PS-Madeira – Estruturas, Congressos e
Líderes (10)
3ª Convenção (continuação)
Com esta coligação
pós-eleitoral, parecia estar-se perante um PS-M finalmente unido e com bom
augúrio para o futuro. Mais tarde, verificou-se que a unidade estava assente
sobre areia movediça, apesar de cada uma das moções de estratégia política
apresentar boas intenções para levar o PS-M a bom porto: Mota Torres
comprometia-se «RESPEITAR O PASSADO, GANHAR O FUTURO», enquanto que Gil França
pretendia «UNIR O PS, SERVIR A REGIÃO».
O extenso texto da
moção de Mota Torres constata que “Vinte anos volvidos sobre as eleições que
pela primeira vez conduziram o PSD ao
poder na RAM, não podemos fechar os olhos a tudo o que tem acontecido, como se
a normalidade democrática estivesse a presidir
a uma numerosa sucessão de vitórias que a oposição, e particularmente o
PS-M, se limitam a constatar e, num esforço intelectual de monta, tentam
justificar. Apesar de todos os condicionalismos, e eles existem, o pior que,
enquanto partido podemos fazer, é não reconhecer as nossas próprias
responsabilidades, omissões e incapacidades, para fazer frente a uma poderosa
organização política, como é o PSD, responsável máximo pelo poder regional e
autárquico na Madeira há mais de duas décadas (...) só há PS-Madeira preparado
para os desafios do futuro quando a opinião pública, globalmente,
identificando-se ou não com o PS, reconheça nela uma organização atenta, séria
idónea e capaz. Aí sim, está ganha a grande batalha da teimosia dos socialistas
da Madeira e está aberto o caminho de um futuro mais risonho”.
Mais adiante
salienta que “O grande desafio que se põe ao PS-M é saber ser um Partido
político. É, no essencial, definir as suas finalidades, os seus objectivos, as
suas estratégias, elencar os meios disponíveis e, trabalhar. É este o meu
apelo. Ao trabalho, camaradas”. Depois sistematiza os temas que serviriam de
base para o trabalho a levar a cabo num “SISTEMA TEÓRICO DE SUPORTE DA DINÂMICA
POLÍTICA DO PS-MADEIRA”, tais como os “Valores Socio-Culturais”; “Valores
Ideológicos”; “Sistema Organizacional do PS-Madeira (...) uma organização em
rede, onde a seiva do Partido (os militantes) percorra toda a estrutura”; “Relações Inter-Pessoais (...) conduta valorizadora
de toda a energia heurística (...)”; “Relações Institucionais” (Estado –
Regiões –União Europeia – Região Autónoma da Madeira); “Uma Autonomia Sóbria” (corresponde à
doutrina de Herculano «da administração do País pelo País»).
Gil França começa
por referir que “a candidatura que sustenta
a presente Moção nasceu da constatação da necessidade de uma candidatura
abrangente, verdadeiramente aglutinadora do maior leque possível de
sensibilidades, e, sobretudo, capaz de unir
o Partido em torno de um objectivo comum, incutindo-lhe a coesão, a
disciplina, o sentido de responsabilidade e a força, indispensáveis para que se
possa afirmar como uma real alternativa política da Região Autónoma (...) o
único compromisso desta candidatura é para com a Região Autónoma da Madeira e
nessa linha procuraremos fazer do PS-Madeira um instrumento acima de tudo ao
serviço desta Região e apostado em assegurar uma real alternativa ao poder
regional por que os madeirenses e portossantenses tanto anseiam”. Daí que,
depois, enumerasse um conjunto de propostas com vista a uma conduta do PS-M
centrada no “princípio da UNIDADE NA ACÇÃO”.
(continua)
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