Da confiança
à crise dos Bancos (91)
Do Banco Português do Atlântico (31/12/1942)
ao Millennium BCP:
Em 11 de setembro de 2012, o BCP iniciou
o processo de aumento de capital de 500 milhões de euros, numa altura em que estavam
a ser promovidas alterações na estrutura acionista. Nessas mudanças constavam a
extinção do cargo de diretor-geral para a Madeira, Açores e outras regiões do
País. As funções relativas aos cargos extintos foram redistribuídas pelos
diretores-gerais e centrais que permaneceram no banco. O objetivo foi diminuir
o número de chefias “de primeira e segunda linhas, além da redução de custos
salariais e de funcionamento”. De acordo com o Jornal de Negócios de 13 de
novmbro de 2012, “o número de baixas na alta direção do BCP poderá ir além dos
cerca de 30 directores de topo convidados a rescindir contrato ou a optarem
pela reforma antecipada. Isto porque haverá altos quadros a aderirem ao
programa de desvinculação voluntária (…) há muitos acordos já firmados a este
nível hierárquico (…) pelo menos um terço da chamada alta direcção do BCP, que
em Portugal é constituída por 110 diretores-gerais, centrais e respectivos
adjuntos terá sido convidado a sair do banco, no âmbito do processo de
rescisões proposto a cerca de 600 colaboradores”.
No final de dezembro de 2012, o
BCP recebeu do Ministério da Economia o estatuo de “empresa em reestruturação”,
tendo permitido que os 600 trabalhadores que saíssem do banco através de
rescisões amigáveis tivessem aceso ao subsídio de desemprego.
Em
conferência de imprensa de 4 de novembro de 2013, o presidente do BCP, Nuno
Amado, informou que o banco “registou um resultado líquido negativo 597 milhões
de euros nos primeiros nove meses do ano, valor que compara com o prejuízo de
796 milhões de euros em igual período de 2012. Um resultado claramente
negativo, mas melhor do que no ano anterior, já que houve uma redução próxima
de 200 milhões de euros no prejuízo”. Segundo o banco, este prejuízo está em
linha com o plano estratégico definido e com a evolução macroeconómica,
apontando para alguns factores relevantes que tiveram impacto nos resultados
apurados entre janeiro e setembro, tal como os juros dos instrumentos híbridos
(CoCo) do banco subscritos pelo Estado, que ascenderam a 201,1 milhões de euros
(brutos) e 142,8 milhões de euros (líquidos).
“Já o custo
com as garantias do Estado usadas pelo BCP para a emissão de dívida foram de
47,8 milhões de euros (brutos) e 33,9 milhões de euros (líquidos). De resto, as
provisões para riscos e encargos foram responsáveis por 80 milhões de euros do
prejuízo total, enquanto a «libility management” de 2011 provocou perdas de
144,4 milhões de euros, em termos brutos. As imparidades e provisões subiram de
876,9 milhões de euros para 998,3 milhões de euros entre Setembro de 2012 e
Setembro de 2013”.
Os resultados da Grécia deram um contributo
negativo de 41,4 milhões de euros e a venda de crédito gerou um prejuízo bruto
de 54,1 milhões de euros. Nos primeiros nove meses de 2012, o BCP tinha
assumido um prejuízo de 546,1 milhões de euros oriundos da sua operação na
Grécia.
Em 6 de novembro de 2013, o BCP
realizou no Funchal a sétima edição das «Jornadas Millennium Empresas»,
constituindo um evento de promoção da partilha de experiências entre empresas
de todo o país e cada vez mais uma posição de proximidade e apoio aos seus
clientes. O Presidente do Banco, Nuno Amado, referiu: “Decidimos vir à Madeira
para falar com os nossos clientes, ouvir as suas preocupações e dizer-lhes que
o Millennium BCP continuará a apoiar a actividade empresarial na Madeira, com a
análise de risco adequado”.
(continua)
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