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sábado, 11 de abril de 2020



2ª Convenção (continuação)

Por sua vez, André Escórcio propôs-se «VALORIZAR OS MILITANTES, UNIR O PS, GANHAR A MADEIRA». Havia “necessidade de organizar o nosso PS-Madeira em todos os domínios: desde a sede (...) até aos órgãos e estruturas concelhias locais”.  Prevê “disciplinar o Partido acabando de vez com um PS-M de quezílias, discutido na praça pública e fora dos órgãos legitimamente eleitos”, defendendo “em todos os sectores da nossa intervenção política, sermos uma voz firme, frontal e credível, que não se confunda, em circunstância alguma, com o PSD” e pretendia “ganhar as próximas eleições Legislativas Regionais e as Autárquicas de 1997”. Também pretendia “um novo modelo de autonomia (...) de uma nova política Regional baseada numa nova visão do desenvolvimento (...) ou queremos um PS-Madeira que quer ganhar  eleições, ou, pelo contrário, queremos o regresso ao passado e à continuação das derrotas (...) daí que me comprometa ser um líder aglutinador de toda a família socialista empenhada na vitória”.

Nesta sequência, que fez retornar Jardim Fernandes à liderança, foram realizados os «Estados Gerais do PS-Madeira», onde foram debatidos os principais, muitos, temas que serviram de base ao programa eleitoral de Outubro. Durante  os meses de Junho e Julho, António Trindade coordenou uma série de debates, bastante participados com pessoas não militantes que intervieram ativamente naquela que foi uma inédita iniciativa, onde foi possível discutir com profundidade o Serviço Regional de Saúde, a Segurança Social, a Educação, a Cultura, o Desporto, a Economia e o Desenvolvimento, Questões Laborais, a Europa, o Estado, a Região e as Autarquias, o Planeamento e as finanças Regionais.

A 3ª Convenção Regional de 11 de maio de 1997, foi a última da série de convenções destinadas a eleger os órgãos regionais do PS-Madeira. Foi realizada quando ainda decorria menos de um ano do mandato dos órgãos eleitos na convenção anterior. A sua antecipação deveu-se ao facto de Emanuel Jardim Fernandes ter pedido a sua demissão de líder, logo após as eleições para a Assembleia Regional de 13 de outubro de 1996. Diga-se que esta demissão ocorreu mais pelo facto do PS-M não ter atingido os objectivos propostos do que por ter obtido um resultado abaixo do verificado em 1992. Pelo contrário, no Funchal subiu um mandato em relação ao anterior ato eleitoral. Mas a pressão e as críticas pelo “mau” resultado não se fizeram esperar por parte dos críticos de Jardim Fernandes que, tempos depois, considerou um erro ter pedido a demissão. Até porque deu azo a uma conjuntura de crise interna que, em vez de motivar uma candidatura de consenso, ditou o aparecimento de dois candidatos: Mota Torres e Gil França.

Com a fraca motivação de alguns militantes instigados a candidatar-se para não deixar Mota Torres sem oposição, não foi fácil convencer Gil França a aceitar aquele “serviço cívico”.  Confirmadas e postas no terreno as duas candidaturas, foi forte a concorrência para cada um tentar obter a maioria dos 61 membros da Comissão Regional, eleita directamente pelos militantes do dia 23 de fevereiro de 1997.
No fim do processo eleitoral, Mota Torres apenas obteve mais 107 votos que Gil França, razão pela qual este acabou por ser escolhido para Vice-Presidente, juntamente com Rita Pestana (da lista de Mota Torres). André Escórcio (também da lista de Mota Torres) ficou em Secretário-Geral.

(continua)

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