PS-Madeira – Estruturas, Congressos e
Líderes (2)
A
história dos líderes em 46 anos de existência do PS-Madeira revela-se uma
concentração em apenas nove militantes, contando com o período que antecedeu a
realização do I Congresso, apesar de terem ocorrido 18 congressos e três
convenções. Estas ocorreram em 12 de fevereiro de 1995, 28 de julho de 1996 e
11 de maio de 1997. Daí que o vencedor do próximo congresso, o décimo nono a
realizar em maio próximo, será o décimo líder regional.
A estabilidade
na liderança ocorrida no mandato de Gil Martins e no primeiro período de
Emanuel Jardim Fernandes deu lugar a períodos instáveis daí em diante.
Se com a
realização dos dois primeiros congressos do PS-Madeira o coordenador foi eleito
pela Comissão de Federação de uma forma consensual, a partir da terceira
reunião magna a concorrência de candidatos à liderança tornou-se uma prática.
De um modo geral, a fase preparatória dos congressos (especialmente a partir do
terceiro) e das convenções constituiu, grande parte das vezes, os piores
momentos da vida interna do PS-M pela clara conflitualidade no relacionamento
entre os grupos concorrentes. Embora fosse considerada normal essa disputa, por
fazer parte da democracia e da liberdade de opinião internas, no entanto, da
parte de algum ou alguns candidatos e seus apoiantes houve “concorrência
desleal” ao ponto de ultrapassar aqueles princípios.
A
consensualidade saída do I Congresso do
PS-M (19 e 20 de novembro de 1977), que
teve lugar após a realização do 2º Congresso Nacional, realizado nos
dias 30/31 de outubro e 1 de novembro de
1976, foi facilitada quanto à eleição de Gil Martins pelo facto de não ter sido
permitido apresentar moções que contrariassem a orientação geral do Partido
então definida a nível nacional.
Também a lista única para a Comissão de Federação, eleita no II Congresso
do PS-M (29 e 30 de março de1980), facilitou a eleição de Emanuel Jardim
Fernandes. Mas curioso foi o facto de, poucos dias antes deste congresso, ter sido apresentada uma moção de orientação
política geral “como contribuição para a discussão nas estruturas de base”,
subscrita por oito militantes mas neste elenco não figurava o coordenador
posteriormente eleito pela Comissão de Federação, reunida no dia 12 de abril de
1980. Esta moção, designada «ANALISAR O PASSADO PARA PERSPECTIVAR O FUTURO»,
cujo conteúdo continha duras críticas ao Grupo Parlamentar na Assembleia Regional e ao “actual estado de
coisas” a que chegou o PS-M, tinha como primeiro subscritor Mota Torres,
seguido de Virgínia Costa, Eugénio Gomes, Ana Castro, Maria Antónia Ferraz,
Ricardo Freitas, José Luís Monteiro
Aguiar e José Manuel F. Sousa.
O III Congresso do PS-M
(18 e 19 de julho 1981) realizou-se na constância do conflito partidário
nacional que ficou conhecido pela oposição do «Ex-Secretariado» a Mário Soares,
concluindo-se pela vitória deste no 4º Congresso Nacional que teve lugar nos
dias 8, 9 e 10 de maio de 1981. Esse conflito teve reflexos no PS-M que, a
exemplo das Federações do continente, viu-se na contingência de realizar um
congresso antecipado.
Nesta ordem conflituosa surgiram duas moções de
orientação política global (uma terceira, subscrita por Góis Mendonça, não
tinha caraterísticas globais) que tinham em vista a eleição de delegados ao
congresso regional. Este elegia a Comissão de Federação, donde saía o
Coordenador do PS-M.
(continua)
Gregorio Gouveia
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