2ª Convenção (continuação)
Por sua vez, André Escórcio
propôs-se «VALORIZAR OS MILITANTES, UNIR O PS, GANHAR A MADEIRA». Havia
“necessidade de organizar o nosso PS-Madeira em todos os domínios: desde a sede
(...) até aos órgãos e estruturas concelhias locais”. Prevê “disciplinar o Partido acabando de vez
com um PS-M de quezílias, discutido na praça pública e fora dos órgãos
legitimamente eleitos”, defendendo “em todos os sectores da nossa intervenção
política, sermos uma voz firme, frontal e credível, que não se confunda, em
circunstância alguma, com o PSD” e pretendia “ganhar as próximas eleições
Legislativas Regionais e as Autárquicas de 1997” . Também pretendia “um
novo modelo de autonomia (...) de uma nova política Regional baseada numa nova
visão do desenvolvimento (...) ou queremos um PS-Madeira que quer ganhar eleições, ou, pelo contrário, queremos o
regresso ao passado e à continuação das derrotas (...) daí que me comprometa
ser um líder aglutinador de toda a família socialista empenhada na vitória”.
Nesta sequência, que fez retornar
Jardim Fernandes à liderança, foram realizados os «Estados Gerais do
PS-Madeira», onde foram debatidos os principais, muitos, temas que serviram de
base ao programa eleitoral de Outubro. Durante
os meses de Junho e Julho, António Trindade coordenou uma série de
debates, bastante participados com pessoas não militantes que intervieram
ativamente naquela que foi uma inédita iniciativa, onde foi possível discutir
com profundidade o Serviço Regional de Saúde, a Segurança Social, a Educação, a
Cultura, o Desporto, a Economia e o Desenvolvimento, Questões Laborais, a
Europa, o Estado, a Região e as Autarquias, o Planeamento e as finanças
Regionais.
A 3ª Convenção Regional
de 11 de maio de 1997, foi a última da série de convenções destinadas a eleger
os órgãos regionais do PS-Madeira. Foi realizada quando ainda decorria menos de
um ano do mandato dos órgãos eleitos na convenção anterior. A sua antecipação
deveu-se ao facto de Emanuel Jardim Fernandes ter pedido a sua demissão de
líder, logo após as eleições para a Assembleia Regional de 13 de outubro de
1996. Diga-se que esta demissão ocorreu mais pelo facto do PS-M não ter
atingido os objectivos propostos do que por ter obtido um resultado abaixo do
verificado em 1992. Pelo contrário, no Funchal subiu um mandato em relação ao
anterior ato eleitoral. Mas a pressão e as críticas pelo “mau” resultado não se
fizeram esperar por parte dos críticos de Jardim Fernandes que, tempos depois,
considerou um erro ter pedido a demissão. Até porque deu azo a uma conjuntura
de crise interna que, em vez de motivar uma candidatura de consenso, ditou o
aparecimento de dois candidatos: Mota Torres e Gil França.
Com a fraca
motivação de alguns militantes instigados a candidatar-se para não deixar Mota
Torres sem oposição, não foi fácil convencer Gil França a aceitar aquele
“serviço cívico”. Confirmadas e postas
no terreno as duas candidaturas, foi forte a concorrência para cada um tentar obter
a maioria dos 61 membros da Comissão Regional, eleita directamente pelos
militantes do dia 23 de fevereiro de 1997.
No fim do processo
eleitoral, Mota Torres apenas obteve mais 107 votos que Gil França, razão pela
qual este acabou por ser escolhido para Vice-Presidente, juntamente com Rita
Pestana (da lista de Mota Torres). André Escórcio (também da lista de Mota
Torres) ficou em Secretário-Geral.
(continua)
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