PS-Madeira – Estruturas, Congressos e
Líderes (8)
A 2ª Convenção do PS-Madeira de 28
de julho de 1996, teve lugar antecipadamente na sequência do pedido de demissão
de Mota Torres. Um grupo de “amigos” tê-lo-ia pressionado a pedir a demissão
pelo facto de ter anunciado publicamente que era candidato a presidente do
Governo Regional nas eleições regionais que teriam lugar em outubro de 1996. É
que ser Presidente do maior partido da oposição mas não ser natural da Madeira
criou uma ebulição interna de tal grandeza que acabou por influir na decisão de
entregar a carta de demissão ao presidente da Comissão Regional, João da
Conceição, nas vésperas (Quarta-feira, dia 10 de Janeiro de 1996), da eleição
para o Presidente da República, a ter lugar no dia 14 desse mês.
Com a saída “voluntária” de Mota
Torres, o PS-Madeira ficou a ser gerido por uma Comissão de Gestão para
preparar a Convenção. No meio de alguma contradição por parte de militantes que
tinham apoiado Mota Torres, mas depois tiraram-lhe o tapete, a temperatura
partidária era escaldante. Apesar disso, não houve abrandamento da crispação
interna precisamente pelo facto de se perfilharem dois candidatos para a
liderança: Emanuel Jardim Fernandes e André Escórcio.
No fundo, aquele retomava, se assim
se pode dizer, o grupo tradicional de apoiantes, enquanto que André Escórcio
juntava à sua volta o grupo de Mota Torres que aparecia em terceiro lugar na
lista para a Comissão Regional.
Com as eleições directas, entre 8
e 10 de março de 1996, para eleger o líder e, em simultâneo, a Comissão
Regional, saíu vencedor Emanuel Jardim Fernandes com 70% dos votos.
Por sua vez, no dia 24 de julho, a
Comissão Regional elegeu os restantes órgãos regionais que preparariam as
eleições regionais de outubro seguinte. Apesar das duas candidaturas
opositoras, foi possível elaborar uma lista única para a Comissão Política.
Por fim, realizou-se a Convenção que teve
lugar no dia 28 de julho, em que houve algumas intervenções em vários domínios,
nomeadamente no Planeamento e Ordenamento do Território; Economia e
Desenvolvimento; Educação, Cultura e Desporto; Questões Institucionais;
Trabalho e Solidariedade; Políticas de Juventude.
«UNIR O PS, PARA A MADEIRA GANHAR»
era o título da moção de Jardim Fernandes, na qual afirmava que “O actual
momento de crise no PS-Madeira que veio interromper o ciclo de crescimento
aberto nas eleições regionais de 1992 –
ano em que o nosso grupo parlamentar passou de sete para doze deputados - deve ser ultrapassado com a revitalização do
partido. A solução deve ser procurada com o reforço do PS e com maior abertura
à sociedade madeirense”. Também o “Interesse regional (...) no projecto de mais
AUTONOMIA, melhor DEMOCRACIA e mais seguro DESENVOLVIMENTO justificam esta
minha decisão de candidatura que é livre, desinteressada, determinada e
assumida com convicção e satisfação”. Defendia uma linha baseada no
“aperfeiçoamento da AUTONOMIA, de reforço da DEMOCRACIA e da criação de
condições de DESENVOLVIMENTO da Região e da melhoria dos padrões de vida das
populações da Madeira e do Porto Santo”. Termina afirmando que “com um PS coeso
e forte, vai ganhar a terra em que vivemos e que todos nós amamos”.
Por sua vez, André Escórcio
propôs-se «VALORIZAR OS MILITANTES, UNIR O PS, GANHAR A MADEIRA». Havia “necessidade
de organizar o nosso PS-Madeira em todos os domínios: desde a sede (...) até
aos órgãos e estruturas concelhias locais”…
(continua)
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