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quinta-feira, 31 de julho de 2014

Reflexos de «Abril 74» na Madeira (16)

* «AREÓPAGO» é o semanário de informação religiosa, que nasce a 06/09/2003, propriedade da Areópago – Associação de Informação Religiosa, sendo Diretor Ricardo José V. Baptista. Com uma tiragem de 2 000 exemplares, o Editorial do número 1 refere que “O leitor tem nas suas mãos um novo projecto editorial que passará a estar consigo semanalmente, apresentando-lhe uma nova proposta de conteúdos informativos sobre a nossa terra (…) este projecto nasceu pela presente necessidade e apelo das comunidades de um novo sinal de esperança na comunicação e divulgação da mensagem cristã…”. Mais adiante, salienta que “Com alguma preocupação, olhamos para a sociedade que nos rodeia e não quisemos ficar de braços cruzados, porque aquilo que nos rodeia é uma cultura envolvente, facilitante, sem exigência, onde o superficial impera e o consumo reina. Termina afirnando: “A Igreja deve ser desafio à mudança, pois ser cristão não é fácil (…) a nossa missão é ajudá-los a realizar esta mudança numa relação directa e afectiva, todas as semanas, correspondendo com a nossa vontade de ser informado. Lançamo-nos ao largo e agora dependemos do vento da esperança de todos para navegarmos neste mar tenebroso”.
* O «GARAJAU» nasceu a 15/01/2004 com periodicidade quinzenal e 7 000 exemplares. É propriedade da Publigarajau – Empresa Jornalística, Lda, sendo Diretor Eduardo Pedro Welsh e Diretor Adjunto Gil Canha. Refere no seu Estatuto Editorial que o “Garajau é um órgão de informação não diário e regional, que informa utilizando os géneros literários e jornalísticos do humor, da ficção e da sátira, através de instrumentos de crítica como o sarcasmo, a caricatura e a hipérbole. Garajau estabelece, assim, um compromisso óbvio e inequívoco de natureza humorística, ficcional e satírica entre si e os seus leitores”. Para além de referir que é apartidário, salienta que o “Garajau é, por natureza, um jornal contra os poderes instalados, irreverente e em permanente desassossego”.
* Novo «NOTÍCIAS DA MADEIRA», agora de periodicidade semanal, nasce a 14/07/2005. É propriedade da empresa Notícias da Madeira, Lda, e tem como Diretor Paulo Santos. O Editorial do número 1 salienta que “Defender a Região é o nosso propósito. Informar é a nossa missão. Não estamos aqui para fazer igual, estamos para inovar e isso nota-se já nesta primeira edição (…) o caminho que temos pela frente é para se fazer semana após semana, com a determinação de quem sabe o que quer e com a confiança de quem acredita neste novo produto”. Mais adiante, refere que “Por cá, o cenário político está agitado. Alberto João Jardim é protagonista da cena política por ter chocado as consciências mais sensíveis com a questão dos indianos e chineses (…) o que conta é que Jardim voltou a ser politicamente incorrecto, um guerrilheiro que usa as tácticas da acção psicológica e chocar as consciências”.
* No dia 04/06/2007, nasce o «DIÁRIO CIDADE», de periodicidade diária (de segunda a sexta) e com uma tiragem de 18 000 exemplares, propriedade de O Liberal, Empresa de Artes Gráficas, Lda, sendo Diretor Edgar R. Aguiar. O Estatuto Editorial revela que “O Diário Cidade é um diário gratuito destinado aos madeirenses de todas as classes sociais e de diferentes ideologias políticas, religiosas, clubistas, culturais e seitas”. Mais à frente refere que “O Diário Cidade é um projecto madeirense pautado por critérios de rigor e elaborado por jornalistas que respeitam a Lei de Imprensa e cumprem o Código Deontológico dos Jornalistas”. Termina afirmando: “O Diário Cidade é um projecto independente que pretende implementar e refortalecer a vida empresarial da Região, bem como o movimento democrático e autonómico da Madeira”.
A partir de 17/10/2011 o «Diário Cidade» passou a ser editado apenas «On line».
* O «MADEIRA LIVRE» nasce em Outubro de 2008, de periodicidade mensal e com uma tiragem de 100 000 exemplares. Gratuito e propriedade do Partido Social  Democrata – Madeira, tem como Diretor Jaime Ramos. O Estatuto Editorial refere que “Este órgão de informação do PSD/Madeira, que hoje inicia a sua publicação, tem o direito e o dever de dar conhecimento das actividades do Partido Social Democrata da Madeira, de divulgar todas as acções que o Grupo Parlamentar na Assembleia Legislativa, o Governo, as Autarquias, a JSD e TSD exercem no dia-a-dia na Região – uma vez que os Orgãos de Comunicação Social não cumprem com a sua função, pois integram a grande “Palhaçada””.
* «MAISDESPORTO» nasce a 03/07/2009, cuja especialidade é a área do desporto. Tem periodicidade semanal e uma tiragem de 10 000 exemplares. É propriedade da Empresa do Diário de Notícias Lda, e Diretor Deodato Rodrigues. O Editorial do primeiro número refere que “MAISDESPORTO surge nas bancas num momento em que, na generalidade das modalidades, é preparada a época 09/10. Não admira, pois, que muitas das suas páginas estejam ocupadas com as perspectivas futuras dos clubes e dos agentes desportivos”.
* O mensário «QUEBRA COSTAS» nasce em Setembro de 2012, com uma tiragem de 2 000 exemplares. É propriedade de «ESCRITOS TERNURENTOS – Empresa Jornalística –Unipessoal, Lda, e tem como Diretor José António Quintal de Nóbrega. O Editorial do número 1 refere que “O Quebra Costas é um jornal satírico, irreverente, anti-jardinista e totalmente determinado em minar o regime ditatorial vigente nesta ilha da costa ocidental africana”. Termina afirmando que “Deste modo, foi da mais sórdida bajulação e do mais baixo sabujismo que nasceu este humilde título, de um jornal temente a Deus e aos tribunais da República Portuguesa”.





