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quarta-feira, 23 de outubro de 2013

gregoriogouveia.blogspot.pt

“Criminosos de guerra financeira”

“O excesso,
ao amadurecer,
produz a espiga do erro.
E no tempo da ceifa
apenas se recolhem lágrimas…”
Ésquilo
Se o soldado grego Ésquilo vivesse no nosso tempo, teria oportunidade de produzir obras dramáticas tendo por base a guerra financeira internacional que os detentores do poder absoluto do dinheiro declararam contra os pacíficos e desarmados povos. Há anos que estamos em plena guerra financeira internacional, cujos efeitos são tão ou mais mortíferos que uma guerra convencional ou mesmo de terrorismo. Se os efeitos das passadas duas guerras mundiais foram a destruição física de cidades e pessoas, bem como dificuldade de circulação de bens que levou ao racionamento, a actual guerra financeira internacional tem como efeito prioritário saquear o poder económico dos povos e a promoção da destruição da sociedade, criando métodos de extermínio pela via da morte lenta de milhões de cidadãos em cada país, onde penetram sob a capa de Mercados e de emprestadores de dinheiro.
A crise financeira internacional foi criada pelos «lobbies» financeiros para justificarem ações de manterem esfomeadas as populações de alguns países, impondo métodos destrutivos de gestão política, económica e social. Os promotores, defensores e executores internacionais da guerra financeira tornaram-se verdadeiros “criminosos de guerra”, fazendo emboscadas e ataques à mão armada, por via legislativa, saqueando rendimentos dos cidadãos para satisfazerem, a qualquer preço, os ideólogos da nova modalidade de guerra que coloca milhões de pessoas na miséria. Criaram todas as condições políticas para a instalação de verdadeiros campos de concentração, cuja diferença dos que foram criados no século XX na Europa está no método que, em vez da concentração física das pessoas, estas permanecem nas suas casas, enquanto as puderem manter.  
Os “criminosos de guerra financeira” estão personificados em algumas instituições internacionais, com ramificações em vários países que se obrigaram a lhes pedir dinheiro, pagando juros certos e permanentes, como é o caso de Portugal. As que nos são mais familiares rodeiam-nos e perseguem-nos diariamente: Fundo Monetário Internacional, a quem pagamos para ser seu sócio, embora sem poder intervir nas suas decisões criminosas; a União Europeia, através da Comissão Europeia e do Banco Central Europeu, em que os atuais governantes portugueses são passivos e sem influencia nas ações que fazem ampliar a guerra financeira internacional e os seus perversos efeitos. Estas instituições agem a coberto de agentes - Agências de Rating - que fazem ação psicológica a favor dos chamados «mercados», valorizando e/ou desvalorizando o estado de saúde financeiro dos Estados e das empresas, conforme melhor lhes dá jeito.
A nível do nosso País, a “guerra financeira” está a ser levada a cabo por uma espécie de regimento de infantaria, comandado por dois “generais” – Passos Coelho e Paulo Portas -  supervisionados por um “marechal” – Cavaco Silva -  como a mais alta patente da hierarquia.
Cada grupo parlamentar do PSD e do CDS corresponde a uma companhia comandada por um oficial obediente, seguindo as orientações legislativas subversivas com vista a dar legitimidade aos assaltos aos bolsos de milhares de portugueses, subtraindo-lhes o pouco que ainda resta.
Cada ministério equivale a uma companhia de operações especiais que exerce funções de execução das emboscadas e de recolha final dos despojos de guerra. De tal modo existe uma verdadeira guerra financeira em Portugal, declarada há muito pelo PSD/CDS, que Pires de Lima, graduado em “capitão”, declarou: “(…) sou um soldado disciplinado e leal deste Governo”.
O problema dos portugueses, expropriados dos seus bens, é o de saber quando é que este “exército” é derrotado e os “criminosos de guerra financeira” são julgados pelo tribunal popular – o voto do povo que é quem mais ordena!

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