Da confiança
à crise dos Bancos (42)
DA CASA DE CÂMBIOS
BORGES & IRMÃO (1884) AO BPI.
A evolução
histórica do Banco Borges & Irmão (BBI) passa também por alargar a
estrutura que já tinha no Rio de Janeiro, abrindo agências em Vista Alegre (em
1965), Copacabana (em 1966) e em Nova Iguaçu (em 1967). Mas, em 1968, o BBI
funde-se com o Banco Nacional de São Paulo, facto que leva o BBI a deixar, por
si só, de atuar no mercado financeiro brasileiro.
Em paralelo com o
Brasil, o BBI interessou-se também pelas colónias portuguesas em África, integrando-se
ativamente no desenvolvimento daquelas. Tomou a iniciativa de constituir em 1965
o Banco de Crédito Comercial e Industrial (BCCI), tendo sido o primeiro banco
comercial a abranger, em simultâneo, Angola e Moçambique, com sedes em Luanda e
Lourenço Marques. A partir daquele ano, a abertura de agências até o ano de
1973 foi em número elevado: em 1966 abriu 12 balcões nas duas províncias; em
1967, 24; em 1968, 41; em 1969, 58; em 1970, 79; em 1971, 99; em 1972, 107; em
1973, 113 (66 em Angola e 47 em Moçambique).
No final de 1965, o
valor da carteira comercial do BCCI totalizou 114 mil contos, tendo atingido
1,5 milhões de contos no exercício de 1969 e ultrapassou os 4,3 milhões de
contos em 1973.
O volume total de
depósitos era de 196 mil contos em 1965, passando para 3,1 milhões de contos em
1969 e 8 milhões de contos em 1973.
Com a soma do
capital e reservas de 150 mil contos em 1966, passando para 373,5 mil contos em
1973, o BCCI foi extinto em 1975 na sequência da independência de Angola e
Moçambique.
A expansão do BBI continuou quando
em 1970 inaugurou escritórios de representação em Paris, Caracas e Joanesburgo,
tendo em vista promover e facilitar as relações comerciais entre Portugal e as
áreas de influência dos respetivos países, pondo à disposição dos seus clientes
serviços qualificados e aptos a contribuir para uma melhor satisfação das suas
necessidades e da economia nacional, no âmbito das relações internacionais. Do
escritório de representação em Paris resultou a criação de uma sucursal naquela
cidade, para servir os emigrantes portugueses que afluíram à França na década
de sessenta do Sec. XX.
Paralelamente à expansão
territorial, o BBI procedeu na década de setenta à diversificação dos serviços,
de modo a corresponder à imagem de um banco moderno, com processamento automático
da informação. Cria Gabinetes de Estudo em Lisboa e Porto para melhor
compreensão da conjuntura e do comportamento dos mercados do dinheiro e procede
à recolha e divulgação de informação através da revista «Mercados Financeiros»
e, em colaboração com o Banco de Crédito Comercial e Industrial o «Boletim
Económico e Financeiro» e a «Conjuntura Económica e Financeira».
Em 1973, o BBI ocupava uma posição
de relevo no setor financeiro nacional, conforme dados relevantes no volume de
capital e reservas e de depósitos. O
capital e reservas passa de 141,5 mil contos em 1960, para 661,7 mil contos em
1970, e ultrapassa o 1,5 milhões de contos em 1973.
O volume dos
depósitos era de 2,6 milhões de contos em 1960, passa para 13,6 milhões de
contos em 1970 e para 22,4 milhões de contos em 1973.
Relativamente aos lucros líquidos
obtidos, passa de 15,8 mil contos em 1960, para 57 mil contos em 1970 e 105,1
mil contos em 1973.
(continua)
gregoriogouveia.blogspot.pt
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