terça-feira, 22 de julho de 2014

Reflexos de «Abril 74» na Madeira (15)

Com o número 1 nasce o «Notícias da Madeira» a 1 de Julho de 1993. De periodicidade diária e com uma tiragem de 7 500 exemplares, é propriedade de SIMA – Sistemas de Informação e Medias de Comunicação, S.A., sendo Diretor Catanho Fernandes. De igual nome ao jornal republicano que nasceu em 1931, no entanto, o editorial do novo «Notícias da Madeira» salienta que “Apresenta-se descomplexado com uma proposta de leitura diferente da existente, refrescando, como o dissemos durante a nossa fase de promoção, a Comunicação Social madeirense”. Mais adiante refere: “Sabemos da nossa importância como órgão de imprensa regional, sobretudo numa terra com as pecularidades desta, mas não nos inibimos perante a dimensão nacional, nem tão pouco no espaço, agora regional, da Europa que nos acolhe desde há anos”. Termina afirmando: “Aqui mostramos a força de um novo projecto, enquanto confrontamos os leitores madeirenses com um novo tipo de jornal, que, estamos certos, ganhará facilmente, também, a sua faixa de mercado”.

A 01/01/1996, nasce a nova série do «Re Nhau-Nhau», com periodicidade mensal e uma tiragem de 2 000 exemplares, tendo como editor António Loja e Diretor Ricardo Freitas. O editorial salienta que “Este primeiro número do novo fôlego do gato agora ressuscitado será dedicado à figura entre todas insigne do Professor Doutor Aníbal Cavaco Silva (…) Após dez anos como Primeiro-Ministro o país transformou-se aos olhos de todos os Portugueses e Portuguesas e aos olhos de todos os Madeirenses e Portosantenses: produz menos trigo e menos alfaces (que passámos a importar), produz menos ferro e menos cobre (que importamos também alegremente), consome mais televisores e mais telefones celulares (que compramos gostosamente aos Japoneses); importamos cada vez mais e exportamos relativamente cada vez menos. E devemos todo este expectacular desenvolvimento à figura sem par que é o prof. Cavaco (…) Tudo isso devemos a esse homem genial, a esse governante agora desempregado mas candidato a Presidente”.

