a Fomentinvest? Tratava-se de uma empresa que atuava nas áreas do ambiente, energia, mercado do carbono e mudanças climáticas. Tinha como acionistas: Fundação Ilídio Pinho, com 21,2%; Caixa Capital, 15,4%; Espírito Santo Capital, 15,4%; Millennium BCP, 25%; IP Holding, 15,4%; Banif Banco de Investimento, 7,7%; Fundação Horácio Roque, 7,7%; BAI-Banco Africano de Investimentos, 1,9%.
Outra afirmação de Artur Fernandes: “O Banif Investimento será o banco depositário dos accionistas da sociedade «Ecotrader» e «adviser» para os investimentos”.

Apesar da substituição temporária de Horácio Roque de presidente do Conselho de Administração do Grupo Banif, por motivos de doença, por Marques dos Santos, manteve-se a confusão total usando a expressão Banif significando Grupo Banif, embora parecendo falavam do Banif – Banco Internacional do Funchal, SA, criado em 1988.
Na Assembleia Geral, realizada no Funchal em 31/03/2010, tudo foi referido relativamente ao Banif Grupo Financeiro: que teve, em 2009, resultados líquidos de 54,1 milhões de euros; o valor do crédito concedido a clientes elevou-se a 11,8 milhões de euros; que os depósitos de clientes ascenderam a 6.743 milhões de euros; o produto total da atividade do Grupo Banif em 2009 atingiu 509,1 milhões de euros, “um aumento de 8,3%” em relação a 2008. Nenhuns dados específicos foram referidos acerca do Banif – Banco Internacional do Funchal, SA, tendo sido dito que, em 31/12/2009, o Banif Grupo Financeiro tinha “371 agências bancárias em Portugal” e tinha ao seu serviço “4.102 empregados, contra 3.574 em 2008”.

Em meados de maio de 2010, a morte de Horácio Roque correspondeu a alterações profundas nos órgãos de gestão, embora mantendo-se nela praticamente os mesmos gestores, quer do Grupo Banif, quer no BANIF – Banco Internacional do Funchal, SA, que ajudou a criar. Quando, em 15/01/1988, foi criado o BANIF para evitar a Falência da Caixa Económica do Funchal, Horácio Roque era o maior acionista privado, mas era o Estado que detinha a maioria do capital social do novo Banco.

Em 29 de dezembro de 2010, a Assembleia Geral decidiu aumentar o capital social, de 566 milhões de euros para 780 milhões. De acordo com a comunicação à CMVM – Comissão de Mercado de Valores Mobiliários, “o aumento de capital foi já integralmente realizado, através de uma entrada em dinheiro no montante de 214 milhões de euros, efectuada pela Banif Comercial, SGPS, SA, a qual subscreveu a totalidade das 42.800.000 novas acções emitidas, pelo que a Banif -SGPS, SA, holding de topo do Banif – Grupo Financeiro mantém o controlo (indirecto) de 100% do capital social e direitos de voto do Banif – Banco Internacional do Funchal, SA”. Tal aumento provocou o aumento do Rácio Tier I do Banif para perto de 10%, percentagem acima do mínimo exigido de 8% pelo Banco de Portugal.

(continua)

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