Pesquisar neste blogue

terça-feira, 17 de março de 2020


PS-Madeira – Estruturas, Congressos e Líderes (5)


Com o VIII CONGRESSO (13 e 14 de Fevereiro de 1993) surgiu nova (des)ordem interna quanto à concorrência pela liderança. Emanuel Jardim Fernandes e Ricardo Freitas retomaram a apresentação de moções de orientação política global e listas separadas para a Comissão Regional. Sérgio Abreu e João Paulo Gomes, pela Juventude Socialista, também subscreveram uma moção global, embora não tivessem em vista concorrer à liderança do Partido.
Para além dos dois primeiros, não se perspetivava outra candidatura. Só que uma terceira estava a ser preparada, há algum tempo, na “clandestinidade”. Tratava-se do chamado «Grupo dos Cinco», liderado por Mota Torres que nos congressos anteriores tinha alinhado sempre ao lado de Jardim Fernandes. Esta candidatura deveu-se a um ajuste de contas com Emanuel Jardim Fernandes pelo facto deste não o ter integrado no primeiro lugar da lista de deputados nas eleições para a Assembleia da República, realizadas em 6 de Outubro de 1991. A oposição de Mota Torres a Jardim Fernandes começou precisamente no dia em que a Comissão Regional, realizada no dia 14 de Abril de 1991, rejeitou a lista alternativa apresentada por aquele. A lista, com Mota Torres à cabeça, integrava Quinídio Correia, Sousa Melo (este aí incluído na sequência de um acordo entre o proponente e o grupo «Mais Ilhéus, Menos Ilhas»), Duarte Teives e Carlos Varela.
Neste congresso, que foi antecedido por uma agitação interna e por críticas a Jardim Fernandes, estavam em cena quatro moções de estratégia política. A de Jardim Fernandes, denominada «CONTINUAR A CRESCER, GANHAR A MADEIRA», com um pendor regionalista, retomava a necessidade de “inovar na organização interna do PS, o seu relacionamento com a sociedade”, além das orientações políticas que se deve defender e apoiar para “fazer crescer o nosso Partido e levá-lo a assumir um mais relevante papel na sociedade madeirense”.
 Ricardo Freitas propôs na «PRIMEIRA SOLUÇÃO» um “projecto global de mudança” para o PS-M, “aproximar os militantes ao partido (...) fazê-los participar activamente na vida partidária”. Previa uma “alteração revolucionária” dos estatutos  do partido e a criação de uma “FRENTE DEMOCRÁTICA”,  liderada pelo PS e que englobasse todos os partidos da oposição.
Sérgio Abreu e João Paulo apresentaram a moção «PENSAR A MADEIRA», afirmando “Precisamos  de rejuvenescer e renovar métodos, processos e a mentalidade de muitos militantes para que se deixe de viver menos as questões internas, lutas desnecessárias que o tempo se encarrega de demonstrar que  são inúteis” e que “O PS deve formar rapidamente um governo sombra demonstrando desta forma que é a única real alternativa à maioria na RAM”. 
A moção «RECRIAR A ESPERANÇA – DECISÃO INADIÁVEL» tinha como subscritores, por ordem alfabética, Carlos Varela, Duarte Caldeira,  Gil França,  João Isidoro, Joaquim Ventura, Mota Torres, Quinídio P. Correia e Rita Pestana. Começam por afirmar que “Ser socialista é uma atitude e um estado de espírito (...)”.  “Aos subscritores impunha-se a assumpção de uma atitude de desassombro e inconformismo que permitisse transformar esta reunião magna dos Socialistas  da Madeira e do Porto Santo, num momento de animado debate de ideias, confronto de opiniões e escolhas que consequentemente dele(s) resulte”.
Salienta que “a unidade não é nem pode ser um artifício, nem ser apresentada ridiculamente, por razões de conveniência interna como sendo real, quando os acontecimentos se vão encarregando de dramaticamente as desmentir (…)”.

Sem comentários:

Enviar um comentário