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domingo, 30 de abril de 2017

Da confiança à crise dos Bancos (65)

DO «BANCO DA MADEIRA» (1920) AO «BANCO SANTANDER TOTTA»
Nos anos de 1996 e seguintes o Banco Totta & Açores seguiu a sua atividade normal, embora atingido pelas conjunturas que ocorreram no setor financeiro nacional e internacional. Naquele ano, apresentou um resultado com descida de 9% em relação ao do ano anterior, sendo, após os impostos, de 14,579 milhões de contos. Tal descida resultou sobretudo da queda de resultados extraordinários líquidos, que ano de 1995 havia registado o montante de 5,014 milhões de contos e que em 1996 atingiram o valor de 1,166. Cresceu 10,7% em termos de ativo líquido, com especial referência para o crédito sobre clientes, sustentado por um reforço de capitais próprios e equiparados através da emissão de 150 milhões de USD de ações preferenciais realizadas pelo Totta & Açores Financing, Ltd e 15 milhões de contos de obrigações subordinadas. O crédito vencido apresentou, naquele ano, um rácio de cobertura de 104% e o produto bancário atingiu 129,239 milhões de contos.

Durante o ano e 1996 foi completado o processo de reprivatização, através da venda de 13,216% do capital indiretamente detido pelo Estado, tendo comprado 50% da Sociedade Chemical SGPS, que detinha uma participação maioritária sobre o Banco Chemical Finance, que assumiria as funções de Banco de Negócios dentro do Grupo Totta. Com aquela reprivatização o grupo da seguradora Mundial Confiança (MC) ficou com 56,4% do BTA e, em 1998, o mesmo Grupo reforçou a sua posição através de OPT (Oferta Pública de Troca) de ações do Banco Pinto Sotto Mayor por ações do BTA, passando este banco a deter 94,4%.

Em junho de 1999, foi acordada a troca de 40% das holdings de Campalimaud que controlavam a Mundial Confiança, mas este acordo foi chumbado pelo Estado. Mas, em novembro seguinte, o Banco Santander assinou com Champalimaud um acordo de compra das participações do Grupo Mundial Confiança. O Grupo espanhol ficou com o BTA, que já controlava o CPP- Crédito Predial Português; o BPSM - Banco Pinto Sotto Mayor foi vendido ao BCP-Banco Comercial Português; a Mundial Confiança foi vendida à Caixa Geral de Depósitos.

No ano 2000, foi finalizado o processo iniciado em junho de 1999 com a compra pelo Banco Santander de 94,38% do capital do BTA, ficando mais fortes os Bancos Totta/CPP/Santander. Com a integração, em 2003, do CPP no BTA, este passou a ser o segundo maior grupo privado, tendo sido ampliado com a integração, em 2004, do Santander, conforme objetivos traçados por António Horta Osório, Presidente do Grupo TOTTA.

Na riquíssima história das metamorfoses por que passou o Banco da Madeira, consta que a presença do Grupo Santander em Portugal começou pela compra de 10% do BCI-Banco de Comércio e Indústria em 1988 tendo atingido a participação maioritária em 1993. O BCI foi constituído em 1985, sendo detido maioritariamente, em 1993, pela Ausant  Holding Geselschaft M.B.H. (grupo Santander).
O Banco Santander Totta surgiu da fusão em 2004 entre o Santander, o Banco Totta e Açores. Nesta fusão o Santander permaneceu como accionista maioritário, passando a instituição bancária a denominar-se Banco Santander Totta..
Em dezembro de 2015, o BANIF-Banco Internacional do Funchal  foi alvo de um processo de resolução, tendo sido vendidos ao Banco Santander Totta, por 150 milhões de euros, alguns ativos. 

(continua)

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