PS-Madeira – Estruturas, Congressos e
Líderes (6)
VIII Congresso (continuação)
O texto salienta que “a unidade
não é nem pode ser um artifício, nem ser apresentada ridiculamente, por razões
de conveniência interna como sendo real, quando os acontecimentos se vão
encarregando de dramaticamente as desmentir. O PS/Madeira tem vivido de há
bastante tempo a esta parte um clima de falsa unidade (...) exige-se do
PS/Madeira, na lógica imperiosa da sua unidade, do seu prestígio e da sua
credibilidade perante o eleitorado, que os comportamentos individuais e
colectivos sejam radicalmente diferentes dos que até aqui têm sido cultivados”.
A determinada altura do texto é referido que “Em surdina, de momento a momento,
«grita-se» a angústia. Pela nossa parte, bem alto respondemos, presente!”
O número de delegados ao
Congresso, favorável a Mota Torres, era denunciador que este sairia vencedor, o
que aconteceu, destronando, assim, Jardim Fernandes que, há treze anos
consecutivos, liderava o PS-Madeira.
CONVENÇÕES
Uma mudança estatutária determinou
a substituição do tradicional Congresso pela CONVENÇÃO. Dado que já tinham tido
lugar duas convenções para tratarem de temas específicos, a 3ª CONVENÇÃO DO
PS-MADEIRA (12 de Fevereiro de 1995) foi a primeira que se realizou nos novos
termos. No dia 22 de Janeiro, nas estruturas de base, os militantes elegeram os
delegados à Convenção e, em simultâneo, a Comissão Regional. Esta, por sua vez,
no dia 5 de Fevereiro, elegeu o presidente do PS-Madeira com base em moções de
orientação política, assim como elegeu os restantes órgãos regionais. Ou seja,
no dia da Convenção, já todos os órgãos partidários estavam eleitos. No fundo,
a Convenção serviu para analisar políticas a seguir daí em diante sem estar
preocupada com o frenesim habitual dos congressos quanto à eleição dos
dirigentes partidários. O tema que esteve em debate na Convenção foi «A REGIÃO,
O ESTADO, A EUROPA», consubstanciado num texto aprovado pela Comissão Regional.
Tratou-se de um importante documento que abarca questões como ”O
DESENVOLVIMENTO DA MADEIRA NO CONTEXTO NACIONAL E EUROPEU”, a “REFORMA DO
SISTEMA POLÍTICO”, “POR UMA POLÍTICA DE SOLIDARIEDADE E DE COESÃO
NACIONAL” e a “MADEIRA NA EUROPA”. Fala
da “Revisão da Constituição”, do
“Combate à Corrupção e pela Transparência”, de “Um novo Regime Económico e
Financeiro”, de “Uma Política de Transportes e Comunicações”, dos “Custos da
Ultraperiferia”, do “POSEIMA” e dos “Desafios do Desenvolvimento”.
Mas esta mudança de modelo
orgânico não evitou que aparecessem concorrentes à liderança: Mota Torres recandidatou-se e surgiu um novo
protagonista que foi António Loja. A campanha eleitoral não foi pacífica.
António Loja viu e sentiu que o seu concorrente, Mota Torres, aproveitou a
máquina partidária a seu favor. A desigualdade de meios levou António Loja a
desistir da corrida no dia 12 de Janeiro, não chegando a apresentar listas para
delegados nem para a Comissão Regional. A sua conferência de imprensa foi
demolidora ao afirmar que houve uma “deliberada sonegação de listas de
militantes que impediu contactos atempados com estes”; que os seus apoiantes
“não vão pactuar, no PS/Madeira, com comportamentos anti-democráticos”; que “o PS não pode copiar os métodos do PPD”
nem “pactuaremos, no PS/M, com qualquer clientelismo. O clientelismo deve
continuar a ser monopólio do PPD. Não pactuaremos, no PS/M, com qualquer culto
da personalidade. Este deve ser exclusivo
do ditador da aldeia, Alberto João Jardim”.
(Continua)
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