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terça-feira, 16 de abril de 2013

Há 40 anos nasceu o Partido Socialista

 “O QUE É O SOCIALISMO?
Será um parto monstruoso, filho das paixões, da inveja, do espírito da anarquia?
Será uma doutrina extravagante, sem raízes na natureza humana, sem precedentes na história dos povos?
Não! O Socialismo, tão antigo como a justiça e a opressão do pobre pelo rico, do desvalido pelo poderoso, não é mais do que o protesto dos que sofrem, contra a organização viciosa que os faz sofrer. É a reclamação da justiça e da igualdade nas relações dos homens; dos homens que a natureza criou livres e iguais, e de que a organização social fez como que duas raças inimigas, uma que manda, goza e oprime, outra que obedece, trabalha e sofre: dum lado, senhores, aristocratas, capitalistas; do outro, escravos, servos, proletários!
No dia em que esta desigualdade monstruosa e ímpia apareceu no mundo, apareceu também logo a protestar contra ela, o Socialismo”.
Antero de Quental
(Lisboa, 1871 – in “O que é a Internacional”)

Fiel ao embrião do pensamento socialista, nasce em 1964 a Acção Socialista Portuguesa (ASP) que desenvolveu a sua acção política na clandestinidade. Em Junho de 1972 a ASP entra como membro de pleno direito na Internacional Socialista e, em 19 de Abril de 1973, dá lugar ao Partido Socialista. Jovem como é, faz hoje 40 anos de vida política.

É expressiva a ata do Congresso da Acção Socialista Portuguesa, reunido naquele dia 19 de Abril de 1973 em Bad Munstereifel (Alemanha) por razões de segurança, com representantes residentes em Portugal e dos núcleos da República Federal da Alemanha, Bélgica, França, Inglaterra, Itália, Suécia e Suíça. Do elenco das assinaturas consta a do arquiteto Gil Martins que, após o 25 de Abril de 1974, regressou à Madeira, onde ajudou a criar a estrutura regional.
O Partido Socialista é membro da Internacional Socialista, do Partido Socialista Europeu, das Associações de Partidos Socialistas, Sociais-Democratas e Trabalhistas.

Ficando para a história o período da clandestinidade, o PS desenvolveu uma intensa atividade política adaptando os conceitos ideológicos que vinham de 1973, primeiro aquando da realização do I Congresso Nacional em 13 e 14 de Dezembro de 1974 e, depois, em 1986 e 2002, mantendo-se fiel aos princípios ideológicos do socialismo democrático e da verdadeira social democracia.

Em meados de Julho de 1975, promoveu manifestações em todo o país contra o “gonçalvismo”.
Mário Soares participou, juntamente com Sá Carneiro e Álvaro Cunhal, no I Governo Provisório do Primeiro-ministro Palma Carlos, tido como um Governo de «salvação nacional», mas acabando por estar no Poder apenas durante 62 dias. O PS participou em mais alguns dos seis Governos Provisórios, embora sendo crítico de muitas políticas desenvolvidas por Vasco Gonçalves.

O PS ganhou as primeiras eleições para a Assembleia da República, realizadas em 25 de Abril de 1976, formando o I Governo Constitucional, baseado na fórmula «PS sozinho». Derrubado no Parlamento, governou apenas 504 dias. Mário Soares voltou a chefiar o II Governo em aliança com o CDS de Freitas do Amaral. Com a denúncia do acordo por parte do CDS, o PS manteve-se fora dos governos seguintes até voltar ao IX Governo em aliança com o PSD, no chamado «Governo do Bloco Central» que acabou sem glória por obra da denúncia do acordo por parte de Cavaco Silva, quando ganhou a liderança do PSD no congresso da Figueira da Foz.

Após o consulado de 10 anos do atual Presidente da República como Primeiro-ministro, o PS voltou aos XIII e XIV Governos com António Guterres e, depois, aos XVII e XVIII com José Sócrates. O PS esteve em 7 dos 19 Governos Constitucionais, constituídos desde 1976. E apenas foi cumprida a legislatura no primeiro governo de António Guterres e no primeiro de José Sócrates.

Com a atual situação política nacional e europeia, gasta pela ação dos governos e dirigentes incompetentes e neoliberais, de mentalidade caduca e mandatários do sistema financeiro internacional, em detrimento dos interesses nacionais, o Partido Socialista continua a ter um papel primordial na defesa das políticas conforme os princípios consagrados na sua carta ideológica plenamente em vigor.

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