Da confiança
à crise dos Bancos (14)
O BANIF
entrou no ano de 2002 com a tarefa de reestruturar-se, criando “uma holding” e
três “sub-holdings”, decididas na assembleia geral realizada em 21 dezembro de
2001. As novas estruturas destinaram-se a gerir as participações sociais,
direta ou indiretamente detidas pelo Banco, integrando mais de duas dezenas de
sociedades. As três sub-holdings destinaram-se a gerir as principais áreas de
negócio do grupo: banca, seguros e internacionalização.
Em carta
envida aos clientes, datada do dia 20 de março de 2002 e subscrita pelo
Presidente do Conselho de Administração, Horácio Roque, e pelo Vice-Presidente
do Conselho de Administração, Joaquim Marques dos Santos, é anunciada a
reestruturação do Grupo Banif. Do teor da carta transcrevemos os seguintes
extratos:
- “Até
agora, o Banif – Banco Internacional do Funchal, S.A., além da sua actividade
como Banco, funcionava ainda como a holding do Grupo Banif”.
- “No
âmbito da referida reestruturação, realizou-se nesta data a escritura pública
da transformação do Banif - Banco Internacional do Funchal, S.A. em sociedade
gestora de participações sociais, com a exclusiva função de holding do Grupo
Banif deixando, consequentemente, de exercer a actividade bancária, passando a
denominar-se Banif - SGPS, S.A. e mantendo a mesma estrutura accionista e o
capital social de Euros: 150.000.000,00”.
- “Simultaneamente,
foi transferida integralmente toda a actividade bancária para um novo Banco,
com a mesma denominação social, Banif – Banco Internacional do Funchal, S.A.,
constituído com o capital social de Euros 200.000.000,00 e já realizado
integralmente, em exclusivo pela Banif -SGPS, S.A. mediante entradas em
dinheiro e em espécie, estas consubstanciadas na totalidade dos activos e
passivos inerentes à actividade bancária
até ao presente exercida pelo anterior Banif – Banco Internacional do Funchal,
S.A., transformado em Banif – SGPS, S.A.”
- “Em
consequência dos actos acima descritos e com a conclusão dos demais actos jurídicos
e administrativos, nomeadamente, apresentação no registo comercial e
declarações de início de actividade, a efectuar no próximo dia 1 de Abril de
2002, o novo Banif – Banco Internacional do Funchal, S.A. assume todos os
direitos e obrigações emergentes do relacionamento actualmente mantido com V.
Exa (s)”.
Do que
decorreu da estratégia empresarial do grupo BANIF, o Banco de 2002 não é o
mesmo de 1988, embora tenha o mesmo nome, cujo pacto social foi publicado no
jornal oficial da Madeira, II Série, de 29/04/2002. Além disso, o pacto social
do BANIF – SGPS, S.A., resultante da alteração do objeto social e de
denominação do Banif – Banco Internacional do Funchal, S.A., foi publicado no
Jornal Oficial da Madeira, II série, de 13/05/2002.
Na entrevista
ao semanário «Tribuna da Madeira» do dia 22/03/2002, Horácio Roque declarou que
o “BANIF nunca será vendido” e que “queremos continuar a crescer em termos
nacionais nas várias actividades do sistema financeiro. Temos crescido
razoavelmente na parte da banca e temos crescido no sector dos seguros”.
No final de
2002, o BANIF tinha 30 agências em toda a Região e em todo o território
continental e escritórios de representação na Venezuela, África do Sul, EUA,
Canadá, entre outros.
O resultado
do exercício de 2002 foi aprovado na Assembleia Geral, realizada no dia
31/03/2003, com a “necessidade de remunerar adequadamente o accionista único”,
tendo obtido o montante de 14.244.598,15 euros, com a seguinte aplicação: para
reserva legal 1.424.459,81 euros; para dividendos 9.600.000,00; para outras
reservas 3.220.138,34.
(continua)
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