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domingo, 29 de março de 2020


PS-Madeira – Estruturas, Congressos e Líderes (7)

No PS-Madeira, foi a primeira vez que um candidato desistiu alegando métodos pouco democráticos, levados a cabo pelos dirigentes que dominavam o aparelho partidário. E infelizmente, a existência de tais métodos foi um facto porque os seus autores eram peritos em tais práticas.
Mota Torres ficou só na corrida à liderança com a sua moção «UMA AUTONOMIA PRESTIGIADA. A MADEIRA RESPEITADA». Os objectivos de 1993: «Unir, Prestigiar e credibilizar o PS-Madeira» não tiveram real expressão nos dois anos de liderança que estava prestes a terminar, apesar dos resultados obtidos nas eleições autárquicas e nas  europeias. Dadas as circunstâncias de recandidatura, a moção era mais pragmática do que a de 1993. Para o futuro, previa novo dinamismo porque tinha pela frente “dois anos para dinamizar (...) dois anos para mobilizar (...) uma estratégia para ganhar”.
Por sua vez, a moção de António Loja (que depois desistiu) intitulava-se «Um PS PARA TODOS». Lançava para o debate interno a questão do “Viver em democracia” e da existência de “Défice Democrático” na Região. Mas no plano interno, António Loja questionava: “Mas teremos nós autoridade moral para criticar os defeitos dos outros quando nós mesmos os admitimos na nossa casa? Será legítimo referir o défice democrático quando praticado pelo PPD e esquecer que nós mesmos toleramos algo de semelhante dentro do P.S/Madeira?”. Com uma estratégia para a acção futura, a moção confrontava os socialistas com várias questões de âmbito regional, nomeadamente quanto à luta “por uma TV de qualidade” e o desejo de lutar “por uma informação isenta”.  E terminava alertando: “Se os socialistas cederem, por exemplo, à moda do liberalismo económico e das privatizações sem freio; se os socialistas permitirem que o seu silêncio seja entendido como descrença na planificação ou como desistência na participação activa e dinâmica nos sectores básicos da economia, então estarão a atraiçoar as suas crenças, os seus valores e a sua ideologia. É por isso que é necessário mantermo-nos atentos às crenças, aos valores e às ideologias e tornarmos bem claro, agora que se discutem moções e se debatem estratégias, que, se uma estratégia inteligente e astuta nos pode conduzir à vitória eleitoral, a falta de coerência ideológica e o pragmatismo idiotizante nos conduzirão à derrota final e ao descrédito face aos cidadãos desta Região Autónoma”.
Como não podia deixar de acontecer, a desistência de António Loja motivou a não participação e a travessia do deserto partidário de muitos militantes nos novos órgãos. Apesar disso, nos 61 nomes da nova Comissão Regional, que elegeu Mota Torres como Presidente do PS-Madeira, figuravam os de João Conceição,  Duarte Caldeira, Fernão Freitas, Luís Amado, Maria Luísa Mendonça, Gil França, André Escórcio, Arlindo Oliveira, Emanuel Sabino Gomes, Rita Pestana, João Isidoro, Rafael Jardim, Jorge Martins, Quinídio Correia e Joaquim Ventura.

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