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domingo, 22 de março de 2020


PS-Madeira – Estruturas, Congressos e Líderes (6)

VIII Congresso (continuação)
O texto salienta que “a unidade não é nem pode ser um artifício, nem ser apresentada ridiculamente, por razões de conveniência interna como sendo real, quando os acontecimentos se vão encarregando de dramaticamente as desmentir. O PS/Madeira tem vivido de há bastante tempo a esta parte um clima de falsa unidade (...) exige-se do PS/Madeira, na lógica imperiosa da sua unidade, do seu prestígio e da sua credibilidade perante o eleitorado, que os comportamentos individuais e colectivos sejam radicalmente diferentes dos que até aqui têm sido cultivados”. A determinada altura do texto é referido que “Em surdina, de momento a momento, «grita-se» a angústia. Pela nossa parte, bem alto respondemos, presente!”
O número de delegados ao Congresso, favorável a Mota Torres, era denunciador que este sairia vencedor, o que aconteceu, destronando, assim, Jardim Fernandes que, há treze anos consecutivos, liderava o PS-Madeira.

CONVENÇÕES

Uma mudança estatutária determinou a substituição do tradicional Congresso pela CONVENÇÃO. Dado que já tinham tido lugar duas convenções para tratarem de temas específicos, a 3ª CONVENÇÃO DO PS-MADEIRA (12 de Fevereiro de 1995) foi a primeira que se realizou nos novos termos. No dia 22 de Janeiro, nas estruturas de base, os militantes elegeram os delegados à Convenção e, em simultâneo, a Comissão Regional. Esta, por sua vez, no dia 5 de Fevereiro, elegeu o presidente do PS-Madeira com base em moções de orientação política, assim como elegeu os restantes órgãos regionais. Ou seja, no dia da Convenção, já todos os órgãos partidários estavam eleitos. No fundo, a Convenção serviu para analisar políticas a seguir daí em diante sem estar preocupada com o frenesim habitual dos congressos quanto à eleição dos dirigentes partidários. O tema que esteve em debate na Convenção foi «A REGIÃO, O ESTADO, A EUROPA», consubstanciado num texto aprovado pela Comissão Regional. Tratou-se de um importante documento que abarca questões como ”O DESENVOLVIMENTO DA MADEIRA NO CONTEXTO NACIONAL E EUROPEU”, a “REFORMA DO SISTEMA POLÍTICO”, “POR UMA POLÍTICA DE SOLIDARIEDADE E DE COESÃO NACIONAL”  e a “MADEIRA NA EUROPA”. Fala da  “Revisão da Constituição”, do “Combate à Corrupção e pela Transparência”, de “Um novo Regime Económico e Financeiro”, de “Uma Política de Transportes e Comunicações”, dos “Custos da Ultraperiferia”, do “POSEIMA” e dos “Desafios do Desenvolvimento”.
Mas esta mudança de modelo orgânico não evitou que aparecessem concorrentes à liderança:  Mota Torres recandidatou-se e surgiu um novo protagonista que foi António Loja. A campanha eleitoral não foi pacífica. António Loja viu e sentiu que o seu concorrente, Mota Torres, aproveitou a máquina partidária a seu favor. A desigualdade de meios levou António Loja a desistir da corrida no dia 12 de Janeiro, não chegando a apresentar listas para delegados nem para a Comissão Regional. A sua conferência de imprensa foi demolidora ao afirmar que houve uma “deliberada sonegação de listas de militantes que impediu contactos atempados com estes”; que os seus apoiantes “não vão pactuar, no PS/Madeira, com comportamentos anti-democráticos”;  que “o PS não pode copiar os métodos do PPD” nem “pactuaremos, no PS/M, com qualquer clientelismo. O clientelismo deve continuar a ser monopólio do PPD. Não pactuaremos, no PS/M, com qualquer culto da personalidade. Este deve ser exclusivo  do ditador da aldeia, Alberto João Jardim”.

(Continua)


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