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segunda-feira, 14 de novembro de 2016

Da confiança à crise dos Bancos (41)

DA CASA DE CÂMBIOS BORGES & IRMÃO (1884) AO BPI
A expansão económica no pós II Guerra Mundial também beneficiou a economia portugesa e o setor bancário. O crédito bancário, crescendo em média à taxa anual de 14%, beneficiou o financiamento da economia, passando a desempenhar relevantes funções geradoras de riqueza ao acelerar a velocidade da circulação monetária e ao incentivar a criação de novos capitais produtivos, assegurando a expansão económica.
Foi nesta conjuntura que o Banco Borges & Irmão, como a banca em geral, se expande reforçando o capital social e abrindo novas agências encarregadas de captar poupanças e prover o crédito aos mais variados setores da vida económica.
Em finais de 1950, o capital do Banco Borges & Irmão é elevado para 60.000 contos e, em 1952, para 75.000 contos. E o fundo de reserva de 16.500 contos em 1952 passa para 26.500 em 1960.
Até 1954 o Banco Borges & Irmão apresentava uma implantação especialmente urbana, com relevo no litoral entre Braga e Setúbal. Daí em diante o desenvolvimento das vias de comunicação e das telecomunicações incentivou a abertura de novos balcões, alargando a sua implantação em todo o território. Entre 1954 e 1959 abre sete dependências no Porto, três em Lisboa, Amarante, Lourosa, Gondomar e um posto de câmbios em Vilar Formoso. Também introduz modificações nos serviços, acompanhando as modernas técnicas bancárias que se faziam sentir.

Com o II Plano de Fomento (1959 – 1964), Plano Intercalar (1965 – 1967) e III Plano de Fomento (1968 – 1973), o Estado português atualizou o regime jurídico do sistema de crédito, tendo em vista aumentar a sua flexibilidade e coordenar o seu volume global com o ritmo do desenvolvimento económico. Pretendeu também mobilizar as poupanças para o financiamento do desenvolvimento económico que pretendeu incentivar no País.
O papel fundamental do sistema de crédito nacional foi desenvolvido pela banca comercial, participando progressivamente no financiamento dos sucessivos Planos de Fomento, em que o Banco Borges & Irmão, atento à evolução empreendida no País, procurou adaptar a sua estratégia e os seus serviços às novas viragens desenvolvimentistas.

Após 1960 o Banco Borges & Irmão implementou a cobertura bancária no País, abrindo agências em regiões que não tinham sido ainda contempladas. Até 1974 abriu 3 novas agências no Porto, 8 em Lisboa e 34 no Continente e ilhas e 2 postos de câmbio: em 1965, abriu agências em Faro e Funchal; em 1967, chega a Coimbra, Covilhã e Mirandela; em 1973, a Ponta Delgada.
Quando o Banco Borges & Irmão abriu a sua agência no Funchal, procurou expandir-se por toda a Região, abrindo dependências em vários concelhos. De tal modo que ao integrar-se no BPI – Banco Português de Investimento passou a funcionar a partir de 20 de julho de de 1998 como BPI. Este tinha sido criado em 25 de maio daquele ano e já tinha 200 balcões a nível nacional, tendo abarcado, por fusão, o Banco Fonsecas & Burnay, depois deste ter sido integrado no Banco de Fomento e Exterior.
Nessa data, o Banco Borges & Irmão tinha 7 balcões na Região Autónoma da Madeira: Avenida do Mar, Bom Jesus, Cancela (Caniço), Ponta do Sol e Ponta do Pargo, uma do Banco Fonsecas & Burnay no Largo da Igreginha (Funchal) e uma do Banco de Fomento e Exterior na Rua Fernão de Ornelas.
Apesar da fusão dos 3 bancos no BPI, a marca daqueles continuou até outubro do memso ano da fusão, ficando, assim, um banco comercial único com 450 balcões, prevendo ter 550 até junho de 1999 e uma quota de mercado de 11%.


(continua)

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