Da confiança
à crise dos Bancos (83)
Do Banco Português do Atlântico (31/12/1942)
ao Millennium BCP:
Dos acionistas do Millennium bcp fazia parte José Manuel
Rodrigues Berardo que, em 19 de julho de 2007, subscreveu um Comunicado com o
conteúdo seguinte:
“1. Modelo de Governação
1.O Banco Comercial Português é dos seus accionistas. Quem
deve gerir o Banco é o Conselho de Administração escolhido pelos accionistas.
Os órgãos de fiscalização, seja no sistema monista, seja no sistema dualista,
fizeram-se para fiscalizar e supervisionar, e não para perturbar a actuação da
administração.
2. O BCP desde que é presidido pelo Dr. Paulo Teixeira Pinto
Desde que a Administração é liderada pelo Dr. Paulo Teixeira
Pinto o valor dos accionistas (capitalização Bolsista) mais do que duplicou.
Desde que a Administração é liderada pelo Dr. Paulo Teixeira Pinto, os lucros e
os dividendos atingiram os seus níveis mais altos de sempre. Em consequência, e
muito naturalmente, o Conselho Geral e de Supervisão, na última Assembleia
Geral Anual realizada em 28 de Maio de 2007 deu parecer no sentido de que a
Assembleia aprovasse um voto de louvor ao Conselho de Administração Executivo,
presidido pelo Dr. Paulo Teixeira Pinto. Na sequência desse parecer, o Conselho
de Administração Executivo presidido pelo Dr. Paulo Teixeira Pinto, recebeu um
voto de louvor e confiança da Assembleia Geral por maioria de 99,99% dos votos
expressos. No dia 1 de Junho de 2007 o Conselho de Administração Executivo,
presidido pelo Dr. Paulo Teixeira Pinto, apresentou o plano estratégico para o
período 2007/2010, o qual tinha sido anunciado sem oposição ou critica de
qualquer membro dos órgãos sociais na Assembleia Geral de 28 de Maio de 2007.
Os ambiciosos, mas realistas planos para a instituição, recomendavam uma coesão
do órgão da administração sob a liderança do seu Presidente, assim como uma
solidariedade institucional dos demais órgãos sociais.
3. O contributo do Conselho Geral e de Supervisão
Pelo que tem vindo a público nos últimos tempos e, em
contradição com o que aconselhariam os factos acima referidos, o Conselho Geral
e de Supervisão tem pretendido assumir o controlo dos destinos da Instituição.
Efectivamente, pretendeu esse órgão social substituir-se aos accionistas,
apresentando proposta de alteração dos estatutos no sentido de que os membros
do Conselho de Administração deixassem de ser eleitos em assembleia e passassem
a ser nomeados pelo Conselho Geral e de Supervisão. A forma como decorreu a
última Assembleia Geral Anual obrigou o Conselho Geral e de Supervisão a recuar
quanto a essa pretensão, tendo-se ficado com a convicção que tinha sido
entendida a mensagem passada pelos accionistas a esse órgão social quanto à
leitura dos seus poderes. Só que, tem que se concluir que, desde 29 de Maio,
tudo tem sido feito para condicionar a actuação do Conselho de Administração
Executivo, como se o Conselho Geral e de Supervisão fosse tutor dos
administradores.
4. A necessária alteração de estatutos e clarificação da
liderança
É tempo de os accionistas dizerem basta a este clima de afrontamento
na Instituição, criando as condições para o crescimento continuado da mesma.
Para tanto, é preciso caminhar para uma acção/um voto, como recomenda a
Comissão do Mercado de Valores Mobiliários e a proposta de alteração de
estatutos viabiliza, ao prever que o limite de 10% do capital ao exercício do
direito de voto tem que ser aprovado em Assembleia Geral por maioria simples de
três em três anos, sob pena de caducar (…)”.
(continua)
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