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sábado, 23 de setembro de 2017

Da confiança à crise dos Bancos (86)

Do Banco Português do Atlântico (31/12/1942) ao Millennium BCP:

A conflitualidade interna do BCP levou Jardim Gonçalves a renunciar a todos os cargos no banco, no dia 4 de dezembro de 2007. Neste dia, Filipe Pinhal apresentou lista de órgãos sociais para o novo mandato, tendo em vista cumprir três objetivos: a continuidade do negócio; a necessidade de dar sinais de que o BCP tem capacidade de gerar competências para assumir os pontos mais importantes da vida do banco; apesar das competências internas, não está fechado à entrada de especialistas que veem de fora. E referiu que “Este é um dia muito importante para a vida do banco. Esta é uma tentativa de nos libertar de um passado que incomoda em benefício de um futuro que tem todas as condições para ser auspício”.
Para consolidar os órgãos de gestão foi marcada a Assembleia Geral para o dia 15 de janeiro de 2008, com uma extensa ordem de trabalhos, com oito pontos, divulgada no dia 6 de dezembro:  “1) eleição da Mesa da AG para 2008/2010; 2) eleição do Conselho de Administração Executivo para 2008/2010; 3) eleição do Conselho de Remuneração e Previdência para 2008/2010; 4) eleição do ROC e seu suplente para 2008/2010; 5) preenchimento de vagas para membros efetivos e suplentes do CGS até ao fim de 2008; 6) alargamento do CGS para 21 membros até ao termo do triénio 2006/2008; 7) caso seja aprovado o alargamento, eleição de membros do CGS para preenchimento de vagas; 8) ratificação da cooptação de dois membros do Conselho Superior (Sonangol e Eureko) até ao fim de 2008”.
Ainda antes da realização da Assembleia Geral de 15 de janeiro de 2008, o Conselho Superior do BCP reuniu-se no dia 27 de dezembro anterior, pela última vez sob a presidência de Jardim Gonçalves. Em discussão esteve (à margem da agenda) o apoio à lista de Carlos Santos Ferreira para o Conselho de Administração Executivo. O «semanário Económico» (28/12/2007) revela que “ao contrário do que seria esperado não surgiu nenhuma lista concorrente para a Administração do BCP. O Conselho Superior (de que faz parte Pedro Maria Teixeira Duarte) decidiu apoiar a lista liderada por Carlos Santos Ferreira para o novo mandato do Conselho de Administração Executivo, que será entregue amanhã pelos principais accionistas do maior banco privado. O Conselho Superior reúne cerca de 40% do capital do BCP. E embora a EDP com 4,34% não tenha estado presente, uma vez que António Mexia está de férias, é conhecido o apoio deste gestor ao ex-presidente da Caixa”.
A lista de Carlos Santos Ferreira tinha os seguintes nomes: Armando Vara, Vitor Fernandes, Paulo Macedo, Luís Pereira Coutinho, Nelson Machado e João José Guilherme.
Realizada a Assembleia Geral em 15 de janeiro de 2008, o novo Conselho de Administração Executivo eleito “propôs-se reforçar a estabilidade do governo do Millennium bcp e o enfoque na gestão do Banco, tendo definido, em Fevereiro de 2008, uma nova Visão Estratégica. O Millennium bcp aspira ser um Banco de referência no serviço ao cliente, com base em plataformas de distribuição inovadoras, com crescimento enfocado no Retalho, em que mais de dois terços do capital estará alocado ao Retalho e Empresas, em mercados de elevado potencial, e ainda atingir um nível de eficiência superior, traduzido num compromisso com um rácio de eficiência que se situe em níveis de referência para o sector, e com reforçada disciplina na gestão de capital”. O Programa Millennium 2010, inicialmente lançado em junho de 2007, viu o seu plano de negócios revisto em Fevereiro de 2008.

(continua)

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