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quinta-feira, 17 de julho de 2014

Reflexos de «Abril 74» na Madeira (14)

Em Maio de 1979, nasce o mensário insular «MADEIRA NOVA», tendo como Diretor J. Campos e Diretor Adjunto Costa Miranda. O Editorial do número 1 destaca que “Nasce o «MADEIRA NOVA» numa das mais conturbadas eras da quase milenária história de Portugal. De um Portugal reduzido à sua expressão mais simples, isto é, circunscrito às dimensões territoriais que possuía em data imediatamente anterior aos Descobrimentos e à colonização”. Mais à frente salienta: “Como Ilhéus secularmente dependentes do soprar dos ventos lusitanos, alheios à gradual decadência do portuguesismo gerada no seio da própria Nação e impossibilitados de impor ou, pelo menos, fazer ouvir a voz da própria vontade – que bem poderia ser o grito de protesto da fidelidade traída – resta-nos fazer como Pilatos: lavamos daí as mãos!”. O Editorial termina com a apologia da emancipação dos madeirenses: “Esta é a forma como nos definimos, seja qual for o nome que pretendam dar-lhes os que se recusam a aceitar a ideia e os que se furtam a uma definição por oportunismo ou por cobardia (…) pois arrogamo-nos esse direito, sim senhores! Falamos em nome de TODOS os madeirenses excluídos aqueles que, cúmplices na venda de uma pátria não hesitarão em «negociar» outra. Se para tanto lhes dermos oportunidade”.

O «MADEIRA MAGAZINE» nasce a 2 de Agosto de 1982, sendo seu proprietário João C. F. Lourenço e Diretor Sílvio Mendes. De periodicidade semanal e com uma tiragem de 3 260 exemplares, o Editorial do número 1 salienta que “o «MADEIRA MAGAZINE» não se apresenta como novidade literária ou na descoberta de um mundo desconhecido. «MM» é, antes, a concretização de um projecto gizado há vários anos, em concordância com o âmbito na nossa comunidade mas que só agora, por circunstâncias favoráveis, tornou-se possível dar o primeiro passo”.

Depois do semanário «ZARCO», nascido em Outubro de 1976, nasce, no início do ano de 1985, um novo «ZARCO», de periodicidade trimestral, sendo proprietário e Diretor António de Castro Jorge. Com tiragem de 1 000 exemplares, dá nota de que o «ZARCO» é um “Jornal trimestral, sem subsídios ou porteção de qualquer espécie. Os seus colaboradores não são remunerados e exprimem livremente o seu pensamento como é de direito em Democracia”. O Editorial do número 2 (Setembro de 1985) refere que “O progresso vem com trabalho, mas se o trabalho diz não, não pode haver progresso”. “Resta-nos perguntar com estes dois governos paralelos onde vai parar o País? E ainda há quem se esforce para ser Presidente da República, Ministro ou Deputado duma Nação sem possibilidades de ser governada. Aqui há mistério, ou os que querem mandar têm inteligência para se governar ou então não a têm, para reconhecer que nada podem fazer”.

Em 10 de Agosto de 1987, surge o número 0 do «Correio da MADEIRA», tendo como Diretor José Campos. Semanário e com uma tiragem de 5 000 exemplares, o Editorial salienta que “ ao iniciarmos este, que, por analogia, poderemos rotular de um jornal tempestuoso, no âmbito da Imprensa Regional, temos bem presente o rifão popular de que «depois da tempestade vem a bonança»!”. Termina com a afirmação de que “Sabemos literalmente quanto custa – ou irá custar – a aragem da nossa independência. Que começa e acaba em si, amigo leitor. Estamos preparados para encarar – em todos os seus reflexos -  o preço da liberdade autêntica que pretendemos. Mas a liberdade não tem preço! Queremos, efectivamente, constituir um Correio (livre) da Madeira”.

Com o número 0, nasce a 9 de Junho de 1989 o quinzenário «O Parcial MADEIRA», tendo como proprietário e Diretor Emídio Loja. Com uma tiragem de 10 000 exemplares, o Editorial destaca: “Naturalmente seremos oposição, mas nunca faremos oposição pela simples razão de o sermos. Aceitaremos sim, toda a iniciativa, venha de onde vier, que vise a promoção da Família nos seus mais diversos aspectos: Infância, Saúde, Trabalho, Ensino, Habitação, Justiça e muito particularmente a terceira idade”. Termina afirmando: “Ocuparemos o nosso espaço com humildade, mas não abdicaremos dos nossos princípios, embora aceitemos as críticas que se mostrarem positivas. Esperamos continuar”.

Em Setembro de 1991, nasce o mensário «VOZ do Atlântico», que se carateriza como “mensário pelo progresso da Madeira”. Tem como proprietário e Diretor João Luís Rodrigues Jardim e com uma tiragem de 10 000 exemplares, o «VOZ do Atlântico» “assume-se como um jornal independente, ao serviço da Madeira e dos madeirenses, não afecto a quaisquer grupos políticos, económicos ou religiosos”. Salienta: “Criticaremos o que estiver mal, relevaremos o que de positivo realizam os nossos dirigentes em prol da população madeirense, levando sempre em linha de conta a ética e a deontologia profissionais”.
(continua)






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