Da confiança
à crise dos Bancos (86)
Do Banco Português do Atlântico (31/12/1942)
ao Millennium BCP:
A conflitualidade interna do BCP levou Jardim Gonçalves a
renunciar a todos os cargos no banco, no dia 4 de dezembro de 2007. Neste dia, Filipe
Pinhal apresentou lista de órgãos sociais para o novo mandato, tendo em vista
cumprir três objetivos: a continuidade do negócio; a necessidade de dar sinais
de que o BCP tem capacidade de gerar competências para assumir os pontos mais
importantes da vida do banco; apesar das competências internas, não está
fechado à entrada de especialistas que veem de fora. E referiu que “Este é um
dia muito importante para a vida do banco. Esta é uma tentativa de nos libertar
de um passado que incomoda em benefício de um futuro que tem todas as condições
para ser auspício”.
Para consolidar os órgãos de gestão foi marcada a Assembleia
Geral para o dia 15 de janeiro de 2008, com uma extensa ordem de trabalhos, com
oito pontos, divulgada no dia 6 de dezembro: “1) eleição da Mesa da AG para 2008/2010; 2)
eleição do Conselho de Administração Executivo para 2008/2010; 3) eleição do Conselho
de Remuneração e Previdência para 2008/2010; 4) eleição do ROC e seu suplente
para 2008/2010; 5) preenchimento de vagas para membros efetivos e suplentes do
CGS até ao fim de 2008; 6) alargamento do CGS para 21 membros até ao termo do
triénio 2006/2008; 7) caso seja aprovado o alargamento, eleição de membros do
CGS para preenchimento de vagas; 8) ratificação da cooptação de dois membros do
Conselho Superior (Sonangol e Eureko) até ao fim de 2008”.
Ainda antes da realização da Assembleia Geral de 15 de janeiro
de 2008, o Conselho Superior do BCP reuniu-se no dia 27 de dezembro anterior,
pela última vez sob a presidência de Jardim Gonçalves. Em discussão esteve (à
margem da agenda) o apoio à lista de Carlos Santos Ferreira para o Conselho de
Administração Executivo. O «semanário Económico» (28/12/2007) revela que “ao
contrário do que seria esperado não surgiu nenhuma lista concorrente para a
Administração do BCP. O Conselho Superior (de que faz parte Pedro Maria
Teixeira Duarte) decidiu apoiar a lista liderada por Carlos Santos Ferreira
para o novo mandato do Conselho de Administração Executivo, que será entregue
amanhã pelos principais accionistas do maior banco privado. O Conselho Superior
reúne cerca de 40% do capital do BCP. E embora a EDP com 4,34% não tenha estado
presente, uma vez que António Mexia está de férias, é conhecido o apoio deste
gestor ao ex-presidente da Caixa”.
A lista de Carlos Santos Ferreira tinha os seguintes nomes:
Armando Vara, Vitor Fernandes, Paulo Macedo, Luís Pereira Coutinho, Nelson
Machado e João José Guilherme.
Realizada a Assembleia Geral em 15 de janeiro de 2008, o novo
Conselho de Administração Executivo eleito “propôs-se reforçar a estabilidade
do governo do Millennium bcp e o enfoque na gestão do Banco, tendo definido, em
Fevereiro de 2008, uma nova Visão Estratégica. O Millennium bcp aspira ser um
Banco de referência no serviço ao cliente, com base em plataformas de
distribuição inovadoras, com crescimento enfocado no Retalho, em que mais de
dois terços do capital estará alocado ao Retalho e Empresas, em mercados de
elevado potencial, e ainda atingir um nível de eficiência superior, traduzido
num compromisso com um rácio de eficiência que se situe em níveis de referência
para o sector, e com reforçada disciplina na gestão de capital”. O Programa
Millennium 2010, inicialmente lançado em junho de 2007, viu o seu plano de
negócios revisto em Fevereiro de 2008.
(continua)
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