O semanário «TRIBUNA DA MADEIRA» nasce no dia 15/10/1999, com uma tiragem de 7 000 exemplares. É propriedade de O Liberal – Empresa de Artes Gráficas, Lda, sendo Diretor Luís Calisto. O Editorial do número 1 destaca o facto de “Em alguns fulgentes períodos da História insular, a Madeira e o jornalismo foram cúmplices na luta pela liberdade humana. O isolamento do Arquipélago a incentivar a entreajuda. A experiência mostra que não há jornalismo livre sem Madeira livre. Nem há Madeira livre sem jornalismo livre (…) Entenda-se Madeira livre como duas ilhas habitadas do Atlântico onde as populações agem e pensam sem amarras”. Mais adiante salienta:”Estaremos atentos ao tratamento que se dá ao património e ao ambiente, quando o estado das coisas é tal que se delapida a riqueza que é de todos em nome de um cínico desenvolvimento da Madeira que só visa o lucro selvagem”. Propondo-se a um jornalismo sério, termina: “Esperamos que a chegada do Tribuna da Madeira coincida com o arranque  para novo período refulgente de liberdade responsável na informação das ilhas”.

A 10/11/2000 nasce o número 1 dum novo «NOTÍCIAS DA MADEIRA». De periodicidade diária, é propriedade da empresa Notícias da Madeira, Lda e tem como Diretor Carlos Lélis. O Editorial salienta: “Sabem os leitores de boa-vontade que a imagem de um jornal não é uma voz, nem aquela cara que vai dar a cara (no nosso caso, sem oferecer a outra face). Mais adiante destaca: “Deixem-nos aquecer os motores (o “hard-ware”), afinar as guitarras (o “sofware”). Não esperem já no NM mundos e fundos. Dêem-nos só tempo e gestação. E vão ver. Ver o mundo sem bater no fundo. Navegar sem meter água. Ir a remos, içando as velas… No dia escuro e na noite clara ao encontro d`”a manhã dos amanhãs”. Porque amanhã é um novo dia”. Mais à frente avança que “O NM vai dar que falar, vai sobretudo fazer falar. Os leitores e o nosso jornal vão conversar, dialogar, desabafar, respirar”. Termina: “Nada na comunicação social é assim tão simples. Nada. Nunca”.

Nasce o número 1 (julho/Agosto 2002) de «O Ilhéu» (Açores/Madeira), bimestral, sendo Editor Elder Escobar e Diretor José Luís Cabrita. O Editorial refere que “A adesão dos leitores ao nosso primeiro jornal foi entusiástica. A nível técnico, profissional, pessoal e…até político, imaginem. A verdade, é que, só com a saída regular do jornal, no final de cada mês, se saberá como tudo acontecerá: por um lado, a aquisição do jornal pelos leitores, por outro lado, o interesse em nos escrever, respondendo ao nosso questionário, enviando sugestões, artigos de opinião, etc.”. Mais adiante refere que “Uma sociedade medrosa, como é, e, sempre foi a portuguesa, é uma sociedade apagada, limitada, frustrada. Onde tudo está mal. Onde se anda aos soluços, mais preocupados com o que pensam os vizinhos, do que com aquilo que podemos e devemos fazer”.
(continua)









quinta-feira, 17 de julho de 2014

Reflexos de «Abril 74» na Madeira (14)

