Pesquisar neste blogue

segunda-feira, 30 de maio de 2016

Da confiança à crise dos Bancos (16)

O ano de 2005 marca para o BANIF mais uma posição de relevo no mercado bancário internacional com a abertura do Banco em Londres, a partir do dia 18 de setembro, depois da Venezuela, África do Sul, Estados Unidos e Brasil e noutros países. No jantar de gala esteve presente para além de Horácio Roque, presidente do BANIF, Cavaco Silva, Miguel de Sousa, em representação da Assembleia Legislativa da Madeira, e John Major.
Horácio Roque falou da história do Banco e da participação efetiva em sete países e três continentes, para além da grande expansão no continente português, Madeira e Açores.
Cavaco Silva referiu: “Se a Europa não conseguir inverter políticas, para enfrentar o desafio da competitividade, então não conseguirá resolver problemas como o desemprego, garantir a protecção social que os europeus ambicionam, e passará por dificuldades (…) é errado pensar que as exportações asiáticas se tratam apenas de produtos de mão-de-obra intensiva e tecnologicamente pouco avançados”.
Miguel de Sousa disse que “é o nome da Madeira e do Funchal, em particular, que estão a partir de agora na maior praça financeira mundial, através de um banco que é jovem e que nasceu na Região”.

O Relatório e Contas referente a 2005 refere: “O Rácio de Solvabilidade total do Banco, nível consolidado com o Banif Finance Ltd e com a Banif (Açores) SGPS, SA, (calculado de acordo com as instruções do Banco de Portugal) situou-se em 11,63% no final de 2005, (12,07% em 2004, enquanto que o rácio Tier I atingiu 6,89% (7,92% em 2004)”.
O Lucro Líquido foi de 26.104.449,08 euros, tendo sido a sua aplicação destinada: Reserva Legal (10%), 2.610.444,91; Dividendos 19.200.000,00; Outras Reservas, 2.919.004,17; distribuição pelos colaboradores: 1.375.000,00.

En fevereiro de 2006, Horácio Roque esteve de visita às instalações do Banco em Joanesburgo, tendo contatado com os clientes, grande parte dos quais emigrantes madeirenses. No convívio, Horácio Roque, depois de pedir ajuda aos emigrantes para chegar aos 75.000 clientes até final do ano, disse: “o crescimento do Banif foi o crescimento da Madeira, e tal como muitos outros madeirenses aqui presentes, o Banif saiu das águas agitadas da Madeira para todo o Mundo e hoje está presente em três continentes e num total de onze países (…) tal como disse em 1988 que o Banif estaria onde estivessem os madeirenses, foi isso que aconteceu”.
Com 230.000 clientes no final de 2005, o grupofinanceiro Banif queria atingir 300.000 no final de 2006 e queria aumentar a rede de balcões no continente dos 132 existentes para 200 em 2008, com ritmo de abertura de 20 novas unidades por ano.

Quando a divulgação pública de resultados financeiros começa a ser referida também ao Grupo Banif e não apenas ao Banco, avoluma-se a confusão num aglomerado de sociedades, mesmo que só do setor financeiro, resultando em ignorância por parte de clientes investidores em ações e em obrigações. Porque investir nestes produtos financeiros numa sociedade do Grupo, que não o Banco, não é legalmente o mesmo, embora seja legal o conglomerado de empresas, umas participantes e participadas noutras. É tudo legal e do conhecimento das entidades reguladoras. Mas não é percetível para os clientes ou futuros clientes ter conhecimento de um comunicado, de 17/05/2006, do Banif do seguinte teor: “O Banif – Grupo Fianceiro obteve lucros consolidados de 19,4 milhões de euros no final do 1º trimestre deste ano (…) o produto da actividade bancária atingiu 81.275 milhões de euros”.


(continua)

Sem comentários:

Enviar um comentário