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segunda-feira, 25 de julho de 2016

Da confiança à crise dos Bancos (23)

No âmbito do Plano de Recapitalização do BANIF–Banco Internacional do Funchal SA, iniciado a 26 de janeiro de 2013 com o aumento de capital reservado ao Estado com 700 milhões de euros, seguiram-se novos aumentos dirigidos aos acionistas e ao público em geral. Neste âmbito, no segundo semestre de 2013 houve quatro aumentos de capital que totalizaram 311,5 milhões de euros, o que fez aumentar o número de acionistas, passando de cerca de 5.500 em dezembro de 2012 para cerca de 27.000 acionistas em dezembro de 2013.
E para encerrar o processo de recapitalização com recurso a investidores privados, foi aberta uma operação de aumento de capital para permitir o retorno do BANIF ao controlo dos investidores privados, cujo montante total até 138.504.779,57 euros, com a emissão de 13.850.477.957 “novas ações ordinárias escriturais e nominativas, sem valor nominal e com um valor de emissão de €0,01 cada uma” com período de subscrição entre 16 e 30 de maio de 2014.

O prospecto divulgado a publicitar esta operação de aumento de capital salienta: “NÃO DEIXE PASSAR O MOMENTO”. “QUANDO SE FALA EM INVESTIMENTO, FALA-SE NO FUTURO. MAS AGORA QUE O BANIF ENTROU NUM NOVO CICLO, FALAMOS ACIMA DE TUDO, EM NÃO DEIXAR PASSAR O MOMENTO”.

Esse momento tinha a ver com o projeto consolidado para criar valor e contribuiria também para o prosseguimento, de forma sustentável, da estratégia então definida, assentando nos seguintes vetores prioritários:
- “Foco nos segmentos mais rentáveis, nomeadamente nos segmentos de micro-empresas e PME, bem como em propostas de valor específicas para Clientes ´affluent´ e ´private´”.
- “Desinvestimento nas unidades internacionais e em outras actividades ou áreas de negócio consumidoras de capital e não rentáveis”.
- “Redução da estrutura de custos do Banif, tornando-a totalmente adequada a uma reformulação da estrutura de negócios em função dos regmentos alvo identificados”.
- “Reforço da estrutura de capitais, tendo o Plano de Capitalização sido estabelecido para que o Banif cumpra os requisitos regulamentares e lhe permita enfrentar, de forma sustentável, cenários de stress, tal como definidos pelas directrizes do Banco de Portugal”.

No final daquelas operações, os investimentos privados no processo de recapitalização ascenderam, em 30/06/2014, a 450 milhões de euros, passando a ser o capital do BANIF de 1.720.700.000,00 euros, representado por 115.640.000.000 ações sem valor nominal. O Estado passou a deter 60.53% do capital social, e o BANIF adquiriu mais 6.690 novos acionistas.
No Relatório de Gestão e Contas do exercício de 2014, é referido que o Banif – Banco Internacional do Funchal, S.A. obteve um resultado negativo de 363.016.569,08 euros que passarm para Resultados Transitados.
Também refere que no Continente havia 143 Agências, 29 na Madeira e 32 nos Açores, depois de terem sido encerradas 72 em 2014. O BANIF é o cabeça do Grupo Financeiro com 36 empresas em que tem participações no capital social. O crédito bruto concedido a clientes atingiu 7.906 milhões de euros e os depósitos totalizaram 6.499 milhões.
Nas perspetivas futuras, o BANIF deverá centrar os serviços aos Açores e na Madeira, às Comunidades de Emigrantes, à micro-empresas, PME e a clientes privados de alto redimento no continente.


(continua)

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