Em Maio de 1979, nasce o mensário insular «MADEIRA NOVA», tendo como Diretor J. Campos e Diretor Adjunto Costa Miranda. O Editorial do número 1 destaca que “Nasce o «MADEIRA NOVA» numa das mais conturbadas eras da quase milenária história de Portugal. De um Portugal reduzido à sua expressão mais simples, isto é, circunscrito às dimensões territoriais que possuía em data imediatamente anterior aos Descobrimentos e à colonização”. Mais à frente salienta: “Como Ilhéus secularmente dependentes do soprar dos ventos lusitanos, alheios à gradual decadência do portuguesismo gerada no seio da própria Nação e impossibilitados de impor ou, pelo menos, fazer ouvir a voz da própria vontade – que bem poderia ser o grito de protesto da fidelidade traída – resta-nos fazer como Pilatos: lavamos daí as mãos!”. O Editorial termina com a apologia da emancipação dos madeirenses: “Esta é a forma como nos definimos, seja qual for o nome que pretendam dar-lhes os que se recusam a aceitar a ideia e os que se furtam a uma definição por oportunismo ou por cobardia (…) pois arrogamo-nos esse direito, sim senhores! Falamos em nome de TODOS os madeirenses excluídos aqueles que, cúmplices na venda de uma pátria não hesitarão em «negociar» outra. Se para tanto lhes dermos oportunidade”.

O «MADEIRA MAGAZINE» nasce a 2 de Agosto de 1982, sendo seu proprietário João C. F. Lourenço e Diretor Sílvio Mendes. De periodicidade semanal e com uma tiragem de 3 260 exemplares, o Editorial do número 1 salienta que “o «MADEIRA MAGAZINE» não se apresenta como novidade literária ou na descoberta de um mundo desconhecido. «MM» é, antes, a concretização de um projecto gizado há vários anos, em concordância com o âmbito na nossa comunidade mas que só agora, por circunstâncias favoráveis, tornou-se possível dar o primeiro passo”.

Depois do semanário «ZARCO», nascido em Outubro de 1976, nasce, no início do ano de 1985, um novo «ZARCO», de periodicidade trimestral, sendo proprietário e Diretor António de Castro Jorge. Com tiragem de 1 000 exemplares, dá nota de que o «ZARCO» é um “Jornal trimestral, sem subsídios ou porteção de qualquer espécie. Os seus colaboradores não são remunerados e exprimem livremente o seu pensamento como é de direito em Democracia”. O Editorial do número 2 (Setembro de 1985) refere que “O progresso vem com trabalho, mas se o trabalho diz não, não pode haver progresso”. “Resta-nos perguntar com estes dois governos paralelos onde vai parar o País? E ainda há quem se esforce para ser Presidente da República, Ministro ou Deputado duma Nação sem possibilidades de ser governada. Aqui há mistério, ou os que querem mandar têm inteligência para se governar ou então não a têm, para reconhecer que nada podem fazer”.

Em 10 de Agosto de 1987, surge o número 0 do «Correio da MADEIRA», tendo como Diretor José Campos. Semanário e com uma tiragem de 5 000 exemplares, o Editorial salienta que “ ao iniciarmos este, que, por analogia, poderemos rotular de um jornal tempestuoso, no âmbito da Imprensa Regional, temos bem presente o rifão popular de que «depois da tempestade vem a bonança»!”. Termina com a afirmação de que “Sabemos literalmente quanto custa – ou irá custar – a aragem da nossa independência. Que começa e acaba em si, amigo leitor. Estamos preparados para encarar – em todos os seus reflexos -  o preço da liberdade autêntica que pretendemos. Mas a liberdade não tem preço! Queremos, efectivamente, constituir um Correio (livre) da Madeira”.

