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sábado, 4 de abril de 2020


PS-Madeira – Estruturas, Congressos e Líderes (8)

A 2ª Convenção do PS-Madeira de 28 de julho de 1996, teve lugar antecipadamente na sequência do pedido de demissão de Mota Torres. Um grupo de “amigos” tê-lo-ia pressionado a pedir a demissão pelo facto de ter anunciado publicamente que era candidato a presidente do Governo Regional nas eleições regionais que teriam lugar em outubro de 1996. É que ser Presidente do maior partido da oposição mas não ser natural da Madeira criou uma ebulição interna de tal grandeza que acabou por influir na decisão de entregar a carta de demissão ao presidente da Comissão Regional, João da Conceição, nas vésperas (Quarta-feira, dia 10 de Janeiro de 1996), da eleição para o Presidente da República, a ter lugar no dia 14 desse mês.
Com a saída “voluntária” de Mota Torres, o PS-Madeira ficou a ser gerido por uma Comissão de Gestão para preparar a Convenção. No meio de alguma contradição por parte de militantes que tinham apoiado Mota Torres, mas depois tiraram-lhe o tapete, a temperatura partidária era escaldante. Apesar disso, não houve abrandamento da crispação interna precisamente pelo facto de se perfilharem dois candidatos para a liderança: Emanuel Jardim Fernandes e André Escórcio.
No fundo, aquele retomava, se assim se pode dizer, o grupo tradicional de apoiantes, enquanto que André Escórcio juntava à sua volta o grupo de Mota Torres que aparecia em terceiro lugar na lista para a Comissão Regional.
Com as eleições directas, entre 8 e 10 de março de 1996, para eleger o líder e, em simultâneo, a Comissão Regional, saíu vencedor Emanuel Jardim Fernandes com 70% dos votos.
Por sua vez, no dia 24 de julho, a Comissão Regional elegeu os restantes órgãos regionais que preparariam as eleições regionais de outubro seguinte. Apesar das duas candidaturas opositoras, foi possível elaborar uma lista única para a Comissão Política.
 Por fim, realizou-se a Convenção que teve lugar no dia 28 de julho, em que houve algumas intervenções em vários domínios, nomeadamente no Planeamento e Ordenamento do Território; Economia e Desenvolvimento; Educação, Cultura e Desporto; Questões Institucionais; Trabalho e Solidariedade; Políticas de Juventude.
«UNIR O PS, PARA A MADEIRA GANHAR» era o título da moção de Jardim Fernandes, na qual afirmava que “O actual momento de crise no PS-Madeira que veio interromper o ciclo de crescimento aberto nas eleições  regionais de 1992 – ano em que o nosso grupo parlamentar passou de sete para doze deputados -  deve ser ultrapassado com a revitalização do partido. A solução deve ser procurada com o reforço do PS e com maior abertura à sociedade madeirense”. Também o “Interesse regional (...) no projecto de mais AUTONOMIA, melhor DEMOCRACIA e mais seguro DESENVOLVIMENTO justificam esta minha decisão de candidatura que é livre, desinteressada, determinada e assumida com convicção e satisfação”. Defendia uma linha baseada no “aperfeiçoamento da AUTONOMIA, de reforço da DEMOCRACIA e da criação de condições de DESENVOLVIMENTO da Região e da melhoria dos padrões de vida das populações da Madeira e do Porto Santo”. Termina afirmando que “com um PS coeso e forte, vai ganhar a terra em que vivemos e que todos nós amamos”.

Por sua vez, André Escórcio propôs-se «VALORIZAR OS MILITANTES, UNIR O PS, GANHAR A MADEIRA». Havia “necessidade de organizar o nosso PS-Madeira em todos os domínios: desde a sede (...) até aos órgãos e estruturas concelhias locais”…

(continua)

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