Da confiança
à crise dos Bancos (18)
Em 2009,
falar do BANIF não significa estar a referir-se ao BANIF – Banco Internacional
do Funchal, S.A. Como a confusão é total quando Horácio Roque usava a expressão
BANIF, o mais certo é que a referência seja dirigida para o Banif SGPS, SA ou
para a expressão abstrata de Banif Grupo Financeiro que inclui outros Bancos,
como é o caso do Banif Açores, Banif-Banco de Investimento e sociedades
financeiras participadas pelo Banif SGPS, SA.
Em
16/01/2009, o «Jornal da Madeira» (JM) deu a seguinte notícia: “Por estes dias,
a agência de notação financeira Fitch reiterou o nível de risco do Banif e de
uma perspetiva de evolução estável para esse risco, de acordo com uma nota
sobre a instituição financeira porrtuguesa. O “rating” (uma medida de risco de
incumprimento do crédito) de longo prazo do Banif está em “BBB+” e o “outlook”
(perspectiva de evolução desse rating” permanece estável”.
O mesmo
jornal, de 10 de março daquele ano, cita Horácio Roque que afirma: “Vamos levar
à Assembleia Geral de 31 de Março a proposta de aumento de capital de 350 para
500 milhões de euros (…) com o objectivo de reforçar os rácios de capital para
cumprir a recomendação do Banco de Portugal, ou seja chegar aos 8 por cento de
capitais próprios de base, que no final de 2008 eram de 6,84 por cento”.
As notícias
da assembleia geal, vertidas no JM, de 1 de abril, são de uma verdadeira
confusão entre Banif (Banco) e Banif SGPS e Banif Grupo Financeiro: “Na
Assembleia geral Anual de Accionistas da Banif SGPS, SA, ontem, o Conselho de
Administração do Banif – Grupo Financeiro, presidido pelo comendador Horácio
Roque, apresentou no Funchal o Relatório e Contas referente ao exercício de
2008”. Horácio Roque salientou a “autorização dos accionistas ao Conselho de
Adminsitração para que, quando achar conveniente, proceder a um aumento de
capital de 350 para 500 milhões de euros (…) o Grupo Financeiro teve o ano
passado alguns movimentos dignos de registo, nomeadamente a absoção pelo Banif
do Banco Comercial dos Açores, que passou a chamar-se Banif Açores”.
Também foi
referido que “os resultados líquidos consolidados da Banif-SGPS, “holding” do
Banif – Grupo Financeiro, elevam-se a 59,2 milhões de euros no exercício de
2008, o que traduz uma diminuição de 41,4% quando comparado com o resultado
obtido em 2007”
O activo
líquido do Banif – Grupo Financeiro totalizava 12.876,6 milhões de euros, em
31/12/2008, “registando um crescimento de 19,7% face ao final do ano anteior”.
“O crédito
concedido a clientes elevou-se a 10.409,7 milhões de euros, superior em 18,1%
ao valor registado em 2007. Os depósitos de clientes cresceram 20,4%
relativamente a 2007”.
“O produto
da actividade do Banif – Grupo Financeiro atingiu 470 milhões de euros em 2008,
registado uma subida de 5,9% em relação ao ano anterior”.
No primeiro
trimestre de 2009, o Banif (grupo financeiro) teve um prejuízo líquido de 0,9
milhões e euros, devido a uma imparidade registada naquele trimestre, de 16,1
milhões de euros, relativa à participação financeira no Finibanco
Em 10 de
julho, a Assembleia Geral do Banif SGPS aprovou a compra de 90% do «Banco Mais»
que era detido 100% pela Tecnicrédito SGPS, SA. Esta era detida
maioritariamente pelo Grupo Auto Industrial, operador do retalho automóvel.
Para aquela aquisição e a do Banco PLUS, na Hungria, a Assembleia Geral do BANIF
– Banco Internacional do Funchal, na sequência da Assembleia Geral do Banif
SGPS de 10 de julho, aumentou o capital em 140 milhões de euros, passando a ter
um capital de 490 milhões de euros e ficou com capitais próprios de 950 milhões
de euros.
(continua)
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