Com o número 0, nasce a 9 de Junho de 1989 o quinzenário «O Parcial MADEIRA», tendo como proprietário e Diretor Emídio Loja. Com uma tiragem de 10 000 exemplares, o Editorial destaca: “Naturalmente seremos oposição, mas nunca faremos oposição pela simples razão de o sermos. Aceitaremos sim, toda a iniciativa, venha de onde vier, que vise a promoção da Família nos seus mais diversos aspectos: Infância, Saúde, Trabalho, Ensino, Habitação, Justiça e muito particularmente a terceira idade”. Termina afirmando: “Ocuparemos o nosso espaço com humildade, mas não abdicaremos dos nossos princípios, embora aceitemos as críticas que se mostrarem positivas. Esperamos continuar”.

Em Setembro de 1991, nasce o mensário «VOZ do Atlântico», que se carateriza como “mensário pelo progresso da Madeira”. Tem como proprietário e Diretor João Luís Rodrigues Jardim e com uma tiragem de 10 000 exemplares, o «VOZ do Atlântico» “assume-se como um jornal independente, ao serviço da Madeira e dos madeirenses, não afecto a quaisquer grupos políticos, económicos ou religiosos”. Salienta: “Criticaremos o que estiver mal, relevaremos o que de positivo realizam os nossos dirigentes em prol da população madeirense, levando sempre em linha de conta a ética e a deontologia profissionais”.
(continua)






segunda-feira, 14 de julho de 2014

Reflexos de «Abril 74» na Madeira (13)

Em Março de 1977, nasce o semanário desportivo, intitulado «Pérola do Atlântico», propriedade de Frank Ligne, tendo como Diretor João M. Gouveia.

Em Fevereiro de 1976, é publicado o mensário «O Caseiro», órgão oficial da U.C.I.M. – União dos Caseiros da Ilha da Madeira, tendo como Diretora Maria da Conceição Gomes. O jornal tem como objetivo divulgar assuntos que se prendem com os interesses dos caseiros/colonos, que são os detentores de benfeitorias no regime de colonia, face aos senhorios propritários da terra.

Em Outubro de 1978, o Governo Regional da Madeira, através do Gabinete de Comunicação Social, inicia a publicação do «Jornal do Emigrante». O jornal não tem diretor determinado, mas o número 1 refere que “No sentido de podermos tornar mais extenso o trabalho a realizar, quer nos concelhos da Madeira, quer junto das colónias de emigrantes, «Jornal do Emigrante» a partir do próximo número espera ver concluído o processo de nomeação de correspondentes concelhios. Entretanto foi constituída uma equipa a quem caberá a responsabilidade de coordenação e elaboração do «Jornal do Emigrante» e que é assim constituída, nesta fase inicial: Gilberto Teixeira, Ernesto Rodrigues, Armindo Abreu,  Rui Marote (departamento fotográfico, Virgílio Teixeira (em representação do Centro do Emigrante Madeirense), Luís Filipe Malheiro (do Gabinete da Comunicação Social do Governo Regional da Madeira), e Mário Silva (delegado no Porto Santo).”
O objetivo do jornal é “LEVAR AOS NÚCLEOS DE NATURAIS DESTA TERRA, LABUTANDO NOS MAIS DÍSPARES PARTES DO GLOBO, A INFORMAÇÃO QUE LHES FALTA – TÃO LEGITIMAMENTE REIVINDICADA – SOBRE PROBLEMAS QUE A TODOS NÓS, VIVENDO PERTO OU LONGE DAS SUAS INCIDÊNCIAS, DIZEM RESPEITO”. Mais adiante, justifica a presença do jornal que é: “ALHEIO  ÀS DEFORMAÇÕES POLÍTICAS QUE PARECEM PRETENDER FAZER EVOLUIR A SOCIEDADE PARA UM CERTO TIPO DE MANIQUEÍSMO DEPRIMEMTE, IRÁ INFORMAR OS EMIGRANTES E POR ESTES SER INFORMADO DOS SEUS ANSEIOS E ASPIRAÇÕES. DA JUSTEZA DESTES DOIS PRECEITOS RESULTARÁ, ESTAMOS CERTOS, UM TRABALHO PROFICIENTE EM REDOR DE UMA CAUSA COMUM – UMA MADEIRA ECUMÉNICA VOLTADA, DECISIVAMENTE, PARA A PROMOÇÃO SOCIAL”.

