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terça-feira, 9 de abril de 2013

Cavaco Silva dá apoio psicológico a Passos/Gaspar

“Não vale a pena fazer demagogia sobre isto, nós sabemos que só vamos sair desta situação empobrecendo – em termos relativos, em termos absolutos até, na medida em que o nosso Produto Interno Bruto (PIB) está a cair (o que estamos a fazer é para sair da recessão, não é para agravar a recessão (…) sinto que estamos a fazer aquilo que é preciso, que a nossa direção é a direção certa”.
Passos Coelho, 27/10/2011

 “Se nós olharmos para a nossa história, sabemos que sempre que nos encostaram ao oceano foram os momentos de maior glória da nossa história. A verdade é que nos últimos 20 anos estivemos demasiado preocupados com a Europa (…) Portugal é forte quando olha para o mundo (…) está na hora de sabermos aproveitar essa condição natural dos portugueses, pois foi também por dificuldades que vivemos à época que nós fomos à vida, à procura de outros mundos e de outros mercados”.
Miguel Relvas, 07/01/2012

A semana passada foi muito negra para o Governo PSD/CDS. Especialmente para o PSD. Relvas foram cortadas, faltando limpar o jardim para que o laranjal fique mais alindado sem as ervas daninhas que crescem até danificarem toda a área envolvente.
A humilhação relváltica decorreu na fase intermédia de um processo que ainda não chegou ao fim. O enxovalho final e mais forte de Relvas acontecerá se e quando for anulada a sua licenciatura. Na altura, Relvas vai à sua vida, “à procura de outros mundos e de outros mercados”.

Por outro lado, a declaração de inconstitucionalidade, “com força obrigatória geral”, de normas de quatro artigos do Orçamento do Estado de 2013 criou graves fenómenos psíquicos em membros do Governo e do PSD, em particular em Passos Coelho e Vítor Gaspar que sentiram a necessidade de pedir “apoio psicológico” a Cavaco Silva. O certo é que saíram da Presidência da República bastante confortados com a bênção presidencial para continuarem a mandar no Governo, praticando a mesma política de empobrecimento dos portugueses, já anunciada pelo primeiro-ministro em Outubro de 2011.

O Governo e o PSD chegam ao cúmulo mental da pura hipocrizia ao considerarem que o Tribunal Constitucional é, no fundo, culpado pela inclusão de normas inconstitucionais no Orçamento do Estado que, relembre-se, foi aprovado pelo PSD e pelo CDS na Assembleia da República. É como se o TC fosse uma «força de bloqueio». E o facto de não ter sido considerada inconstitucional a sobretaxa extraordinária de solidariedade sobre os pensionistas do setor público e privado, isso não significa que ela não seja inconstitucional. O Tribunal é que não pretendeu provocar maior rombo nas contas do Estado. Mas esta decisão, uma espécie de bónus, deixa o Governo em roda livre para continuar a aplicá-la em anos seguintes e, provavelmente, em percentagem mais agravada.

Se o efeito da decisão do Tribunal Constitucional corresponder, como dizem, a 1,3 mil milhões de euros a serem pagos aos beneficiários, o certo é que na altura do pagamento é o Estado que beneficia, imediatamente, dos impostos que incidirão sobre aquele montante. E se a quantia recebida pelos cidadãos entrar na economia real, haverá também o retorno pela via dos impostos para o Estado.
Face às reconhecidas estimativas técnicas, deverá ser possível o Estado beneciar em cerca de 50% do montante que irá pagar. Ou seja, o Estado paga com a mão direita e recebe com a esquerda. Mas, por regra, passará a haver mais dinheiro em circulação com benefícios para o consumo interno. Medida que só a teoria neoliberal e esquizofrénica do Governo PSD/CDS não entende.

Por fim, o apelo alucinante de Passos Coelho para um compromisso alargado “dos partidos do arco da governabilidade e os órgãos de soberania” não passa da tentativa enganadora de pedir apoio para continuar as suas políticas ideológicas de empobrecimento dos portugueses. E ninguém deve acreditar no que Passos/Gaspar afirmam. São os dois mentirosos reiterados.


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