Da confiança
à crise dos Bancos (41)
DA CASA DE CÂMBIOS
BORGES & IRMÃO (1884) AO BPI
A expansão
económica no pós II Guerra Mundial também beneficiou a economia portugesa e o
setor bancário. O crédito bancário, crescendo em média à taxa anual de 14%, beneficiou
o financiamento da economia, passando a desempenhar relevantes funções
geradoras de riqueza ao acelerar a velocidade da circulação monetária e ao
incentivar a criação de novos capitais produtivos, assegurando a expansão
económica.
Foi nesta conjuntura
que o Banco Borges & Irmão, como a banca em geral, se expande reforçando o
capital social e abrindo novas agências encarregadas de captar poupanças e
prover o crédito aos mais variados setores da vida económica.
Em finais de 1950,
o capital do Banco Borges & Irmão é elevado para 60.000 contos e, em 1952,
para 75.000 contos. E o fundo de reserva de 16.500 contos em 1952 passa para
26.500 em 1960.
Até 1954 o Banco
Borges & Irmão apresentava uma implantação especialmente urbana, com relevo
no litoral entre Braga e Setúbal. Daí em diante o desenvolvimento das vias de
comunicação e das telecomunicações incentivou a abertura de novos balcões,
alargando a sua implantação em todo o território. Entre 1954 e 1959 abre sete
dependências no Porto, três em Lisboa, Amarante, Lourosa, Gondomar e um posto
de câmbios em Vilar Formoso. Também introduz modificações nos serviços,
acompanhando as modernas técnicas bancárias que se faziam sentir.
Com o II Plano de
Fomento (1959 – 1964), Plano Intercalar (1965 – 1967) e III Plano de Fomento
(1968 – 1973), o Estado português atualizou o regime jurídico do sistema de
crédito, tendo em vista aumentar a sua flexibilidade e coordenar o seu volume
global com o ritmo do desenvolvimento económico. Pretendeu também mobilizar as
poupanças para o financiamento do desenvolvimento económico que pretendeu
incentivar no País.
O papel fundamental
do sistema de crédito nacional foi desenvolvido pela banca comercial,
participando progressivamente no financiamento dos sucessivos Planos de Fomento,
em que o Banco Borges & Irmão, atento à evolução empreendida no País,
procurou adaptar a sua estratégia e os seus serviços às novas viragens
desenvolvimentistas.
Após 1960 o Banco
Borges & Irmão implementou a cobertura bancária no País, abrindo agências
em regiões que não tinham sido ainda contempladas. Até 1974 abriu 3 novas
agências no Porto, 8 em Lisboa e 34 no Continente e ilhas e 2 postos de câmbio:
em 1965, abriu agências em Faro e Funchal; em 1967, chega a Coimbra, Covilhã e
Mirandela; em 1973, a Ponta Delgada.
Quando o Banco
Borges & Irmão abriu a sua agência no Funchal, procurou expandir-se por
toda a Região, abrindo dependências em vários concelhos. De tal modo que ao
integrar-se no BPI – Banco Português de Investimento passou a funcionar a
partir de 20 de julho de de 1998 como BPI. Este tinha sido criado em 25 de maio
daquele ano e já tinha 200 balcões a nível nacional, tendo abarcado, por fusão,
o Banco Fonsecas & Burnay, depois deste ter sido integrado no Banco de Fomento
e Exterior.
Nessa data, o Banco
Borges & Irmão tinha 7 balcões na Região Autónoma da Madeira: Avenida do
Mar, Bom Jesus, Cancela (Caniço), Ponta do Sol e Ponta do Pargo, uma do Banco
Fonsecas & Burnay no Largo da Igreginha (Funchal) e uma do Banco de Fomento
e Exterior na Rua Fernão de Ornelas.
Apesar da fusão dos
3 bancos no BPI, a marca daqueles continuou até outubro do memso ano da fusão,
ficando, assim, um banco comercial único com 450 balcões, prevendo ter 550 até
junho de 1999 e uma quota de mercado de 11%.
(continua)
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