Com o Ano I, nº 1, de 30/01/1979, nasce o jornal «MADEIRA Hoje», de periodicidade semanal, propriedade e direção de A. Monteiro de Aguiar. Com uma tiragem de 7 500 exemplares, o Estatuto Editorial declara que “COMO ÓRGÃO DE COMUNICAÇÃO SOCIAL PLURALISTA E INDEPENDENTE PROCURARÁ VEICULAR UMA INFORMAÇÃO O MAIS OBJECTIVA E VERDADEIRA POSSÍVEL, SEMPRE EM CONFORMIDADE COM AS LEIS EM VIGOR (…) TERÁ COMO OBJECTIVO PRINCIPAL A DIVULGAÇÃO DOS MAIS VARIADOS PROBLEMAS REGIONAIS, ASSIM COMO A DEFESA DOS INTERESSES DA POPULAÇÃO MADEIRENSE E DO TODO NACIONAL”.

Em Fevereiro de 1979, nasce o nº 1 do jornal «A SEMILHA» , “Gazeta de emancipação vegetal” e independente. De periodicidade mensal e com formato A4, tem como Editor, Proprietário e Diretor Fernando Mota. O Editorial, intitulado “BANHA – DE – PORCO”, refere: “É na fervura desta crise, no meio de tantas e tão grandes semilhas, governos e mais governos que, nós abrimos esta nossa flor, em jeito de quem procura qualquer coisa de útil, procura e acaba por encontrar, MAIS NÃO SEJA OUTRA SEMILHA. Mas desta para melhor porque, depois da falta que para aí houve, agora ela aparece tão cara e ranhosa que, já nos pôs a supor ser esta austeridade, o tal bicho-rapa-bolsos, também uma megistosíssima semilha: tão grande que até sai à rua em letras de imprensa.”.

A 08/03/1979, nasce o númenro 1 do semanário «A Região», propriedade de José Luís Brazão, tendo como Diretor José Manuel Rodrigues. O Editorial começa por referir: “«Jovens que querem ter uma opção participativa…» foi como o prof. Eleutério de Aguiar  defeniu o grupo coordenador de «A Região», no jornal de que é redactor, em notícia que assinalou o nosso aparecimento no prelo da comunicação social madeirense”. Mais adiante refere que “O nosso semanário visa, acima de tudo, contribuir para a existência no Arquipélago de uma informação reflectida e empenhada em servir o sentido crítico da opinião pública, incidindo sobretudo na defesa dos valores fundamentais da pessoa humana”.
(continua)





quinta-feira, 3 de julho de 2014

Reflexos de «Abril 74» na Madeira (12)

Na continuação dos jornais referidos na passada semana, outros títulos foram  publicados,  enriquecendo a comunicação social escrita da Região.

A 26/02/1977, foi publicado o nº 1 do jornal «a PALAVRA», propriedade do Movimento dos Estudantes Católicos Madeirenes, tendo como diretor João de Ornelas Carvalho. O editorial começa por afirmar e, depois, questionar que “vivemos num ambiente de interrogações, dúvidas, receio pelo futuro. Porquê? Como? Quando? Será possível? Que será de nós? Como solucionar o problema?”. Mais adiante refere que “É com grande preocupação que vemos no nosso dia a dia, jovens como nós, se deixarem arrastar pela apatia em relação à vida que os rodeia. Sinceramente, apetece-nos dar um safanão e gritar-lhes que são seres com inteligência por isso têm de ter motivação e saberem o porquê de todos os momentos da vida”. Termina com o “Talvez estejam alguns adultos a pensar, que somos muito novos, sem experiência da vida, e que ainda andamos com «sonhos côr de rosa». Talvez!? Temos a certeza de que não vamos alterar, como seria nosso desejo, esta sociedade, com as suas leis formadas; mas não estamos menos certos de que vamos contribuir para a encaminhar para aquilo que nós pensamos ser a ideal. Nunca desanimeis, jovens! Tende sempre presente que a meta é em frente e é preciso avançar. Contamos contigo! Colabora!”

