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quarta-feira, 4 de setembro de 2013

Ganhos e perdas nas eleições autarquicas

Os resultados obtidos pelos partidos políticos, coligações e grupos de cidadãos independentes nos dez atos eleitorais realizados para os órgãos autarquicos requerem uma reflexão profunda, a fim de melhor entendimento dos avultados ganhos pelo PSD-M nos vários órgãos autarquicos, bem como da fraca implantação e perdas constantes por parte dos restantes partidos. Os resultados merecem um estudo sociológico para se perceber a razão de tantas vitórias socialdemocratas: se a influência é da máquina governamental regional (que se confunde com o partido), resultando daí influência direta nos eleitores, ou se existe culpa formada dos partidos da oposição.
Se as maiorias têm sido para o PSD, que sempre ganhou todas as câmaras da Calheta, Câmara de Lobos, Funchal (em 1976 sem maioria absoluta), Ponta do Sol, Porto Moniz, Ribeira Brava, Santa Cruz (em 2009 sem maioria absoluta), Santana e São Vicente, certo é que existiram fenómenos localizados de vitórias de partidos da oposição. Se assim aconteceu, interessa questionar as razões sociológicas ou de outra natureza que explicam que os portossantenses tivessem votado no PS em 1976, 1989 e 1993; que a UDP tivesse ganho a câmara de Machico, em 1989; que o PS tenha ganho a câmara de Machico em 1993 e 1997.

No âmbito das freguesias, os partidos da oposição ao PSD, isoladamente ou em coligação e grupos de cidadãos, obtiveram alguns ganhos ao vencerem a assembleia de freguesia e respetiva Junta:
- Em 1976, o CDS ganhou nas freguesias dos Prazeres, Curral das Freiras, Quinta Grande e Boa Ventura; os GDUP`s venceram nas freguesias do Caniçal e Machico; o PS ganhou na freguesia do Porto Santo; no Funchal, o PSD obteve maioria absoluta apenas nas freguesias de São Gonçalo, Santo António e Monte, nas restantes a maior do PSD era relativa.
-Em 1979, o CDS apenas ganhou na freguesia dos Prazeres; a UDP ganhou na freguesia de Machico; no Caniçal o PSD não teve maioria absoluta; as freguesias do Jardim do Mar, Achadas da Cruz e Água de Pena (de Santa Cruz) apenas tinham plenário de eleitores.
- Em 1982, o CDS ganhou na Ribeira da Janela e a UDP na freguesia de Machico; as freguesias do Jardim do Mar, Achadas da Cruz e Água de Pena (de Santa Cruz) continuaram com plenário de eleitores.
- Em 1985, apenas a UDP ganhou na freguesia de Machico.
- Em 1989, a coligação PS/CDS ganhou na freguesia de Santa Luzia, mas no Imaculado e São Gonçalo o PSD não obteve maioria absoluta; a UDP ganhou nas freguesias do Caniçal e Machico; o PS ganhou na freguesia do Porto Santo; o PSD não obteve maioria absoluta na Madalena do Mar.
- Em 1993, o CDS ganhou nas freguesias do Arco da Calheta e Paul do Mar; o PS ganhou nas freguesias de Machico, Seixal, Porto Santo, Santa Cruz e Arco de São Jorge; nas freguesias do Monte e São Gonçalo o PSD não obteve maioria absoluta.
- Em 1997, o CDS repetiu a vitória no Arco da Calheta e ganhou na Ponta do Pargo; o PS ganhou na Quinta Grande, Machico e Gaula;  o grupo de independentes ganhou na freguesia do Jardim da Serra.
- Em 2001, a coligação CDS/PS ganhou na freguesia dos Prazeres; a coligação PS/CDS ganhou nas Achadas da Cruz e Gaula; o PS ganhou na freguesia de Machico.
- Em 2005, o CDS ganhou na freguesia dos Prazeres; o PS ganhou em Água de Pena, Achadas da Cruz e Gaula.
- Em 2009, o PS ganhou nas freguesias de Água de Pena, Achadas da Cruz e Porto Moniz; o CDS ganhou na fregueisa de São Jorge.

Os fenómenos localizados nos concelhos e freguesias revelam que, de quando em vez, existem pessoas nos partidos da oposição ao PSD com capacidade para desenvolverem um trabalho  profundo e sério a favor das suas populações. Estas não deixam de reconhecer o seu trabalho, pese embora com pouca longevidade no mandato. São estes fenómenos de pouca duração que merecem análises permanentes, o que, por vezes, rareiam ou são inexistentes nas sedes regionais e locais dos partidos.





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