PS-Madeira – Estruturas, Congressos e
Líderes (5)
Com o VIII CONGRESSO (13 e 14 de Fevereiro de 1993) surgiu nova (des)ordem
interna quanto à concorrência pela liderança. Emanuel Jardim Fernandes e
Ricardo Freitas retomaram a apresentação de moções de orientação política
global e listas separadas para a Comissão Regional. Sérgio Abreu e João
Paulo Gomes, pela Juventude Socialista, também subscreveram uma moção global,
embora não tivessem em vista concorrer à liderança do Partido.
Para
além dos dois primeiros, não se perspetivava outra candidatura. Só que uma terceira
estava a ser preparada, há algum tempo, na “clandestinidade”. Tratava-se do
chamado «Grupo dos Cinco», liderado por Mota Torres que nos congressos
anteriores tinha alinhado sempre ao lado de Jardim Fernandes. Esta candidatura deveu-se a um ajuste
de contas com Emanuel Jardim Fernandes pelo facto deste não o ter integrado no
primeiro lugar da lista de deputados nas eleições para a Assembleia da
República, realizadas em 6 de Outubro de 1991. A oposição de Mota
Torres a Jardim Fernandes começou precisamente no dia em que a Comissão
Regional, realizada no dia 14 de Abril de 1991, rejeitou a lista alternativa
apresentada por aquele. A lista, com Mota Torres à cabeça, integrava Quinídio
Correia, Sousa Melo (este aí incluído na sequência de um acordo entre o proponente
e o grupo «Mais Ilhéus, Menos Ilhas»), Duarte Teives e Carlos Varela.
Neste congresso, que foi
antecedido por uma agitação interna e por críticas a Jardim Fernandes, estavam
em cena quatro moções de estratégia política. A de Jardim Fernandes, denominada
«CONTINUAR A CRESCER, GANHAR A MADEIRA», com um pendor regionalista, retomava a
necessidade de “inovar na organização interna do PS, o seu relacionamento com a
sociedade”, além das orientações políticas que se deve defender e apoiar para
“fazer crescer o nosso Partido e levá-lo a assumir um mais relevante papel na
sociedade madeirense”.
Ricardo Freitas propôs na «PRIMEIRA SOLUÇÃO»
um “projecto global de mudança” para o PS-M, “aproximar os militantes ao
partido (...) fazê-los participar activamente na vida partidária”. Previa uma
“alteração revolucionária” dos estatutos
do partido e a criação de uma “FRENTE DEMOCRÁTICA”, liderada pelo PS e que englobasse todos os
partidos da oposição.
Sérgio Abreu e João Paulo
apresentaram a moção «PENSAR A MADEIRA», afirmando “Precisamos de rejuvenescer e renovar métodos, processos
e a mentalidade de muitos militantes para que se deixe de viver menos as
questões internas, lutas desnecessárias que o tempo se encarrega de demonstrar
que são inúteis” e que “O PS deve formar
rapidamente um governo sombra demonstrando desta forma que é a única real
alternativa à maioria na RAM”.
A moção «RECRIAR A ESPERANÇA –
DECISÃO INADIÁVEL» tinha como subscritores, por ordem alfabética, Carlos
Varela, Duarte Caldeira, Gil França, João Isidoro, Joaquim Ventura, Mota Torres,
Quinídio P. Correia e Rita Pestana. Começam por afirmar que “Ser socialista é
uma atitude e um estado de espírito (...)”.
“Aos subscritores impunha-se a assumpção de uma atitude de desassombro e
inconformismo que permitisse transformar esta reunião magna dos
Socialistas da Madeira e do Porto Santo,
num momento de animado debate de ideias, confronto de opiniões e escolhas que
consequentemente dele(s) resulte”.
Salienta que “a unidade não é nem
pode ser um artifício, nem ser apresentada ridiculamente, por razões de
conveniência interna como sendo real, quando os acontecimentos se vão
encarregando de dramaticamente as desmentir (…)”.
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