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terça-feira, 6 de setembro de 2016

Da confiança à crise dos Bancos (31)

BANCOS DO SÉCULO XIX – Ao retomar a história resumida das instituições financeiras em Portugal, após um interregno dedicado à Caixa Económica do Funchal e ao BANIF que lhe sucedeu, em 1869 dá-se a criação da Caza de Câmbios, fundada por José Maria do Espírito Santo da Silva, percursora do Banco Espírito Santo (BES). Fazendo parte de um grupo de negócios nos mais variados setores económicos, o BES acabou incluído na onda trágicobancária da administração  interna e externa: aquela preconizada pela nefasta entidade Reguladora, chamada Banco de Portugal, esta, intitulada Comissão Europeia, fomentadora do descrédito das instituições financeiras europeias.
Na Calçada dos Paulistas, em Lisboa, a “Caza de Câmbios vendia lotaria espanhola e títulos nacionais e estrangeiros” (in «FOCUS 529/2009). Em 1915, é fundada a Casa Bancária Espírito Santo Silva e, em 9 de abril de 1920, após diversas transformações e devido à dinâmica levada a cabo pelo seu fundador, nasce o Banco Espírito Santo.
A Agência de Torres Novas foi a primeira a ser aberta e a primeira filial foi no Porto em 1921. Com intuito de consolidar recursos, aumentar os clientes e serviços, em 1937 dá-se a fusão com o Banco Comercial de Lisboa (BCL), cujas origens são de 1875, dando origem ao Banco Espírito Santo e Comercial de Lisboa (BESCL).
O BCL chegou a estar representado na Madeira pela firma comercial Freitas & Macedo, tendo esta falido em 1881.

Com a nacionalizaçãos dos Bancos em 14 de março de 1975, o BESCL não escapou à transformação em empresa pública. Na altura tinha o capital social de 1.200.000 contos e 99 balcões espalhados por todo o país. Na senda dos saneamentos, Ricardo Salgado (simples funcionário), Manuel Ricardo (presidente) e José Manuel (administrador), ficaram retidos toda a noite até serem levados para a prisão de Caxias. O exílio foi o destino de vários membros da família Espírito Santo: Brasil, Espanha, Suíça e Estados Unidos da América. Regressado a Portugal, Manuel Ricardo fundou, em 1986, o BIC – Banco Internacional de Crédito que, depois, fez parte do Grupo Espírito Santo.

Em 1932, Ricardo Espírito Santo Silva ascende a presidente do Banco, iniciando-se uma fase de expansão e internacionalização. Em 1955, Manuel Espírito Santo Silva, irmão daquele, tornou-se líder do Grupo.
Em 1991/1992, a família Espírito Santo recupera o controlo das ações do BES, cuja privatização iniciou-se em setembro de 1990, depois de ter readquirido a seguradora Tranquilidade. Em 2009, o BES era o maior Banco português em termos de capitalização bolsista na Euronext Lisboa e veio a tornar-se num poderoso grupo económicofinanceiro.

A primeira presença dos BESCL na Madeira data de 20 de janeiro de 1923, mas a 30 de novembro de 1924 o balcão foi encerrado. A presença efetiva data de 1 de agosto de 1966, inaugurando a Agência da Rua Fernão de Ornelas. Seis meses após a presença na Madeira (31 de dezembro), o BESCL compra a Casa Bancária Blandy Brothers (Banqueiros), Lda (criada em 1958), e, em simultâneo, adquire o edifício localizado na Rua António José de Almeida. Com estas aquisições, o BESCL abre a sua filial que foi inaugurada no dia 1 de janeiro de 1967. Para aumentar o espaço, mais tarde tiveram lugar obras de ampliação que foram inauguradas em maio de 1973.
A Casa Bancária Blandy Brothers era na altura da venda uma das mais importantes da Madeira. Os negócios de crédito ocorridos após a I Guerra Mundial tinham levado John Ernest Blandy a estabelecer, em 1923, uma secção bancária. O fim da Casa Bancária beneficou o BESCL pelo prestígio e tradição iniciados em 1811.


(continua)

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