Reflexos de «Abril 74» na Madeira (15)
Com o número 1
nasce o «Notícias da Madeira» a 1 de Julho de 1993. De periodicidade diária e
com uma tiragem de 7 500 exemplares, é propriedade de SIMA – Sistemas de
Informação e Medias de Comunicação, S.A., sendo Diretor Catanho Fernandes. De
igual nome ao jornal republicano que nasceu em 1931, no entanto, o editorial do
novo «Notícias da Madeira» salienta que “Apresenta-se descomplexado com uma
proposta de leitura diferente da existente, refrescando, como o dissemos
durante a nossa fase de promoção, a Comunicação Social madeirense”. Mais
adiante refere: “Sabemos da nossa importância como órgão de imprensa regional,
sobretudo numa terra com as pecularidades desta, mas não nos inibimos perante a
dimensão nacional, nem tão pouco no espaço, agora regional, da Europa que nos
acolhe desde há anos”. Termina afirmando: “Aqui mostramos a força de um novo
projecto, enquanto confrontamos os leitores madeirenses com um novo tipo de
jornal, que, estamos certos, ganhará facilmente, também, a sua faixa de
mercado”.
A 01/01/1996,
nasce a nova série do «Re Nhau-Nhau», com periodicidade mensal e uma tiragem de
2 000 exemplares, tendo como editor António Loja e Diretor Ricardo Freitas. O
editorial salienta que “Este primeiro número do novo fôlego do gato agora ressuscitado
será dedicado à figura entre todas insigne do Professor Doutor Aníbal Cavaco
Silva (…) Após dez anos como Primeiro-Ministro o país transformou-se aos olhos
de todos os Portugueses e Portuguesas e aos olhos de todos os Madeirenses e
Portosantenses: produz menos trigo e menos alfaces (que passámos a importar),
produz menos ferro e menos cobre (que importamos também alegremente), consome
mais televisores e mais telefones celulares (que compramos gostosamente aos
Japoneses); importamos cada vez mais e exportamos relativamente cada vez menos.
E devemos todo este expectacular desenvolvimento à figura sem par que é o prof.
Cavaco (…) Tudo isso devemos a esse homem genial, a esse governante agora
desempregado mas candidato a Presidente”.
O semanário «TRIBUNA DA MADEIRA» nasce no dia 15/10/1999, com uma tiragem
de 7 000 exemplares. É propriedade de O Liberal – Empresa de Artes Gráficas,
Lda, sendo Diretor Luís Calisto. O Editorial do número 1 destaca o facto de “Em
alguns fulgentes períodos da História insular, a Madeira e o jornalismo foram
cúmplices na luta pela liberdade humana. O isolamento do Arquipélago a
incentivar a entreajuda. A experiência mostra que não há jornalismo livre sem
Madeira livre. Nem há Madeira livre sem jornalismo livre (…) Entenda-se Madeira
livre como duas ilhas habitadas do Atlântico onde as populações agem e pensam
sem amarras”. Mais adiante salienta:”Estaremos atentos ao tratamento que se dá
ao património e ao ambiente, quando o estado das coisas é tal que se delapida a
riqueza que é de todos em nome de um cínico desenvolvimento da Madeira que só
visa o lucro selvagem”. Propondo-se a um jornalismo sério, termina: “Esperamos
que a chegada do Tribuna da Madeira coincida com o arranque para novo período refulgente de liberdade
responsável na informação das ilhas”.
A 10/11/2000 nasce o número 1 dum novo «NOTÍCIAS DA MADEIRA». De
periodicidade diária, é propriedade da empresa Notícias da Madeira, Lda e tem
como Diretor Carlos Lélis. O Editorial salienta: “Sabem os leitores de
boa-vontade que a imagem de um jornal não é uma voz, nem aquela cara que vai
dar a cara (no nosso caso, sem oferecer a outra face). Mais adiante destaca:
“Deixem-nos aquecer os motores (o “hard-ware”), afinar as guitarras (o
“sofware”). Não esperem já no NM mundos e fundos. Dêem-nos só tempo e gestação.
E vão ver. Ver o mundo sem bater no fundo. Navegar sem meter água. Ir a remos,
içando as velas… No dia escuro e na noite clara ao encontro d`”a manhã dos
amanhãs”. Porque amanhã é um novo dia”. Mais à frente avança que “O NM vai dar
que falar, vai sobretudo fazer falar. Os leitores e o nosso jornal vão
conversar, dialogar, desabafar, respirar”. Termina: “Nada na comunicação social
é assim tão simples. Nada. Nunca”.
Nasce o número 1 (julho/Agosto 2002) de «O Ilhéu» (Açores/Madeira),
bimestral, sendo Editor Elder Escobar e Diretor José Luís Cabrita. O Editorial
refere que “A adesão dos leitores ao nosso primeiro jornal foi entusiástica. A
nível técnico, profissional, pessoal e…até político, imaginem. A verdade, é
que, só com a saída regular do jornal, no final de cada mês, se saberá como
tudo acontecerá: por um lado, a aquisição do jornal pelos leitores, por outro
lado, o interesse em nos escrever, respondendo ao nosso questionário, enviando
sugestões, artigos de opinião, etc.”. Mais adiante refere que “Uma sociedade
medrosa, como é, e, sempre foi a portuguesa, é uma sociedade apagada, limitada,
frustrada. Onde tudo está mal. Onde se anda aos soluços, mais preocupados com o
que pensam os vizinhos, do que com aquilo que podemos e devemos fazer”.
(continua)
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