Na versão II serie, nº 5. de 10/03/1977, é publicado o jornal «Força do POVO», sendo Propriedade, Editor e Diretor José Manuel Abreu Silva. Trata-se de um jornal de “luta dos trabalhadores contra todos os seus inimigos (…) na defesa das justas conquistas alcançadas, contra o social-fascismo, o fascismo e o separatismo, o social-imperealismo, o imperialismo e a guerra”. O editorial daquela publicação justifica estarmos perante um “jornal popular, progressista, de massas”. Refere que “Os ataques principais e já previstos têm surgido de todas as forças e facções da burguesia: separatistas, fascistas, social-fascistas, sociais democratas, pequena burguesia radical, etc., partido social-fascista de Cunhal e dos seus filhotes, cada vez menos disfarçados, o «PCP(r), UDP, GDUPs, MUP»”. “Ameaças de morte têm surgido do partido social-fascista (…) também temos sido atingidos pelas mais baixas calúnias e ataques vindos dos principais responsáveis da seita agonizante da Rua do Castanheiro”.  Após referir a criação de Equipas de Divulgação e Apoio  a «Forças do Povo» (E.D.A.), termina afirmando que “Só assim, «Força do Povo» será o espelho, a imagem das massas populares exploradas, oprimidas, em luta pela sua emancipação, de olhos postos numa sociedade livre e justa – no Reino do Trabalho”.

A 28/10/1977, nasce o nº 1 do quinzenário «farol das ilhas» - MADEIRA, propriedade da Editorial Ilhas, SARL, com sede em Lisboa, tendo como Diretor António Borges Coutinho e Diretor-adjunto João Abel de Freitas. Também composto e impresso na Buraca – Amadora, o Estatuto Editorial refere que “é uma publicação de carácter informativo que se propõe defender os princípios políticos e económicos consignados na Constituição e lutar para que eles sejam respeitados nas Regiões Autónomas dos Açores e da Madeira”. Mais à frente refere que “dará particular atenção à defesa dos interesses das massas trabalhadoras e do campesinato, assim como dos pequenos comerciantes e industriais e outros, apresentando-se como porta-voz das suas reivindicações (…) levar às populações locais, assim como aos núcleos de emigrantes, uma visão clara e completa da realidade açoriana e madeirense (…) defenderá a efectiva autonomia dos arquipélagos como condição fundamental para o reforço da unidade nacional, mas combaterá toda e qualquer ideologia separatista que vise subtrair as populações insulares às conquistas da Revolução do 25 de Abril”.

No dia 15/02/1978, surge o nº 1 do quinzenário «Jornal INSULAR» Madeira – Açores, fundado por João L. O. Teixeira e José Luís Cabrita, tendo como Diretor e Proprietário João  L. O. Teixeira e Diretor adjunto José Luís Cabrita. No editorial, Ornelas Teixeira refere que “Esta é a hora atlântica. O abrigo fraterno inter-ilhas. Onde outros tentam impôr sua verdade nós humildemente mostramos a nossa verdade: o que somos e o que poderemos ser. O nosso objectivo é o diálogo franco com os outros. Somos todos ilhéus e formamos um bloco único. A insularidade para nós, não é um MITO é a própria história dum Povo – através dos séculos! Somos o retrato dum Povo inibido, manietado, que pretende ser livre, mas continua atado de pés e mãos. Lutaremos pela palavra. Intelegentemente. Rejeitamos a psicose do número. Rejeitamos o carneirismo – o ir com os outros. Somos o porta-voz das Ilhas Atlânticas. Não pretendemos ser Poder. Assim recusamos o rótulo de qualquer definição. «Não somos os istas de qualquer ismo» conforme disse F. Pessoa”.
(continua)