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segunda-feira, 30 de maio de 2016

Da confiança à crise dos Bancos (17)


Em fevereiro de 2007, Horácio Roque, presidente do BANIF, anunciou que a holding RENTIPAR iria alienar 10% do capital que detém no Banco, já comunicado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM). A notícia do jornal «Vida Económica», de 16/02/2007, salienta que “a Rentipar controla mais de 72,3% do capital do Banif” e que a alienação tinha em vista “obter uma maior liquidez e visibilidade das acções do Banif tornando-se necessário assegurar uma maior dispersão do seu capital em bolsa, pelo que a Rentipar está a ponderar a hipótese de alienar um lote de 25 milhões de acções, o correspondente a 10% do seu capital social e respectivos direitos de voto”. Mais refere a notícia: “Caberá à UBS e ao Banif Banco de Investimento desenvolver a operação de alienação, orientada para investidores institucionais e que deverá representar um valor de 138 milhões de euros. O capital do Banif é composto por 250 milhões de acções. Caso a operação tenha lugar, a participação da Rentipar no capital do Banif corresponderá a 62,33% do respectivo capital e também dos seus direitos de voto”.

Em entrevisra ao «Semanário Económico», de 02/03/2007, Horácio Roque referiu que “O Banif já recebeu a não oposição do Banco de Portugal para a criação de um banco de raíz em Malta e agora aguardamos apenas a luz verde das autoridades financeiras daquele país, o que estará para breve. Visitámos o país e fomos desafiados por um grupo de empresários de Malta para fazermos uma instituição com eles, sendo o controlo do Banif. E decidimos avançar com a criação de um banco (...) o Banif Bank Malta deverá abrir no primeiro semestre deste ano”.
Nesta entrevista surge a informação de que a Rentipar vendeu 10% do capital, não do Banif – Banco Internacional do Funchal, SA, mas sim do Banif, SGPS, SA (a holding). A pergunta do jornal foi simples: "Quando, em Fevereiro, vendeu 10% da Banif SGPS a CMVM disse que ia analisar o envolvimento da UBS na transacção. Como está esse processo?” A resposta de Horácio Roque foi a seguinte: “Está resolvido. Não chegou a haver qualquer processo por parte da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários”. Horácio Roque ao falar do Banif, fica-se sem saber se fala do Grupo Banif ou se se refere ao Banif Banco com sede no Funchal.
A partir de 24/07/2007, o BANIF passou a ter a sua agência nos Canhas, pretendendo reforçar os laços de proximidade com os clientes.

Na entrevista que Horácio Roque deu ao «Semanário Económico», de 22/02/2008, declarou: “O Banif -Grupo Financeiro fechou o exercício transacto com um resultado líquido de 101,1 milhões de euros, mais 29,4% que no ano anterior. O produto da actividade bancária e seguradora, subiu, também, 29,4% para os 443,8 milhões, os recursos de clientes ascenderam a 7.412 milhões de euros (16%) e o crédito concedido situou-se nos 8.816 milhões, um acréscimo de 22,3% face a 2006”.
E no dia 31 de março, com a realização da assembleia geral para analisar o relatório e contas referente a 2007, a informação de Horácio Roque, transmitida para a opinião pública, não poderia ser mais ambígua: O Banif, que sucedeu em 1988 à Caixa Económica do Funchal teve em 2007 um lucro líquido consolidado de 101,1 milhões de euros. Isto é, fala-se no Banif de 1988, mas os lucros são do Grupo Banif e não só do Banif Banco.
Em 18/03/2008, o Banif – Banco Internacional do Funchal abriu a 37ª agência na Madeira, em Machico, sendo já o quarto balcão neste concelho, e pretende abrir em todo o País mais 59 agências naquele ano, contando já com cerca de 300 trabalhadores. Mas no primeiro semestre os lucros do Banif-Grupo financeiro baixaram 5,9%.


(continua)

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