Da confiança
à crise dos Bancos (77)
Do Banco Português do Atlântico (31/12/1942)
ao Millennium BCP:
O Relatório e Contas de 2002 refere que, em Assembleia Geral Extraordinária de acionistas do BIG Bank
Gdanski, deu-se a alteração da denominação social de Big Bank Gdanski para Bank
Millennium S.A.; realizou-se a emissão de valores mobiliários de conversão
obrigatória em acões ordinárias do BCP, denominada Capital BCP 2005, no
montante de 700 milhões de euros, constituindo a primeira oferta deste tipo em Portugal;
os resultados líquidos consolidados do BCP atingiram 272,7 milhões de euros,
refletindo o impacto da constituição de uma provisão extraordinária, não
obrigatória, para riscos gerais no montante de 200 milhões de euros.
No final daquele ano, o BC tinha
1.088 sucursais em Portugal, e um elenco de 14.072 trabalhadores; evolução
positiva do crédito concedido, com relevo para o aumento do crédito hipotecário;
houve uma melhoria da qualidade da carteira de crédito, com a manutenção de
baixos níveis de incumprimento do crédito a par com níveis bastante
confortáveis de cobertura do crédito vencido por provisões para riscos de
crédito; crescimento dos proveitos de comissões bancárias, designadamente com
cartões de pagamento e com operações de crédito; o número de acionistas
ascendia a 255.692.
Em resultado da fusão da Bolsa de
Valores de Lisboa e Porto na Euronext NV em 2 de abril de 2002, o BCP passou a
integrar o índice Euronext 100, integrava as 100 maiores empresas em termos de
capitalização e liquidez na Euronext, tendo ocupado a 53ª posição no respetivo
“ranking”.
Uma das missões do BCP foi
contribuir para o desenvolvimento do sistema financeiro e da economia
portuguesa, consolidando o seu posicionamento como instituição de referência
pela qualidade, inovação e liderança tecnológica das suas propostas de valor,
tanto a nível doméstico como nos mercados geográficos em que marca presença
autónoma ou através de empresas subsidiárias financeiras.
Como objetivos estratégicos o BCP
desenvolveu ações de maximizar o valor na perspetiva dos acionistas; preservar
elevados níveis de satisfação, fidelização e de relacionamento com os clientes;
promover melhoria sustentável dos níveis de rendibilidade e de solidez
patrimonial; valorização, motivação e compensação dos colaboradores; desenvolver
o protagonismo na qualidade, na inovação e no desenvolvimento tecnológico;
revitalizar as capacidades competitivas da distribuição a retalho de produtos e
serviços financeiros no mercado doméstico; dar enfoque na atividade
internacional em negócios especializados e em mercados prioritários.
Em 31 de dezembro de 2002, o Grupo
BCP tinha 9 empresas associadas com atividade em Portugal e outras 9 com
atividade internacional. As primeiras são: BCP Investimento, Banco de
Investimento Mobiliário, Banco Expresso Atlântico, Banco ActivoBank (Portugal),
CrédiBanco, Seguros e Pensões, Leasefactor e AF Investimento. As segundas são:
Banco Comercial de Macau, Banco Internacional de Moçambique, Bank Millenium,
NovaBank, BPABank, SottoBank, Banque BCP (França), Banque BCP (Luxemburgo) e
Managerland.
Sem comissão executiva, o Conselho
de Administração era composto por 9 membros, sendo Jardim Gonçalves o
Presidente; dois vice-presidentes, Filipe Pinhal e Christopher de Beck; os
restantes 6 eram vogais. Não havia administradores que tivessem sido eleitos em
representação de qualquer acionista ou grupo de acionistas, eram administradores
“independentes”.
(continua)
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