Da confiança
à crise dos Bancos (65)
DO «BANCO DA MADEIRA» (1920) AO «BANCO SANTANDER TOTTA»
Nos anos de
1996 e seguintes o Banco Totta & Açores seguiu a sua atividade normal,
embora atingido pelas conjunturas que ocorreram no setor financeiro nacional e
internacional. Naquele ano, apresentou um resultado com descida de 9% em
relação ao do ano anterior, sendo, após os impostos, de 14,579 milhões de
contos. Tal descida resultou sobretudo da queda de resultados extraordinários
líquidos, que ano de 1995 havia registado o montante de 5,014 milhões de contos
e que em 1996 atingiram o valor de 1,166. Cresceu 10,7% em termos de ativo
líquido, com especial referência para o crédito sobre clientes, sustentado por
um reforço de capitais próprios e equiparados através da emissão de 150 milhões
de USD de ações preferenciais realizadas pelo Totta & Açores Financing, Ltd
e 15 milhões de contos de obrigações subordinadas. O crédito vencido
apresentou, naquele ano, um rácio de cobertura de 104% e o produto bancário
atingiu 129,239 milhões de contos.
Durante o ano e 1996 foi completado o processo de
reprivatização, através da venda de 13,216% do capital indiretamente detido
pelo Estado, tendo comprado 50% da Sociedade Chemical SGPS, que detinha uma
participação maioritária sobre o Banco Chemical Finance, que assumiria as
funções de Banco de Negócios dentro do Grupo Totta. Com aquela reprivatização o
grupo da seguradora Mundial Confiança (MC) ficou com 56,4% do BTA e, em 1998, o
mesmo Grupo reforçou a sua posição através de OPT (Oferta Pública de Troca) de
ações do Banco Pinto Sotto Mayor por ações do BTA, passando este banco a deter
94,4%.
Em junho de 1999, foi acordada a troca de 40% das holdings de
Campalimaud que controlavam a Mundial Confiança, mas este acordo foi chumbado
pelo Estado. Mas, em novembro seguinte, o Banco Santander assinou com
Champalimaud um acordo de compra das participações do Grupo Mundial Confiança.
O Grupo espanhol ficou com o BTA, que já controlava o CPP- Crédito Predial
Português; o BPSM - Banco Pinto Sotto Mayor foi vendido ao BCP-Banco Comercial
Português; a Mundial Confiança foi vendida à Caixa Geral de Depósitos.
No ano 2000, foi finalizado o processo iniciado em junho de
1999 com a compra pelo Banco Santander de 94,38% do capital do BTA, ficando
mais fortes os Bancos Totta/CPP/Santander. Com a integração, em 2003, do CPP no
BTA, este passou a ser o segundo maior grupo privado, tendo sido ampliado com a
integração, em 2004, do Santander, conforme objetivos traçados por António
Horta Osório, Presidente do Grupo TOTTA.
Na riquíssima história das metamorfoses por que passou o Banco
da Madeira, consta que a presença
do Grupo Santander em Portugal começou pela compra de 10%
do BCI-Banco de Comércio e Indústria em 1988 tendo atingido a participação
maioritária em 1993. O BCI foi constituído em 1985, sendo detido
maioritariamente, em 1993, pela Ausant Holding
Geselschaft M.B.H. (grupo Santander).
O Banco Santander
Totta surgiu da fusão em 2004 entre o Santander, o Banco Totta e Açores. Nesta
fusão o Santander permaneceu como accionista maioritário, passando a
instituição bancária a denominar-se Banco Santander Totta..
Em dezembro
de 2015, o BANIF-Banco
Internacional do Funchal foi alvo
de um processo de resolução, tendo sido vendidos ao Banco Santander Totta, por
150 milhões de euros, alguns ativos.
(continua)
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