Da confiança
à crise dos Bancos (32)
O centenário Banco
Espírito Santo e Comercial de Lisboa (BESCL) evoluíu em todo o País e no
estrangeiro, marcando um ciclo expansionista depois da reprivatização em 1991:
passou de 230 agências para 735, de 800 mil clientes para 2,1 milhões, de 8,5%
da quota de mercado para 20,7% e de um ativo líquido de 6,9 mil milhões de
euros para 75,2 mil milhões.
Criou o Grupo
Espírito Santo (GES) com empresas em várias áreas de atividade: turismo,
aviação, agricultura, cervejas, cimentos, seguros e tabacos, estando representado
em 18 países e 4 continentes com empresas participadas, sucursais e escritórios
de representação, chegando a ser o maior grupo financeiro internacional
português.
Em 22 de junho de 1968,
o BESCL abriu uma Agência no Lombo da Estrela (Calheta). Quando em 1993 comemorou
25 anos da abertura daquela Agência, a publicidade feita na imprensa refere: “A
solidez, o prestígio e a modernidade de um Banco centenário ao seu serviço, na
Calheta, há 25 anos. Queremos comemorar consigo uma presença de prata. Porque
somos, com toda a razão, “O seu Banco de Sempre””. Em 2007, o BESCL tinha na
Madeira e Porto Santo 19 balcões.
Em 7 de janeiro de
1972, uma notícia oriunda de Luanda pelo Boletim da Associação Industrial de
Angola, citando o jornal «O Lobito», dava conta que “Está previsto o
funcionamento de um novo organismo bancário, em Angola, cuja abertura ao
público talvez venha a registar-se no próximo ano”. Tratava-se do “Banco
Interunidos, cuja fundação deve-se ao Banco Espírito Santo e Comercial de
Lisboa, associado ao First National City Bank, de Nova Iorque, considerado o
segundo mais importante banco de todo o Mundo. Este será o sétimo
estabelecimento bancário de Angola”. Ao longo do ano de 1991, abriu escritórios
em Moscovo, Paris e Frankfurt, considerados pontos estratégicos do mercado
financeiro “geradores de oportunidades de negócios”, passando a estar
representado com sucursais nos Estados Unidos, Inglaterra, Bahamas e Espanha e
6 escritórios em Paris, Moscovo, Milão, Luanda e Frankfurt, e um «off-shore» na
Madeira.
Em 5 de de junho de
2005 a notícia do Semanário Económico dava conta ser o “BES com a pior
performance da banca europeia”. “O BES está a passar um período negro em bolsa.
Par além de liderar as perdas entre os bancos nacionais cotados, é ainda
totalista da pior performance do ano do sector bancário europeu”. A perfomance
desde o início do ano era de -3,76%; a do último mês era
-1,4%; o preço da
cotação de 12,75 euros. Em setembro daquele ano, o Grupo BES anunciou que iria
integrar no BES, o BIC -Banco Internacional de Crédito, significando uma mais
valia entre 24 e 28 milhões, também estando nos objetivos do BES abrir um Banco
em Cabo Verde.
No primeiro
trimestre de 2007, o melhor rácio de eficiência coube ao BESCL, na percentagem
de 46,2%. (no final de 2009 foi de 43,1%). Os resultados beneficiaram do bom
comportamento das receitas (comissões, margem e trading), tendo obtido um
resultado líquido consolidado de 139,8 milhõess de euros, mais 33% que em igual
período do ano anterior (em 2009 foi de 522 milhões de euros).
Em agosto de 2010,
o Grupo BES (através da ESAF) fez parceria com o Banco Pastor reforçando a sua
presença em Espanha, adquirindo ativos deste banco que teve os piores
resultados dos «stress tests» feitos à banca europeia. O investimento do GES teria
sido de 127,75 milhões de euros na compra da gestora de ativos Gespastor e 50%
da seguradora Pastor Vida.
Em outubro de 2011,
foi anunciado que BESCL precisava de aumentar o capital social em 687 milhões
de euros para poder atingir o novo rácio de capital.
(continua)
gregoriogouveia.blogspot.pt
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